Ciclo de Cinema e Descolonização exibirá "Fogo no Lodo"
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Sessão de abril do Ciclo de Cinema e Descolonização exibirá o documentário Fogo no Lodo no Museu Nacional de Etnologia com entrada livre

A temporada 2024/2025 do Ciclo de Cinema e Descolonização decorre desde novembro de 2024, promovendo sessões em formato cineclube para explorar os legados e as memórias da descolonização. A próxima sessão, marcada para 5 de abril, contará com a exibição do documentário Fogo no Lodo (Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, 2023, Portugal, 119 min), galardoado em 2023 com o Prémio Fundação INATEL no Doclisboa – Festival Internacional de Cinema e em 2024 com o Prémio Especial do Júri no Apricot Tree Film Festival – festival dedicado ao documentário etnográfico, realizado na Arménia.

O filme será exibido às 10h, no auditório do Museu Nacional de Etnologia (Avenida Ilha da Madeira Lisboa 1400-204), com entrada livre e legendas em português. Após a projeção do filme, será realizado um debate com a participação dos realizadores, Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, e de convidados, nomeadamente o escritor guineense Amadu Dafé e o cineasta e escritor guineense Onésio Soda.

 

Sinopse – Fogo no Lodo (Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, 2023, Portugal, 119 min)

Unal é uma aldeia de produtores de arroz cujos habitantes desempenharam um papel crucial na luta de libertação da Guiné-Bissau contra o colonialismo português. Foram os primeiros a envolver-se na revolta armada, mobilizando os seus espíritos ancestrais para a guerrilha. Ainda hoje, cada gesto do ciclo do arroz é assombrado por memórias de guerra. Um trauma inscrito em seus rituais, corpos, paisagens e música techno atuais. Uma imersão num caldeirão de formas religiosas e turbulências políticas, onde veteranos de guerra convivem com jovens inquietos, reivindicando o seu futuro na Guiné-Bissau contemporânea.

Ficha Técnica
Realização: Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca
Assistentes de Realização: Mamassaliu Na M’Baatcha (Sada) e Julio Na M’Baatcha
Imagem e Montagem: Daniel Barroca
Som, Banda Sonora e Mistura: Dídio Pestana
Colorista: Gonçalo Ferreira
Design Gráfico: Rui Silva
Produção Executiva: Catarina Laranjeiro
Produção: Rui Ribeiro, Elsa Sertório e Ansgar Schaefer
Direção de Produção na Guiné-Bissau: Queba Quebi

Prémios
[2023] Prémio Fundação INATEL, DocLisboa – Festival Internacional de Cinema
[2024] Special Jury Award, Apricot Tree Film Festival

Consulte a Folha de Sala

 

Conheça os debatedores:

Catarina Laranjeiro é investigadora do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH, onde desenvolve uma investigação sobre cinema vernacular em Cabo-Verde e Guiné-Bissau e respectivas diásporas em Portugal e França. É doutora em Pós-Colonialismos e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e mestre em Antropologia Visual e dos Media pela Freie Universitaet Berlin. Participa, regularmente, em diversos projetos e colectivos que cruzam a antropologia, a fotografia e o cinema. Realizou o filme Pabia di Aos (2013) e co-realizou, com Daniel Barroca, o filme Fogo no Lodo (2022).

 

Daniel Barroca é um artista plástico que trabalha em formatos audiovisuais e interdisciplinares. Realizou residências na Academia de Espanha, Roma, (2003-2004); Künstlerhaus Bethanien, Berlim, (2007); Galeria QBox, Atenas, (2009); Rijksakademie van Beeldende Kunsten, Amsterdão, (2010-2011); Programa Home Workspace, Ashkal Alwan, Beirute (2013-2014); e Open Sessions, The Drawing Center, Nova York (2014-2015). A obra de Barroca inclui instalações de cinema expandido que, ao longo dos anos, têm sido apresentadas em diversos espaços nacionais e internacionais. Em 2018 concluiu o mestrado em Antropologia na Universidade da Florida, Gainesville, como parte da sua ampla investigação sobre a criação de imagens imateriais durante a Guerra Colonial. É doutorando em Antropologia no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS).

 

Amadu Dafé nasceu em Ingoré, Guiné-Bissau, e vive em Portugal há mais de doze anos, onde se formou em Direito e Direito do Emprego Público pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Também é formado em Contabilidade pela Escola Nacional de Administração na Guiné-Bissau. É apresentador do Mar de Letras, um dos mais antigos e prestigiados programas do canal para África da RTP. É cofundador da Casa da Cultura da Guiné-Bissau em Lisboa e integra, como membro efetivo, a Associação de Escritores da Guiné-Bissau e o PEN Guiné-Bissau. Em 2021, editou/organizou a redição das obras de Florbela Espanca, intitulada “Florbela Espanca – Alma Sonhadora Irmã Gémea de Fernando Pessoa”, pela Manufactura Editora (obra vencedora do Prémio Livro do Ano da Bertrand 2021, na categoria de reedições). É autor de várias obras, designadamente: A Selva Mágica das Sarnadas de Ródão, 2023, pelo Editorial Novembro; A Cidade que Tudo Devorou, 2022, pela Nimba Edições; Jasmim, 2020, pela Manufactura Editora (obra traduzida para a língua alemã); Ussu de Bissau, 2019, pela Manufactura Editora (obra finalista do Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz e BCP 2021); Magarias, 2017, pela Esfera do Caos–Editores. É coautor de Fora de Jogo, 2019 (coletânea de contos, em edição comemorativa dos 25 anos da Editora KuSiMon, traduzida para o espanhol). Entre outras distinções, foi vencedor (2x) do Prémio Literário José Carlos Schwarz (2017 e 2015) e do Prémio Literário Internacional Conto Infantil – Matilde Rosa Araújo (2012).

 

Onésio Soda, pseudónimo UNKAFF, guineense, cineasta, escritor, sociólogo, militar, atualmente candidato ao mestrado em Estudos de Desenvolvimento no ISTEC-IUL. Cofundador e membro da Associação Kabaz Kultural. Membro da Comissão da Recolha de Dados Históricos da Luta de Libertação Nacional do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Mentor do projeto Nô ambiente, Nô mamê. Autor dos filmes de curta-metragem: Vozes de Mar, 2019 e Lágrimas de SIDA, 2020, do ensaio: A Luta na Guiné: da luta pacífica à luta armada, 2020; do artigo: O papel do Museu Militar da Luta Libertação Nacional na formação da Consciência Histórica Guineense 2021 e do ensaio: A pequena Guiné e a sua grande história, 2022.

 

Sobre o Ciclo de Cinema e Descolonização

As sessões do Ciclo de Cinema e Descolonização prolongar-se-ão até junho de 2025, com projeções a decorrer no Auditório 2 do ISEG. Esta iniciativa decorre paralelamente à exposição Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário, patente no Museu Nacional de Etnologia até 2 de novembro.

Consulte a programação:

 

Urge entender a descolonização como um processo ainda em curso, que é preciso aceitar e integrar na dinâmica social, política, cultural e pessoal. O projeto visa criar um espaço de partilha, aberto e dinâmico, em que possam surgir memórias, narrativas, diálogos e reflexões. Tem coordenação da investigadora Jessica Falconi (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e curadoria da investigadora e realizadora moçambicana Isabel Noronha (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e do cineasta Camilo de Sousa.

Coordenação: Jessica Falconi (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa)
Curadoria: Isabel Noronha (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e Camilo de Sousa
Consultoria científica: Isabel Castro Henriques (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa), Joana Pereira Leite (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e Ana Mafalda Leite (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa)
Colaboração: Luca Fazzini e João Moreira Silva
Apoio: CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa

 

Leia mais:

Fogo no Lodo – Site do Kintop
Ciclo de Cinema e Descolonização | Projeção do Filme “Fogo no Lodo” – Site do ISEG
Fogo no Lodo – Trailer no YouTube
Programa da temporada 2024/2025 do Ciclo de Cinema e Descolonização, atividade paralela à exposição ‘Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário’

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagem: CEsA/Reprodução


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