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Cape Verde: Islands of vulnerability or resilience? A transition from a MIRAB Model into a TOURAB one?


Resumo:

Os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) enfrentam tradicionalmente um conjunto de desafios como a configuração económica fraca e altamente frágil, questões ambientais e uma dependência tradicional de algumas actividades económicas que os forçam a abrir a economia ao exterior. Portanto, o seu modelo de desenvolvimento, como em Cabo Verde, depende da migração, das remessas, da dependência da ajuda, do turismo e do emprego estatal. A investigação actual oferece uma visão sobre a natureza da economia de Cabo Verde como uma economia PEID e até que ponto o país tem dependido das receitas do turismo, das remessas externas provenientes das migrações, dos programas de ajuda e dos serviços governamentais. Compreender o modelo de desenvolvimento de Cabo Verde é importante para esclarecer os desafios que o país enfrenta e as suas necessidades de desenvolvimento para reunir uma resiliência a longo prazo e para perceber se está a mudar de um modelo MIRAB (Migrações, Remessas, Ajuda e Burocracia) para outro.

Citação:

Sarmento, E.; Silva, Ana (2024). Cape Verde: Islands of Vulnerability or Resilience? A Transition from a MIRAB Model into a TOURAB One? Tour. Hosp. 2024, 5(1), 80-94; https://doi.org/10.3390/tourhosp5010006. MDPI. Special Edition Submit to Special Issue: Small Island Developing Countries (SIDS): Tourism between Innovation and Authenticity for Better Sustainable Developing Paths

Understanding Social Realities of Internally Displaced Persons (IDPs) in the Federal Capital Territory of Nigeria (FCT), Abuja


Resumo:

Este artigo examina as realidades sociais das pessoas deslocadas à força na Nigéria, com foco nas pessoas deslocadas internamente (PDI) no Território da Capital Federal (FCT) da Nigéria, Abuja. Pessoas deslocadas internamente são indivíduos que foram forçados a abandonar as suas casas ou locais de residência habituais e, ao contrário dos refugiados, não cruzaram as fronteiras do seu país. Permanecem sob a protecção primária dos seus governos e muitas vezes procuram refúgio nos seus próprios países. Este estudo baseia-se em fontes de dados secundários e dados primários recolhidos em dois acampamentos de deslocados internos, argumentando que a maioria dos deslocados internos na FCT, deslocados pela insurgência do Boko Haram, vivem em assentamentos informais improvisados e desumanos nas áreas periurbanas da cidade de Abuja. Estes assentamentos também acolhem os pobres urbanos e outros trabalhadores migrantes na capital do país, levando ocasionalmente a conflitos entre eles. O documento apela ao governo para que reconheça a presença e a condição dos deslocados internos na FCT e trabalhe com organizações relevantes para fornecer soluções duradouras para garantir que as pessoas deslocadas possam voltar a tornar-se membros produtivos da sociedade.

Citação:

BA-ANA-ITENEBE, C. A.; EDO, Z. O. (2023). Understanding Social Realities of Internally Displaced Persons (IDPs) in the Federal Capital Territory of Nigeria (FCT), Abuja. In: Balkan Social Science Review, Vol. 22, 213-231. https://doi.org/10.46763/BSSR232222213bai

African women’s trajectories and the Casa dos Estudantes do Império, Ethnic and Racial Studies


Resumo:

Este artigo compara as trajetórias de diferentes mulheres que cruzaram a Casa dos Estudantes do Império (CEI), uma instituição formal criada em Lisboa por estudantes das colônias com o apoio do regime ditatorial português em 1944, que se tornou uma plataforma para o anticolonialismo. Devido ao papel desempenhado pela CEI nos percursos políticos e sociais dos líderes dos movimentos de libertação nacional africanos, a historiografia tem privilegiado relatos masculinos. Em contrapartida, os papéis e a vida das mulheres vinculadas à CEI permanecem inexplorados ou abordados a partir de uma visão de “nacionalismo metodológico”, com poucas exceções. Abordar estas trajetórias a partir de uma perspetiva transnacional e “afro-ibérica” e através do escrutínio de diversas fontes permite-nos refletir sobre uma diversidade de género, raça, classe e ideologia política. O objectivo final é iluminar alguns aspectos do mosaico afro-ibérico a partir de uma perspectiva de género e pós-colonial.

Citação:

Jessica Falconi (2023) African women’s trajectories and the Casa dos Estudantes do Império, Ethnic and Racial Studies, DOI: 10.1080/01419870.2023.2289141

Armed Conflict and Urbanization in Cabo Delgado, Mozambique: A methodology for a critical inquiry


Resumo:

A teoria urbana dominante não consegue abranger a urbanização em África. Entre os seus muitos fatores, os conflitos armados deslocam as populações rurais para as cidades, acelerando os processos urbanos e afetando a sustentabilidade e a governação — o fenómeno da urbanização induzida por conflitos. Na província de Cabo Delgado, uma insurgência violenta tem deslocado milhares de civis desde 2017; muitos dos quais fugiram para a capital provincial, Pemba, duplicando a sua população em apenas cinco anos. Este artigo apresenta o quadro teórico e o desenho metodológico para uma investigação localizada no âmbito de uma crítica contemporânea dos principais estudos urbanos; o objetivo é analisar a urbanização induzida por conflitos em Pemba com um estudo de caso comparativo, utilizando métodos visuais participativos, para o qual foi realizado um estudo piloto em setembro de 2022. Com isto, o autor pretende contribuir para estudos urbanos empenhados em Moçambique e Portugal e transformar o trauma da guerra em oportunidades para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade.

 

Citação:

Agostinho do Amaral, S. Armed Conflict and Urbanization in Cabo Delgado, Mozambique: A Methodology for a Critical Inquiry. Urban Forum (2023). https://doi.org/10.1007/s12132-023-09505-y

Os Ismailis Lusófonos, os Aga Khan e Portugal: mais de um século de história (Sec xix-xxi)


Resumo (em francês):

La commémoration en 2018 du soixantième anniversaire de l’accession à l’Imamat de Aga Khan IV, son Altesse Prince Karim al Husseini, chef spirituel des Ismailis vivant dans plus de 25 pays, a constitué un moment particulier, surtout pour ses fidèles établis au Portugal et en Espagne. Si les relations récentes de leur Imam avec le gouvernement portugais méritent pleinement d’être évoquées, il faut remonter en arrière à plus d’un siècle et rappeler à la fois l’histoire de la communauté ismaili alors installée au Mozambique, et les liens établis par les Aga Khan III et IV avec l’Empire portugais.

Citação:

Nicole Khouri y Joana Pereira Leite, «Os Ismailis Lusófonos, os Aga Khan e Portugal: mais de um século de história (Sec xix-xxi)», Mélanges de la Casa de Velázquez [En línea], 53-2 | 2023, Publicado el 24 noviembre 2023, consultado el 07 diciembre 2023. URL: http://journals.openedition.org/mcv/20283; DOI: https://doi.org/10.4000/mcv.20283

Elementos Históricos e Ficcionalidade em Saga d’Ouro


Resumo:

Este artigo apresenta uma análise do romance Saga d’Ouro(2019), do escritor moçambicano Aurélio Furdela. Neste romance, a ficção e a história são habilmente combinadas. A narrativa tem lugar em Mwenemutapa, atual Zimbabwe, que abrangia algumas terras que hoje são Moçambique. Através das diferentes histórias das personagens, o autor retrata a vida de diferentes grupos a partir de diversas perspetivas, incluindo políticas, econômicas e culturais. Seguindo H.R. Jauss e a teoria da recepção, o objetivo da nossa análise éperceber a possível intenção e relação crítica entre passado e presente, considerar o estado atual da sociedade moçambicana e o seu modelo de desenvolvimento e compreender a importância do romance histórico na preservação da recordação do passado, evitando a repetição de erros no presente.

Citação:

Zhu, Anqi & Leite, A. M. (2023). “Elementos Históricos e Ficcionalidade em Saga D’Ouro”, In: A narrativa moçambicana no século XXI. Caderno Seminal Digital (n.º 45). Dialogarts. DOI DOI: http://dx.doi.org/10.12957/seminal.2023.79827

Memória e Identidade em Tornado, de Teresa Noronha


Resumo:

Este ensaio apresenta um breve estudo acerca de Tornado (2021), de Teresa Noronha, assente na exploração das identidades individual, coletiva e pós-colonial que podem ser encontradas na obra. Partindo da área dos Estudos de Memória, contemplando conceitos como “trauma”, “memória coletiva”, “contramemória feminina” e “guerras de memória” – que constituirão a base teórica deste trabalho – o objetivo é recontextualizar estas ferramentas conceptuais na esfera além-Holocausto, demonstrando a sua pertinência para o estudo que aqui se propõe. Pretende-se, portanto, oferecer uma leitura crítica, feminista e feminina, que se concentrará na personagem principal do romance de Noronha.

Citação:

Aires e Castro, A. & Leite, A. M. (2023). “Memória e Identidade em Tornado, de Teresa Noronha”, In: A narrativa moçambicana no século XXI. Caderno Seminal Digital (n.º 45). Dialogarts. DOI http://dx.doi.org/10.12957/seminal.2023.79823

Crimes e Violência no Índico Moçambicano Rabhia de Lucílio Manjate e a Ilha dos Mulatos de Sérgio Raimundo


Resumo:

Neste artigo analisam-se dois romances moçambicanos contemporâneos, nomeadamente, Rabhia de Lucílio Manjate, publicado em 2017 e A Ilha dos mulatos de Sérgio Raimundo, publicado em 2020. Embora com estruturas e opções narrativas distintas, como se verá ao longo do artigo, ambos os romances debruçam-se sobre a sociedade moçambicana contemporânea pelo prisma do crime e do mistério, proporcionando um retrato multifacetado da pós-colonialidade neste país africano. Como se verá, nestas narrativas, a pós-colonialidade surge marcada por memórias conflituosas e relações de género, raça e inter-geracionais complexas, fruto das múltiplas situações de violência vividas pelo país em suas transições históricas, políticas e económicas. Por outro lado, será analisada, em ambas as narrativas, a representação da relação histórica e identitária milenar entre Moçambique e o universo do Oceano Índico, abordando-se os tópicos das migrações, das mestiçagens raciais e culturais, bem como da difusão do Islão enquanto elemento religioso e cultural transnacional.

Citação:

Falconi, J. (2023). “Crimes e Violência no Índico Moçambicano Rabhia de Lucílio Manjate e a Ilha dos Mulatos de Sérgio Raimundo”, In: A narrativa moçambicana no século XXI. Caderno Seminal Digital (n.º 45). Dialogarts. DOI http://dx.doi.org/10.12957/seminal.2023.79831

A Categoria de Poético e a Meditação sobre a Escrita em Marizza de Mélio Tinga


Resumo:

Este ensaio apresenta um breve estudo acerca do romance Marizza (2021), de Mélio Tinga, assente no estudo e concepção de registo poético que a narrativa testemunha, bem como na sua organização metanarrativa, de meditação sobre a escrita. A recomposição do mito de Orfeu no romance, bem como um conjunto de intertextos fragmentários que o compõem, permite ao leitor entender a dimensão reflexiva e algo filosófico que o autor e narrador fazem sobre a beleza, amor, paixão e vida literária enquanto instituição (realização, edição,revisão, recepção e circulação do livro).

Citação:

Jeremias, R. M. & Leite, A. M. (2023). “A Categoria de Poético e a Meditação sobre a Escrita em Marizza de Mélio Tinga”, In: A narrativa moçambicana no século XXI. Caderno Seminal Digital (n.º 45). Dialogarts. DOI http://dx.doi.org/10.12957/seminal.2023.79832

Cultura, Cristianismo e Modernidade no Romance Mueda nos Labirintos dos Ritos de Iniciação de Carlos Paradona Rufino Roque


Resumo:

O tema “Cultura, Cristianismo e modernidade no romance ‘Mueda: nos labirintos dos ritos de iniciação’ de Carlos Paradona Rufino Roque” foca-se nos ritos de iniciação da cultura moçambicana no encontro com o cristianismo e a modernidade. Palco do romance, Mueda é uma vila moçambicana na província de Cabo Delgado e capital cultural do povo Makonde. O objectivo do artigo é comparar os elementos constitutivos dos ritos de iniciação em Mueda com os do mito clássico. Temperando história e ficção, o romance revela-nos os mistérios da liturgia iniciática e o ambiente sincrético dos habitantes de Mueda, alvo da crítica do autor. A procura pela jovem mais linda através dos ritos de iniciação atrai os jovens para Mueda. O objectivo dos rituais de iniciação é habilitar-se para conquistar a mulher mais bela, o que inscreve o romance no mesmo nível dos mitos clássicos como o de Páris e Helena ou Hipómenes e Atalanta.

Citação:

Nachivango, P. V. N. & Leite, A. M. (2023). “Cultura, Cristianismo e Modernidade no Romance Mueda nos Labirintos dos Ritos de Iniciação de Carlos Paradona Rufino Roque”, In: A narrativa moçambicana no século XXI. Caderno Seminal Digital (n.º 45). Dialogarts. DOI http://dx.doi.org/10.12957/seminal.2023.79834


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