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#DemocracyinAction! CEsA junta-se a consórcio europeu em projecto Horizon Europe de 3 milhões de euros para investigar a participação cívica e política através da cultura e das artes


Mais de 20 investigadores europeus reuniram-se nos dias 12, 13 e 14 de fevereiro de 2025 no ISEG, em Lisboa, para dar início ao projeto #DemocracyinAction (Horizon Europe). Foto: Marianna Rios/CEsA

O CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (ISEG RESEARCH/ISEG-Universidade de Lisboa), sob a coordenação das Professoras Doutoras Iolanda Évora e Jessica Falconi, acolheu nos passados 12, 13 e 14 de fevereiro de 2025, um grupo de mais de 20 investigadores europeus na Kick-Off Meeting que marcou o início da participação do centro português no projecto internacional #DemocracyinAction: Grassroots Culture, Arts and Cultural Spaces for Political Participation and Expression Online and Offline in a Resilient Europe. O projecto é coordenado pelas Professoras Doutoras Sara Brandellero (Universidade de Leiden) e Kamila Krakowska Rodrigues (Universidade de Leiden e CEsA) e financiado pelo programa Horizon Europe no valor de 3 milhões de euros, no âmbito da Cultura, Criatividade e Sociedade Inclusiva.

O projecto #DemocracyinAction é coordenado pelas Professoras Doutoras Sara Brandellero (Universidade de Leiden, à esquerda na foto) e Kamila Krakowska Rodrigues (Universidade de Leiden e CEsA, à direita na foto) e financiado pelo programa Horizon Europe no valor de 3 milhões de euros. Foto: Marianna Rios/CEsA

O #DemocracyinAction tem como objectivo estudar organizações culturais e artísticas de base comunitária em espaços físicos, bem como nas suas dimensões nas redes sociais e no metaverso. A investigação pretende compreender o potencial crítico destas iniciativas na promoção da democracia, identificando soluções para aumentar a expressão política significativa e a participação cidadã em quatro áreas-chave de transformação social:

  1. Nightivismo: explora a vida cultural nocturna urbana como forma de envolvimento político;
  2. Mobilização pelos direitos das mulheres;
  3. Expressões culturais e a participação cívica de minorias étnico-raciais;
  4. Activismo juvenil e educação cívica.
A equipa do CEsA, sob a coordenação das Professoras Doutoras Jessica Falconi (esq) e Iolanda Évora (dir), liderará o Work Package sobre Raça, Etnicidade e Participação Cívica, com foco nas produções culturais e artísticas e nos espaços criados por comunidades afrodiaspóricas. Foto: Marianna Rios/CEsA

Raça, Etnicidade e Participação Cívica

A Península Ibérica foi escolhida como um caso paradigmático de defesa cultural protagonizada por comunidades que, apesar de enfrentarem processos de racialização e discriminação étnica, têm desempenhado um papel significativo na redefinição dos panoramas culturais nacionais. Neste contexto, a equipa do CEsA liderará o Work Package sobre Raça, Etnicidade e Participação Cívica, com foco nas produções culturais e artísticas e nos espaços criados por comunidades afrodiaspóricas. Este estudo será comparado com experiências da comunidade cigana em Portugal e da comunidade marroquina em Espanha.

A investigação será desenvolvida em colaboração com organizações locais como a Associação Passa Sabi e a AfroLink em Portugal, e a Radio Africa Magazine em Espanha. A Passa Sabi dedica-se ao empoderamento de jovens afrodiaspóricos e ciganos em bairros multiculturais e economicamente vulneráveis. A AfroLink é uma plataforma digital focada no empreendedorismo negro, especialmente entre mulheres. Já a Radio Africa Magazine actua como uma ponte entre mobilizações culturais na Europa e iniciativas das comunidades africanas e afrodescendentes em todo o mundo.

O Work Package sobre Raça, Etnicidade e Participação Cívica será desenvolvido em colaboração com organizações locais como a Associação Passa Sabi (representada por Joana Mouta, à direita na foto) e a AfroLink (representada por Paula Cardoso, à esquerda na foto) em Portugal, e a Radio Africa Magazine em Espanha. Foto: Marianna Rios/CEsA

Inovação e Impacto

A colaboração com centros comunitários, teatros e salas de exposições trará ferramentas criativas comprovadas para mobilizar as pessoas para a participação cívica e mitigar a polarização social. Além disso, em parceria com designers e desenvolvedores digitais, o #DemocracyinAction explorará o potencial dos espaços virtuais imersivos, incluindo clubes nocturnos virtuais, para produzir investigação de ponta e recomendações políticas sobre o uso seguro e democrático das redes sociais e do metaverso.

Sobre o Consórcio

O consórcio do projecto conta com nove parceiros sediados em seis países europeus:

  • Universidade de Leiden (Países Baixos) – Coordenadora
  • Fundazione Santagata for the Economy of Culture (Itália)
  • Universidade Jaguelónica (Polónia)
  • Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA) (Portugal)
  • Fundação DE/MO (Países Baixos) – Promoção da democracia e cultura entre jovens
  • Conselho Nacional de Investigação Científica (CSIC) (Espanha)
  • VibeLab (Países Baixos) – Investigação e defesa da vida nocturna urbana
  • Hochschule Magdeburg-Stendal (Alemanha)
  • Institute of Public Affairs (Polónia) – Think-tank

O projecto envolverá também partes interessadas de todas as regiões da UE, bem como das Américas, África, Oriente Médio e Ásia, em contextos democráticos e não democráticos.

Para mais informações, acompanhe as actualizações no site do CEsA, no LinkedIn, Facebook e na Agenda CEsA.

A colaboração com centros comunitários, teatros e salas de exposições trará ferramentas criativas comprovadas para mobilizar as pessoas para a participação cívica e mitigar a polarização social. Foto: Marianna Rios/CEsA

Leia mais:

“#DemocracyinAction: GRASSROOTS CULTURE, ARTS AND CULTURAL SPACES FOR POLITICAL PARTICIPATION AND EXPRESSION ONLINE AND OFFLINE IN A RESILIENT EUROPE” – Site da Comissão Europeia

Democracy in action: Horizon grant for policy-oriented research on grassroots culture and democracy – Site da Universidade de Leiden

#DEMOCRACYINACTION. Research and Innovation Action “Grassroots Culture, Arts and Cultural Spaces for Political Participation and Expression Online and Offline in a Resilient Europe» – Site do CSIC, Espanha

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagens: CEsA/Reprodução

Working Paper CEsA apresenta um manual para a utilização do software estatístico SPSS


Com este manual procura-se explanar um modo rápido e eficaz de utilizar o IBM SPSS Statistics, na introdução, gestão e análise de dados

Já imaginou aprender a utilizar o software estatístico SPSS de forma rápida e prática, com um manual que atravessou décadas e fronteiras? Criado originalmente para uma formação na Guiné-Bissau em 1999, o Working Paper CEsA n.º 202/2025, intitulado Manual básico SPSS: como o utilizar de forma rápida e fácil, chega agora numa versão atualizada pelos Professores Doutores Carlos Sangreman, Raquel Faria e Nuno Cunha. Com revisões recentes e um foco na capacitação local, a publicação continua a ser uma referência essencial para estudantes, investigadores e profissionais da área.

O Working Paper n.º 122/2025 pode ser descarregado através da coleção do CEsA, disponível para consulta no Repositório da Universidade de Lisboa: https://repositorio.ulisboa.pt/bitstream/10400.5/98940/1/WP%20202-2025%20Sangreman%20e%20Faria%2020.02.pdf

Resumo:

Com este manual procura-se explanar um modo rápido e eficaz de utilizar o IBM SPSS Statistics, na introdução, gestão e análise de dados. Ou seja, a forma como a abordagem de dados pode ser realizada no domínio das ciências sociais utilizando a estatística descritiva, desmistificando a sua utilização.

 

Sobre os autores:

Carlos Sangreman é licenciado em Economia na Universidade de Lisboa (ISEG) e doutorado em Estudos Africanos em Ciências Sociais, no ISCTE, Lisboa, técnico superior no INE, com línguas de família português e francês, consultor internacional desde 1984 com missões em todos os PALOP e Timor-Leste. Entre 1998 e 2003 foi assessor junto do Ministro da Solidariedade e Segurança Social para a organização do Departamento de Cooperação para o Desenvolvimento e entre 2008 e 2012 assessor junto do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, para dinamizar o Fórum da Sociedade Civil para a Cooperação para o Desenvolvimento, tendo adquirido ao longo dos anos um profundo conhecimento da Cooperação portuguesa. Autor e coautor de livros, capítulos de livros e de artigos em revistas internacionais, e atualmente Professor sénior na Universidade de Aveiro e investigador no Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento da Universidade de Lisboa.

Raquel Faria é licenciada em Administração Pública (menor em Ciência Política), mestre em Ciência Política pela Universidade de Aveiro e doutorada em Altos Estudos em História – Época Contemporânea, com tese na área da Cooperação Portuguesa, pela Universidade de Coimbra. Para além de investigadora integrada no Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA), é igualmente docente e tutora nos cursos de especialização promovidos pelo Camões-ICL em parceria com a UNAVE. Igualmente, orientadora pedagógica nos Centros de Formação Talento. Com anos de experiência em projetos de cooperação e investigação, conta com várias publicações na área da Cooperação, tendo vindo a participar em conferências nacionais e internacionais. Nos últimos anos, tem procurado dedicar-se, em paralelo, à gestão de projetos em contexto nacional e internacional.

Nuno Cunha é, desde abril de 2023, especialista sénior em Instituições do Mercado de Trabalho no Ramo de Mercados de Trabalho Inclusivos, Relações Laborais e Condições de Trabalho (INWORK) da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra. Economista com especialização em Políticas Públicas (Mestrado pela Universidade de York), tem mais de 20 anos de experiência nas áreas do trabalho e da proteção social, tendo colaborado em pesquisas académicas e com ONG. Trabalhou, igualmente, no Ministério do Trabalho e da Segurança Social português, tendo também sido representante desse Ministério em São Tomé e Príncipe, antes de se juntar à OIT em 2005. Nesta mesma Organização, trabalhou no Departamento de Proteção Social em Genebra, antes de se mudar primeiro para África (Moçambique e Zâmbia) e, em 2015, para Banguecoque, onde foi Especialista Sénior em Proteção Social para o Leste e Sudeste Asiático até março de 2023.

Clique aqui e consulte toda a Coleção de Working Papers do CEsA

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagens: CEsA/Reprodução

 

Working Paper 202/2025: Manual básico SPSS: como o utilizar de forma rápida e fácil


Resumo:

Com este manual procura-se explanar um modo rápido e eficaz de utilizar o IBM SPSS Statistics, na introdução, gestão e análise de dados. Ou seja, a forma como a abordagem de dados pode ser realizada no domínio das ciências sociais utilizando a estatística descritiva, desmistificando a sua utilização.

Citação:

Sangreman, Carlos; Raquel Faria e Nuno Cunha .(2025). “Manual básico SPSS: como o utilizar de forma rápida e fácil”. CEsA/CSG – Documentos de trabalho nº 202/2025

Sessão de abril do Ciclo de Cinema e Descolonização exibirá o documentário Fogo no Lodo no Museu Nacional de Etnologia com entrada livre


A temporada 2024/2025 do Ciclo de Cinema e Descolonização decorre desde novembro de 2024, promovendo sessões em formato cineclube para explorar os legados e as memórias da descolonização. A próxima sessão, marcada para 5 de abril, contará com a exibição do documentário Fogo no Lodo (Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, 2023, Portugal, 119 min), galardoado em 2023 com o Prémio Fundação INATEL no Doclisboa – Festival Internacional de Cinema e em 2024 com o Prémio Especial do Júri no Apricot Tree Film Festival – festival dedicado ao documentário etnográfico, realizado na Arménia.

O filme será exibido às 10h, no auditório do Museu Nacional de Etnologia (Avenida Ilha da Madeira Lisboa 1400-204), com entrada livre e legendas em português. Após a projeção do filme, será realizado um debate com a participação de convidados e investigadores do CEsA (a confirmar).

 

Sinopse – Fogo no Lodo (Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, 2023, Portugal, 119 min)

Unal é uma aldeia de produtores de arroz cujos habitantes desempenharam um papel crucial na luta de libertação da Guiné-Bissau contra o colonialismo português. Foram os primeiros a envolver-se na revolta armada, mobilizando os seus espíritos ancestrais para a guerrilha. Ainda hoje, cada gesto do ciclo do arroz é assombrado por memórias de guerra. Um trauma inscrito em seus rituais, corpos, paisagens e música techno atuais. Uma imersão num caldeirão de formas religiosas e turbulências políticas, onde veteranos de guerra convivem com jovens inquietos, reivindicando o seu futuro na Guiné-Bissau contemporânea.

Ficha Técnica
Realização: Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca
Assistentes de Realização: Mamassaliu Na M’Baatcha (Sada) e Julio Na M’Baatcha
Imagem e Montagem: Daniel Barroca
Som, Banda Sonora e Mistura: Dídio Pestana
Colorista: Gonçalo Ferreira
Design Gráfico: Rui Silva
Produção Executiva: Catarina Laranjeiro
Produção: Rui Ribeiro, Elsa Sertório e Ansgar Schaefer
Direção de Produção na Guiné-Bissau: Queba Quebi

Prémios
[2023] Prémio Fundação INATEL, DocLisboa – Festival Internacional de Cinema
[2024] Special Jury Award, Apricot Tree Film Festival

Consulte a Folha de Sala

 

Sobre o Ciclo de Cinema e Descolonização

As sessões do Ciclo de Cinema e Descolonização prolongar-se-ão até junho de 2025, com projeções a decorrer no Auditório 2 do ISEG. Esta iniciativa decorre paralelamente à exposição Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário, patente no Museu Nacional de Etnologia até 2 de novembro.

Consulte a programação:

 

Urge entender a descolonização como um processo ainda em curso, que é preciso aceitar e integrar na dinâmica social, política, cultural e pessoal. O projeto visa criar um espaço de partilha, aberto e dinâmico, em que possam surgir memórias, narrativas, diálogos e reflexões. Tem coordenação da investigadora Jessica Falconi (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e curadoria da investigadora e realizadora moçambicana Isabel Noronha (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e do cineasta Camilo de Sousa.

Coordenação: Jessica Falconi (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa)
Curadoria: Isabel Noronha (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e Camilo de Sousa
Consultoria científica: Isabel Castro Henriques (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa), Joana Pereira Leite (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e Ana Mafalda Leite (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa)
Colaboração: Luca Fazzini e João Moreira Silva
Apoio: CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa

 

Leia mais:

Fogo no Lodo – Site do Kintop
Ciclo de Cinema e Descolonização | Projeção do Filme “Fogo no Lodo” – Site do ISEG
Fogo no Lodo – Trailer no YouTube
Programa da temporada 2024/2025 do Ciclo de Cinema e Descolonização, atividade paralela à exposição ‘Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário’

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagem: CEsA/Reprodução

Gravação do Seminário “A Competitividade e a Sustentabilidade Turísticas em Cabo Verde: 2 caminhos, 1 destino” disponível no canal de YouTube do CEsA


O Seminário sob a rubrica Development Studies “A Competitividade e a Sustentabilidade Turísticas em Cabo Verde: 2 caminhos, 1 destino” teve lugar no dia 11 de março de 2025, às 20h00, na Sala 006-Francesinhas 1, no ISEG, apresentado pelo Professor Doutor José Luís Mascarenhas (Universidade de Santiago, Cape Verde). A palestra foi gravada e agora está disponível no canal de YouTube do CEsA.

A sessão foi promovida no âmbito dos Development Studies Seminars, uma iniciativa que, desde 1991, promove a investigação conduzida nas áreas de estudo do Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional (MDCI) do ISEG e do Programa de Doutoramento em Development Studies (PDED) da Universidade de Lisboa.

A apresentação analisou a evolução do turismo em Cabo Verde ao longo do século XXI e os desafios para a coexistência da competitividade e da sustentabilidade neste sector. O orador refletiu também sobre novas perspetivas para o futuro do Turismo, levando em consideração as características e a estratégia de desenvolvimento deste país insular africano até 2026.

Assista à gravação

Leia mais:

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagem: CEsA/Reprodução

A Opinião Pública e a Cooperação para o Desenvolvimento Portuguesa


Resumo:

Quase 20 anos após a primeira sondagem à opinião pública face ao papel da Cooperação para o Desenvolvimento, em particular da Cooperação Portuguesa, encetámos um novo estudo para conhecer o que pensa a sociedade portuguesa sobre este sector, numa altura em que se desenvolve um novo ciclo estratégico da Cooperação Portuguesa. Nesse sentido, a Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP) propôs ao Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento do Instituto Superior de Economia e Gestão (CEsA/ISEG) e ao Departamento de Ciências Sociais e Políticas do Território da Universidade de Aveiro (DCSPT/UA) um processo de actualização do conhecimento sobre a opinião pública portuguesa, de forma a facultar uma visão mais fidedigna ao nível de opiniões desta área e melhor planificar estratégias para o diálogo e o debate público com diferentes sectores da sociedade, incluindo decisores políticos nacionais e jornalistas.

A Estratégia da Cooperação Portuguesa 2030 destaca, entre outras coisas, a importância da comunicação com a sociedade e da visibilidade do sector para permitir um maior entendimento e reconhecimento do seu papel no cômputo das políticas públicas portuguesas. De facto, em Portugal, a Cooperação para o Desenvolvimento continua a ocupar um espaço residual no debate político, sobretudo ao nível da Assembleia da
República e dos media, persistindo ainda dificuldades em abordar e trabalhar de forma sistemática com os/as deputados/as e os/as jornalistas portugueses/as e em colocar os temas do Desenvolvimento e da Cooperação internacional nos media.

Nos últimos 20 anos, a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento sofreu alterações profundas, a que não ficou alheia a Cooperação Portuguesa. Embora seja uma política sobre a qual existe pouco debate institucional a nível nacional, é um sector crucial na forma de relacionamento de Portugal com o mundo, nomeadamente com alguns dos países com os quais mantém relações bilaterais fortes, como os PALOP e
Timor-Leste. Essa relação não passa unicamente pelo Estado, mas envolve um conjunto alargado de sectores, públicos e privados, com e sem fins lucrativos, abordando a Cooperação para o Desenvolvimento de formas diferenciadas e dando origem a diferentes formas de relacionamento.

Esta sondagem não surge no vazio e não está naturalmente imune ao contexto internacional actual, particularmente adverso, e que coloca desafios acrescidos à Cooperação para o Desenvolvimento. No entanto, esta política pública tem um papel singular na promoção do Desenvolvimento, da paz e dos direitos humanos. Os conflitos actuais, com destaque para as guerras em Gaza e na Ucrânia (que assinalou o regresso da guerra à Europa), o desrespeito e o descrédito pelo Direito Internacional e pelo multilateralismo, bem como o aumento do discurso populista um pouco por todo o mundo e, muito particularmente na Europa, são elementos caracterizadores do ambiente em que a Cooperação para o Desenvolvimento precisa de se continuar a afirmar e reforçar enquanto expressão mais nobre da política externa dos Estados e das instituições internacionais.

Citação:

ACEP & CEsA (2024). “A Opinião Pública e a Cooperação para o Desenvolvimento Portuguesa”. ISBN 978-989-8625-35-9

Clube de Leitura Development Studies sobre Literaturas Africanas homenageia os 50 anos das Independências Africanas


O CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (ISEG Research) vai lançar, em março de 2025, o seu primeiro clube de leitura, sob a rubrica Development Studies e sob a coordenação da investigadora Susana Brissos, professora auxiliar convidada do ISEG – Universidade de Lisboa.

O Clube de Leitura Development Studies sobre Literaturas Africanas nasce para assinalar os 50 anos das Independências Africanas, iniciando-se com a leitura de Nós, os do Makulusu, do angolano José Luandino Vieira, e Terra Sonâmbula, do moçambicano Mia Couto – dois dos mais destacados escritores contemporâneos de língua portuguesa.

As sessões inaugurais terão lugar a 31 de março e 23 de abril, sempre às 16h30, na Sala 209 do Edifício Francesinhas 1 – ISEG (Entrada pela Rua das Francesinhas, 1200-731 Lisboa, Portugal). A participação é gratuita e a discussão decorrerá em português.

 

Clube de Leitura Development Studies sobre Literaturas Africanas
31 de março de 2025, 16h30, Sala 209-Ed. Francesinhas 1, ISEG: Livro Nós os do Makulusu (José Luandino Vieira, Angola)
23 de abril de 2025, 16h30, Sala 209-Ed. Francesinhas 1, ISEG: Livro Terra Sonâmbula (Mia Couto, Moçambique)

 

Sinopse do livro Nós, os do Makulusu (José Luandino Vieira, Angola)

Escrito em 1967 no campo de concentração do Tarrafal (crismado de “Campo de Trabalho de Chão Bom”) em apenas uma semana — “de um só jacto”, para usar as palavras do próprio autor —, Nós, os do Makulusu continua a ser a obra de José Luandino Vieira mais complexa no seu processo de construção de uma linguagem literária com base na linguagem popular de Luanda e das interferências entre as línguas portuguesa e quimbunda. A isso não será certamente alheio o facto de, a par do fluxo do passado — uma constante em todos os seus livros —, o futuro ser também chamado à narrativa, obviamente sob forma prospectiva. Uma narrativa cujo sujeito, interrogando-se até à última linha, é afinal o espelho de uma geração frente à necessidade histórica de uma guerra de libertação — individual e colectiva — e a que coube questionar o passado e partir à invenção do futuro. Terminando por uma interrogação face a esse futuro, o romance mantém-se, hoje, mais actual que no momento da escrita. A resposta à pergunta final continua em aberto.

 

Sinopse do livro Terra Sonâmbula (Mia Couto, Moçambique)

Primeiro romance do moçambicano Mia Couto, já bem conhecido e apreciado pelo público português, Terra Sonâmbula tem como pano de fundo os tempos da guerra em Moçambique, da qual traça um quadro de um realismo forte e brutal. Dentro deste cenário de pesadelo movimentam-se personagens de uma profunda humanidade, por vezes com uma dimensão mágica e mítica, todos vagueando pela terra destroçada, entre o desespero mais pungente e uma esperança que se recusa a morrer. Terra Sonâmbula é um romance admirável, sem dúvida uma das melhores obras literárias que nos últimos anos se escreveram em português. Foi considerado um dos melhores livros africanos do século XX.

 

 

 

 

Sobre o Clube de Leitura Development Studies

O projeto visa criar um espaço de diálogo aberto e criativo entre pessoas interessadas em explorar, aprofundar conhecimentos e discutir perceções sobre as Literaturas Africanas. A ideia é trabalhar a literatura produzida em língua portuguesa no âmbito dos países da CPLP e eventualmente alargar a outros autores africanos e da América Latina. Tem coordenação da investigadora Susana Brissos (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/Universidade de Lisboa) e apoio do CEsA (ISEG RESEARCH/ISEG/Universidade de Lisboa).

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagens: CEsA/Reprodução

Lançamento da Mundo Crítico n.º 11, “Mulheres, Poder e Liderança”, a 12 de Março na Universidade Aberta


 

Por muito que seja evidente que a participação equitativa na vida política é essencial para os processos de desenvolvimento, os dados continuam a demonstrar que as mulheres permanecem sub-representadas em todos os níveis de tomada de decisão. A paridade de género na esfera política está ainda longe de ser alcançada, e o acesso das mulheres a posições de liderança é marcado, quotidianamente, por uma negociação constante entre o espaço privado e o espaço público, independentemente do contexto de ação.

A edição número 11 da revista Mundo Crítico, dedicada ao tema “Mulheres, poder e liderança”, propõe uma leitura crítica e diversificada, abrangendo diferentes geografias e épocas, sobre as formas como se articulam as relações entre as mulheres, o poder e os diversos tipos de liderança. Esta abordagem permite uma compreensão mais profunda dos mecanismos e valores que sustentam o funcionamento das sociedades.

A sessão de apresentação terá lugar no dia 12 de março, às 17h30, na sede da Universidade Aberta (Palácio Ceia, Rua da Escola Politécnica, 147), em colaboração com o Mestrado em Estudos de Género, Cidadania e Desenvolvimento desta instituição. À semelhança dos números anteriores, seguir-se-á o prolongamento da conversa imperfeita entre as historiadoras Ana Paula Tavares (Investigadora da Universidade de Lisboa) e Patrícia Godinho Gomes (Investigadora em Codesria-Dakar), que refletirão sobre os desafios enfrentados pelas mulheres nos países africanos, explorando o conceito de geração e a relevância da participação feminina na construção das nações independentes. A moderação estará a cargo de Leopoldina Fekayamale (Uninova e Ondjango Feminista).

Outros contributos desta edição analisam as dificuldades de acesso das mulheres ao poder a nível global e como a sua participação política se manifesta também em contextos informais, onde criam condições para a sua própria agência e sobrevivência. O ensaio fotográfico de Dário Pequeno Paraíso, Um novo Tchiloli, ilustra a capacidade de reinvenção da tradição, apresentando retratos de jovens mulheres de São Tomé e Príncipe que reinterpretam, no feminino, uma das expressões culturais mais emblemáticas do arquipélago.

A Mundo Crítico resulta de uma parceria entre a ACEP e o CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento, com o apoio do Camões, I.P. e da FCT.

Mais informações em https://mundocritico.org/.

 

Autor: ACEP
Imagens: ACEP/Reprodução

Development Studies Seminars 2025 | A Competitividade e a Sustentabilidade Turísticas em Cabo Verde: 2 caminhos, 1 destino


Os Development Studies Seminars são uma iniciativa que, desde 1991, promove a investigação conduzida nas áreas de estudo do Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional (MDCI) do ISEG e do Programa de Doutoramento em Development Studies (PDED) da Universidade de Lisboa

 

 

Development Studies Seminars 2025

Tema: A Competitividade e a Sustentabilidade Turísticas em Cabo Verde: 2 caminhos, 1 destino
Orador: Professor Doutor José Luís Mascarenhas (Universidade de Santiago, Cabo Verde)
Data: 11 de Março de 2025 (terça-feira)
Hora: 20h-22h
Local: Sala 006, Ed. Francesinhas 1, ISEG (Entrada pela Rua das Francesinhas 1200-731, Lisboa, Portugal)
Evento presencial e com entrada livre

 

Sobre José Luís Mascarenhas

José Luís Mascarenhas Monteiro, tendo a sua origem em Santa Catarina da ilha de Santiago (Tomba Touro), nasceu na cidade da Praia, onde fez os estudos primários. Em Portugal, fez os estudos secundários, tendo Licenciatura e Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional no ISEG (Universidade de Lisboa). Em 2023, conclui o seu Doutoramento em Development Studies na mesma instituição.

Sócio Fundador da Universidade de Santiago (US), exerceu os cargos de Pró-Reitor; Secretário-Geral; Chefe de Departamento; Coordenador de cursos de Licenciatura e Mestrado; CEO da SCC (Entidade Titular da US); Presidente da CEUS – Casa do Empreendedor. É Professor Convidado desde 2008 nesta instituição de ensino.

Desde 2022, José Luís Mascarenhas Monteiro é consultor do Governo de Cabo Verde e do Banco Mundial.

 

Publicação do autor relacionada com esta sessão: Tourism competitiveness in Cape Verde : the case of Tarrafal/Santiago

Resumo: The study of competitiveness has been constantly gaining importance in recent decades. Cape Verde Government elected Tarrafal as a development hub of tourism competitiveness. Since the empirical validation of competitiveness Cape Verde is still shortfall, so the current research aims to analyze the determinants of competitive advantage of tourism in Tarrafal. To achieve this goal, it was adopted a qualitative methodology based on a sample of the major 136 key players in the tourism area and the creation of four working groups during Tarrafal Technical Days (1 and 2 July 2022) to better discuss these issues. The discussion of the nal conclusions from each working group, allowed to systematize some major development alternatives to Tarrafal as a strategic tourism hub. Major implications for managers were also presented, such as the importance to develop and reinforce cultural traditions, reinforce entrepreneurship in order to maximize the tourism chain value through the implementation of better infrastructures (better roads, a maritime port as well as an aerodrome), diversify the tourist o er based on di erent segments (culture, nature, sports, events, remote working among others) and bene t other regions and municipalities around the county.

Link: Tourism competitiveness in Cape Verde: the case of Tarrafal/Santiago | Revista Turismo & Desenvolvimento

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagens: CEsA/Reprodução

Colóquio A Revolução e a Economia debate o impacto do 25 de Abril na economia e na política, a 15 de março no ISEG


 

O CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento e a iniciativa Abril É Agora irão promover um evento aberto para analisar o 25 de Abril nas suas relações com a economia e a política e debater os antecedentes e o legado da experiência revolucionária. O Colóquio A Revolução e a Economia reunirá historiadores, economistas e especialistas das ciências sociais a 15 de março (sábado), das 10h30 às 18h, no Auditório 2 do ISEG (Rua do Quelhas 6, Edifício Quelhas, 2º Piso – Claustro), com entrada livre.

 

 

A Revolução e a Economia || Abril é Agora / CEsA || 15 março || ISEG (Auditório 2, Edifício Quelhas, 6)

Até que ponto e de que forma é que a irrupção revolucionária de 25 de Abril de 1974 foi consequência do esgotamento do modelo económico do Estado Novo? Numa altura em que as leituras revisionistas sobre esse modelo ganham fulgor, que balanço devemos fazer das contradições e bloqueios que caracterizavam a sociedade e economia portuguesas nas vésperas da Revolução? Que novas experiências de organização económica foram ensaiadas nas fábricas e nos campos no período revolucionário? Que visões e modelos de sociedade é que essas experiências procuravam concretizar e quais os limites e desafios que enfrentaram? Como, com que atores e com que consequências teve lugar a transição liberal na ressaca da Revolução?

Cinquenta anos volvidos sobre o período revolucionário desencadeado pelo 25 de Abril de 1974, o Abril é Agora e o CEsA -Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento promovem um colóquio para analisar a Revolução de Abril nas suas relações com a economia, incluindo ao nível da política económica e da economia política. Ao longo de um dia de comunicações e debates, pretendemos discutir os antecedentes da Revolução, o processo revolucionário propriamente dito e o legado da experiência revolucionária em termos daquilo que foi conquistado, aquilo que permaneceu e aquilo que foi desmantelado.

No ISEG, em Lisboa, reuniremos historiadores, economistas e outros especialistas no dia 15 de março para debater estas e outras questões de forma rigorosa e tomando partido, como deve fazer toda a boa ciência social. Estão todas e todos convidados a juntar-se a nós para este evento.

Para participares deves inscrever-te aqui: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfIetPmO72pH9zQ-UrAlBHSNwCXJJYWg95CO55b2l19nP9Xxw/viewform?pli=1

 

 

PROGRAMA

10h30 – Receção aos participantes

10h45 – Abertura – Alexandre Abreu

11h00 – Painel 1: A crise do modelo económico do Estado Novo
– Guilherme Rodrigues e João Reis: O mito do milagre económico-educacional do Estado Novo
– António Rafael Amaro: O fracasso do modelo de Estado Social Corporativo de Salazar e Caetano
– Manuel Loff: “Ouvem-se já os tambores…”: Guerra e crise de hegemonia da ditadura salazarista (1960-74)

12h30 – Pausa para almoço

14h00 – Painel 2: PREC, economia e participação popular
– Ricardo Noronha: A via portuguesa para o socialismo: planos, projetos e debates (1974-76)
– Pâmela Cabreira: A autogestão em fábricas têxteis durante o PREC: limites e desafios
– Cecília Honório e Rita Calvário: A Revolução de Abril vivida pelas mulheres rurais

15h30 – Pausa para café

15h45 – Painel 3: O refluxo da Revolução e a transição liberal
– Ana Costa: O Banco de Portugal e a produção e disseminação de ideias económicas na transição liberal
– Maria Clara Murteira: O refluxo dos direitos sociais na transição liberal
– Carlos Bastien: O desenvolvimento económico português antes e depois da revolução de Abril visto do ISEG

17h15 – Encerramento – Francisco Louçã

 

Leia mais:

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

Colóquio A Revolução e a Economia – Site Abril É Agora

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt) com informações do Abril É Agora
Imagem: Abril É Agora/Reprodução


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