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Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal

Working Paper 108/2012: Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal


Resumo:

Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal pretende utilizar um dos resultados do Projecto em curso sobre Cooperação Descentralizada desenvolvido pela Universidade de Aveiro, a ONG Associação para a Cooperação entre Povos (ACEP) e o Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CESA) do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), ainda no seu primeiro ano de execução. Assim o objectivo da comunicação é de contribuir para o conhecimento da evolução que as instituições da sociedade civil portuguesa designadas por ONG presentes no “campo” da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID) tiveram na articulação com os paradigmas dominantes a partir da herança europeia do pós-guerra 1939-45 do Plano Marshall entre os EUA e os Estados europeus e das geminações entre Municípios e outras organizações locais até à Parceria Global para o Desenvolvimento dos Objectivos do Milénio em 2000. A convicção que o conhecimento sobre os processos promotores de desenvolvimento tomando a economia como motor, originou uma CID assente em Planos Estatais de Desenvolvimento Integrado e em Projectos sectoriais que prevaleceram até à crise da dívida dos anos 70. Nesse paradigma a sociedade civil tinha um papel secundário e as instituições Estatais eram o actor principal. A crise da divida originou uma mudança radical neste paradigma, afirmando-se as políticas de estabilização e de ajustamento estrutural – o Washington Consensus – como o modelo dominante. As organizações da sociedade civil surgiram então como aqueles actores que podiam complementar e substituir o Estado na convicção de que “quanto menos Estado melhor Estado”. Na constatação da falência desse modelo de políticas que agravou a pobreza e a desigualdade, e atrasou a construção das instituições da Administração Pública nos países menos desenvolvidos, desenvolve-se outro paradigma – o Monterrey Consensus – onde a sociedade civil se articula com o Estado numa parceria global para o desenvolvimento, com o objectivo central de luta contra a pobreza e a definição de metas concretas mundiais pela primeira vez – os Objectivos do Milénio. E essa parceria tanto é válida nos países destinatários como nos países financiadores da CID. O conhecimento de como deve ser a teoria e a prática dessa parceria internacional em Portugal ainda está muito atrasado e esta comunicação procura esclarecer esses processos de Cooperação e o contexto onde eles se inserem, articulados com a reforma em curso da Administração Pública Portuguesa e a CID já existente com os países em causa.

 

Citação:

Sangreman, Carlos e Tânia Santos. 2012. “Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA –Documentos de Trabalho nº 108/2012.

Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém

Working Paper 107/2012: Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém


Resumo:

Em Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém vamos tomar essa ideia de “satisfação” como base para definir o conceito de bem-estar. Numa sociedade como a africana onde a relação com os outros é um valor importante, essa ideia aplica-se considerando sempre a dimensão individual articulada com a dimensão de grupo social. Tal conceito tem por consequência que o bem-estar de um indivíduo, não se compreende sem a família, e sem os grupos sociais com os quais os seus membros se identificam. É a articulação destes diferentes grupos sociais que define o nível de bem-estar de um colectivo seja uma etnia, um bairro ou o todo nacional. A avaliação do Bem Estar e portanto a metodologia de construção de um Observatório que permita acompanhar a evolução do Bem Estar nos bairros tem um enquadramento teórico que parte da ideia que é fundamental determinar o que aconteceria se não tivesse havido acções concretas para melhoria do Bem Estar. A restituição aos inquiridos do resultado dos inquéritos feitos é um elemento importante no trabalho feito num bairro, e na criação de um sentimento de utilidade nas respostas que a população dá aos inquiridores, seja no actual inquérito seja no futuro.

 

Citação:

Sangreman, Carlos e Nuno Cunha. 2012. “Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém”. Instituto Superior de Economia e Gestão . CEsA –Documentos de Trabalho nº 107/2012.

Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case

Working Paper 106/2012: Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case


Resumo:

A análise da eficiência aeroportuária pode dar uma visão significativa da competitividade dos aeroportos e o seu potencial para aumentar a produtividade e melhorar a utilização dos recursos. A investigação sobre aeroportos adoptou modelos DEA ou modelos de fronteira de produção homogénea. Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case inova neste contexto, ao analisar uma amostra de aeroportos com o modelo Alvarez et al. (2004) e o modelo de fronteira de custos. Por conseguinte, este o papel inova no contexto dos aeroportos, indo além dos modelos DEA e homogéneos modelos de fronteira de produção adoptando a fronteira de Alvarez, Arias e Greene (2004) modelo que permite medir os efeitos de gestão no quadro dos custos fronteiriços. Este artigo analisa a capacidade de gestão não observada como fator que afeta o desempenho de uma amostra representativa de aeroportos nigerianos por meio de modelos de fronteira. Esses aeroportos são classificados de acordo com sua eficiência técnica durante o período 2003-2010 e variáveis homogéneas e heterogéneas são desembaraçadas na função custo, o que nos leva a aconselhar a implementação de políticas comuns, bem como políticas por segmentos. As implicações económicas decorrentes do estudo também são consideradas. 

 

Citação:

Barros, Carlos Pestana e Ade Ibiwoye. 2012. “Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 106/2012.

Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique

Working Paper 104/2012: Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique


Resumo:

A política de cooperação entre países doadores e destinatários tem-se alterado significativamente nos últimos anos. Apesar das próprias problemáticas terem-se alterado, os actores dos países desenvolvidos em conjunto com parceiros nacionais e internacionais estão a tentar encontrar novos instrumentos e modalidades de cooperação para o desenvolvimento. Portugal não é excepção, e uma nova política de cooperação foi recentemente (re)descoberta. Esta centra-se no conceito de cluster que tem sido nas últimas décadas utilizado por decisores políticos enquanto instrumento de promoção da competitividade e inovação (Porter, 1990, 1998, 2000). Sob a estratégia orientadora intitulada “Uma visão estratégica da Cooperação Portuguesa” adoptada em 2005, Portugal tem reconhecido a necessidade de desenvolver esforços para adoptar este novo instrumento. Este “é composto de um número de projectos que são implementados por diferentes instituições, na mesma área geográfica e dentro de um quadro comum” (IPAD, 2005: 52). Dentro deste cenário, Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique foca o caso Português, como um caso potencial para tentar perceber a potencialidade como inovação e a coerência política dos objectivos e estratégias subjacentes à criação dos clusters de cooperação. Assim, pretende-se dar conta da investigação em curso não só numa perspectiva de (re)examinar os argumentos teóricos para a adopção dos clusters, mas também através de uma análise das actuais práticas da cooperação com Moçambique.

 

Citação:

Sangreman, Carlos e Sandra Silva. 2012. “Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 104/2012.

Inflation forecasting in Angola: a fractional approach

Working Paper 103/2012: Inflation forecasting in Angola: a fractional approach


Resumo:

A previsão é uma forma de avaliar a evolução dos preços e, por conseguinte, é um instrumento de gestão macroeconómica. Existe uma tradição bem estabelecida de investigação sobre a previsão de preços. Este estudo analisa a previsão de preços em Angola utilizando técnicas de memória longa e modelos ARFIMA (AutoRegressive Fractionally Integrated Moving Average). Estes modelos são uma referência aceite na previsão e são utilizados extensivamente, devido ao facto de interpretarem os dados com precisão. Verifica-se que os modelos ARIMA dominam abordagens alternativas. Contudo, Doornik e Ooms (2004) descobriram que o modelo ARIMA fraccionário (ARFIMA) descreve melhor a dinâmica da inflação do que os modelos ARIMA não fraccionários baseados em graus inteiros de diferenciação. Desde então, as séries de inflação têm sido examinadas em muitos países por meio de modelos fraccionariamente integrados ou I(d). Inflation forecasting in Angola: a fractional approach aplica pela primeira vez um modelo ARFIMA à previsão de preços em relação com a economia de Angola. Os modelos são estimados utilizando dados mensais de 1991:1 a 2011:6. As previsões de inflação baseadas nos modelos ARFIMA sugerem que as pressões inflacionistas para o período 2011:7 a 2012:12 deverão ser relativamente baixo.

 

Citação:

Barros, Carlos Pestana e Luis A. Gil-Alana. 2012. “Inflation forecasting in Angola: a fractional approach”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 103/2012.

Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento

Working Paper 101/2012: Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento


Resumo:

Utilizando enquanto válida a definição de economia de alocação de recursos escassos a necessidades ilimitadas, chegamos a uma concepção de política económica enquanto a actuação dos poderes públicos em domínios económicos destinada à obtenção de resultados previamente escolhidos (Amaral, 1996). Interessa, então, reflectir sobre o facto de que, sem a construção de instrumentos e indicadores estatísticos que permitam avaliar as consequências e interpretar os resultados decorrentes da acção política, dificilmente será possível uma orientação consistente da tomada de decisão de política económica. É neste âmbito que encetamos o nosso ensaio com uma meditação a propósito da eventual debilidade do indicador de actividade económica mais utilizado pelos economistas e políticos mainstream. Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento procura problematizar algumas limitações e insuficiências dos utensílios tradicionais de medição da performance económica e de desenvolvimento dos Estados, como o Produto Interno Bruto (PIB). Comenta-se sinteticamente alguns índices que, com vários âmbitos, tentam complementar esta grandeza. Salienta-se a necessidade da consolidação e do estímulo do aperfeiçoamento de indicadores e medidas alternativas, de forma a diminuir as deficiências existentes nas actuais medições do desenvolvimento que servem de referência.

 

Citação:

Damásio, Bruno e Luís Mah. 2011. “Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 89/2011.

A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago

Working Paper 100/2012: A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago


Resumo:

A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago analisa o papel que Cabo Verde tem no contexto da sociedade diaspórica, compreendendo que atribui-se-lhe aquilo a que aqui chamamos de função de vitrine, ou que imprime o carimbo da certificação das produções realizadas no espaço da comunidade diaspórica. Não apenas o arquipélago parece condenado a buscar suas fontes no seu universo da emigração como mostra-se um lugar favorável como fonte dos esquemas pelos quais a experiência de emigração é organizada e relatada pelos que partiram, pois a sociedade adapta-se às condições oferecidas nos diferentes períodos históricos da migração, aos recuos ou expansões do processo migratório, ao longo do tempo. Ou seja, a emigração cabo-verdiana não será a mesma, não apenas porque mudaram as condições no exterior mas também porque a sociedade de origem mudou e mudou em relação à sua emigração, o que remete para o lugar singular que pode ter no seio da sociedade diaspórica cabo-verdiana. A comunidade local está constantemente alerta e à escuta desta parte de si mesma que está separada dela, adapta seus ritmos às notícias, aos retornos que ocorrem em datas periódicas e vive como que suspensa, aguardando as expressões que vêm de fora. Ao mesmo tempo, desenha-se melhor as reciprocidades que se instalam entre estes dois pólos, com Cabo Verde redefinindo o seu papel como lugar de origem, servindo agora de centro das sínteses do que a diáspora produz, ao mesmo tempo em que, pelo seu hibridismo, permite aos emigrantes no exterior oferecer sua nacionalidade como um importante cartão de visitas.

 

Citação:

Évora, Iolanda. 2012. “A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 100/ 2012.

Banking consolidation in Nigeria 2000-2010

Working Paper 99/2012: Banking consolidation in Nigeria 2000-2010


Resumo:

Banking consolidation in Nigeria 2000-2010 foca o impacto da consolidação bancária na Nigéria nos custos dos bancos durante o período 2000-2010. Este processo teve início em 2004 após o Banco Central da Nigéria (CBN) ter anunciado novos requisitos de capital para os bancos nigerianos. A intenção era pressionar os bancos a aumentar a sua dimensão média através de fusões e aquisições. Alguns bancos não conseguiram satisfazer os novos requisitos de capital nem encontrar um parceiro adequado para a fusão, e por isso foram forçados a entrar em liquidação. Como resultado, o número de bancos foi consideravelmente reduzido. Não surpreendentemente, todos os bancos estrangeiros sobreviveram à recapitalização, uma vez que geralmente dependiam de injecções de capital da empresa-mãe para satisfazer os requisitos de capital. O número total de bancos nigerianos imediatamente após a consolidação, ou seja, antes da fusão do Stanbic Bank/IBTC, era de 25. O presente estudo faz uma contribuição tripla. Em primeiro lugar, fornece provas sobre o impacto da consolidação nos custos no caso específico dos bancos nigerianos, uma vez que isto pode variar de país para país, dependendo das suas características de mercado e regulamentos . Em segundo lugar, acrescenta ao número limitado de estudos existentes sobre consolidação bancária, estimando um modelo dinâmico mais adequado, em vez de realizar a análise de eficiência típica da maioria dos trabalhos. Em particular, adopta o método GMM dinâmico. Em terceiro lugar, concentra-se em África, uma região que tem atraído apenas uma atenção limitada na literatura, a maioria dos estudos examinando, em vez disso, bancos europeus ou americanos.

 

Citação:

Barros, Carlos Pestana e Guglielmo M. Caporale. 2012. “Banking consolidation in Nigeria 2000-2010”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 99/2012.

Reverse FDI in Europe: an analysis of Angola's FDI in Portugal

Working Paper 98/2011: Reverse FDI in Europe: an analysis of Angola’s FDI in Portugal


Resumo:

A literatura sobre Investimento Directo Estrangeiro (IDE) é vasta e vasta e examinou uma série de questões diversas, entre elas, para enumerar algumas, stock de capital nacional (Desai et al., 2005), crescimento económico (Prasad et al., 2007), protecção do emprego (Dewit et al., 2009), exportações (Helpman et al.., 2004), capital de conhecimento (Carr et al., 2001), escolha da localização (Becker et al., 2005), características multinacionais (Zhang e Markusen, 1999), repercussões da produtividade (Barrios e Strobl, 2002), produtividade total dos factores (De Mello, 1999), e transferência de tecnologia (Glass e Saggi, 2002). Reverse FDI in Europe: an analysis of Angola’s FDI in Portugal contribui para a literatura ao examinar o IDE de Angola em Portugal. Este é um tópico novo na literatura, uma vez que a maioria dos estudos foca os fluxos de IDE de países desenvolvidos para países pobres (por exemplo, De Mello, 1997), quer adoptando uma abordagem micro com dados de empresas (Alfaro et al, 2010; Gorg, Muhlen e Nunnenkamp, 2010), quer adoptando uma abordagem macro com dados nacionais (Fernandes e Paunov, 2011). No entanto, a análise do IDE a partir de Os antigos países africanos coloniais no antigo governante colonial europeu não atraíram até agora a atenção. Um modelo de economia aberta com lavagem de dinheiro é proposto e testado com uma série temporal de regressão Bayesiana. O resultado revela que as exportações e a corrupção são os determinantes positivos do IDE de Angola em Portugal. As implicações políticas são derivadas.

 

Citação:

Barros, Carlos Pestana. Bruno Damásio e João Ricardo Faria. 2011. “Reverse FDI in Europe: an analysis of Angola’s FDI in Portugal”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 98/2011.

Lessons from Korea to Africa: leaders, politics and developmental states

Working Paper 97/2011: Lessons from Korea to Africa: leaders, politics and developmental states


Resumo:

Uma série recente de estudos tem lidado com a dinâmica por trás da construção de estados desenvolvimentistas em África. Lessons from Korea to Africa: leaders, politics and developmental states é uma contribuição para esse debate ao olhar para a experiência do estado desenvolvimentista coreano e as lições que a África pode aprender com a experiência deste país asiático visto como um excelente modelo de desenvolvimento económico. Apesar da baixa dotação de recursos e uma grande população, um legado colonial, a devastação após uma guerra civil, instabilidade política persistente e o confronto militar persistente com seu vizinho do norte, o papel da Coreia no sistema económico internacional aumentou rapidamente em importância desde a década de 1960. Por quase cinco décadas, a Coreia alcançou um desempenho económico notável que transformou o país de um caso típico de uma nação em desenvolvimento presa em um “círculo vicioso de subdesenvolvimento”, em uma das maiores economias do final dos anos 1990. Por baixo do sucesso económico estava um sistema de “socialização do risco privado”, um modo particular de organização do mercado, pois a “mão visível” de um Estado forte, burocrático e desenvolvimentista foi capaz de acelerar o ritmo de crescimento económico identificando setores, fazendo alocação discricionária de recursos para esses setores e minimizando os dilemas de ação coletiva difundidos na maioria dos países em desenvolvimento. Mas o estado coreano, como qualquer outro estado, é um reino político que engloba atores distintos, conflitantes e às vezes em conflito. De fato, o estado desenvolvimentista coreano nos fornece pistas sobre o papel que a liderança desempenha e o que está no “coração de uma política de crescimento económico”. As escolhas e a implementação das políticas dependem das estratégias elaboradas pelos governantes para aumentar sua legitimidade política, fortalecer seu poder e garantir a sobrevivência do regime. As estratégias não são apenas produto de oportunidades e constrangimentos institucionais, mas também de história, contexto, política de coalizão e modelos ideológicos envolvendo os atores no momento da ação. Este artigo discutirá o papel desempenhado pelo presidente Park Chung-Hee (1961-1979) na construção de um estado burocrático-desenvolvimentista e o que os países africanos podem aprender com essas experiências de liderança em termos de seu próprio caminho de desenvolvimento.

 

Citação:

Mah, Luís. 2011. “Lessons from Korea to Africa: leaders, politics and developmental states”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 97/2011.


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