Arquivo de Europa - CEsA

Europa

A Cooperação Europeia para o Desenvolvimento em 2024: Desafios e perspectivas


Resumo:

Em ano de eleições para o Parlamento Europeu (PE), e num contexto de incerteza crescente à escala planetária, o estudo “A Cooperação Europeia para o Desenvolvimento em 2024: Desafios e perspectivas” foi elaborado no seguimento da publicação “O Futuro da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento: Fragmentação, adaptação e inovação num mundo em mudança” (2021). Nele, traçamos a evolução mais recente da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID) da União Europeia (UE) a nível institucional e das políticas, com destaque para o papel do Parlamento Europeu. Analisamos ainda a relação da CID portuguesa com a sua congénere europeia, com destaque para a centralidade dos países parceiros dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste (PALOP-TL) e para o papel da sociedade civil. Concluímos este trabalho com reflexões sobre as implicações para a cooperação europeia, para a cooperação portuguesa e para a sociedade civil da crescente importância da geopolítica no atual contexto de incerteza global, das transformações político-institucionais observadas na CID europeia e de uma provável configuração do PE para a nova legislatura, onde é expectável que forças políticas opositoras à cooperação para o desenvolvimento sairão reforçadas.

Citação:

Bernardo, Luís Pais, Luís Mah e Ana Luísa Silva (2024). A cooperação europeia para o desenvolvimento em 2024 : desafios e perspectivas. Lisboa: Plataforma Portuguesa das ONGD

A certificação de sustentabilidade na Indústria Têxtil Portuguesa: um estudo exploratório


Resumo:

Este estudo é uma análise da certificação de sustentabilidade na indústria têxtil portuguesa. O objetivo central é mapear o panorama atual das práticas sustentáveis adotadas por este setor crucial da economia portuguesa, avaliando as implicações, desafios e benefícios da certificação no contexto económico e ambiental contemporâneo. Procuramos entender como as certificações de sustentabilidade podem servir como um instrumento estratégico para impulsionar a competitividade das empresas portuguesas no mercado global, respondendo à procura crescente por produtos éticos e ambientalmente conscientes. A metodologia empregada neste estudo envolve uma revisão da literatura existente sobre sustentabilidade na indústria têxtil. Fundamentalmente, é uma análise híbrida e comparativa: utilizamos o universo completo das empresas têxteis portuguesas certificadas. Esta abordagem estreita não responde a todas as questões, mas permite transformar o presente estudo num pequeno passo para uma investigação comprometida com o apoio às empresas que, com riscos e custos claros, decidem investir na sustentabilidade e com a pressão que a sociedade pode e deve exercer sobre os legisladores, no sentido da implementação de quadros regulatórios mais fortes, e as empresas que decidem não investir em sustentabilidade. É um pequeno passo que, esperamos, resultará em novos esforços de investigação. Oferecemos, assim, uma visão sobre o papel da certificação de sustentabilidade como um diferencial competitivo para a indústria têxtil portuguesa. Enfatiza-se a importância crescente da sustentabilidade como critério de escolha para consumidores e parceiros comerciais internacionais, reforçando a necessidade de as empresas portuguesas continuarem a investir em práticas sustentáveis e na obtenção de certificações que validem seus esforços. O estudo também apresenta e discute recomendações para políticas e estratégias futuras, com o objetivo de fortalecer a posição de Portugal como líder em produção têxtil sustentável no cenário global.

Citação:

Bernardo, Luís Pais (2024). A certificação de sustentabilidade na Indústria Têxtil Portuguesa : um estudo exploratório. Lisboa: Oficina Global.

Primeiro Passo Repensar: Um olhar sobre o consumo de moda sustentável dos jovens universitários em Portugal


Resumo:

O consumo sustentável de moda passa por escolhas conscientes de compra, uso/manutenção e descarte de cada peça de roupa. É por isso importante Repensar, Rejeitar, Reduzir, Reparar, Reutilizar e Reciclar. Este estudo foi realizado com o objetivo de perceber os comportamentos e consciência ambiental dos jovens universitários residentes em Portugal durante as três principais fases do consumo de moda, a partir de um inquérito por questionário online junto de 271 jovens universitários entre os 18 e os 26 anos. Este estudo foi realizado com o inquérito esteve aberto para submissão de respostas no período de 15 de junho a 24 de julho de 2023.

Citação:

Silva, Ana Luísa e Renata Assis (2024). Primeiro passo repensar : um olhar sobre o consumo de moda sustentável dos jovens universitários em Portugal. Lisboa: FEC | Fundação Fé e Cooperação e CEsA/ISEG-UL.

Algodão, uma fibra global


Resumo:

O algodão não engana. Esta frase, tão conhecida em Portugal, mostra bem como a mais importante das fibras naturais – do ponto de vista histórico e comercial – se estabeleceu nas nossas vidas. Mas o algodão, embora não engane, esconde. Não é apenas uma fibra. É toda uma indústria global. Articula relações de produção e consumo com impacto direto na sobrevivência de milhões de seres humanos em todo o planeta. Define o destino de solos e fontes de água. Tem um impacto muito relevante no ambiente. O algodão é agricultura, moda e alta tecnologia. Tem uma história complexa e perturbadora: pode ser doce, mas também é amargo. A simplicidade do toque combina com a complexidade do seu ciclo de vida, que abarca campos de algodão no Burkina Faso, fábricas de vestuário no Bangladesh, desfiles de moda em Milão e algoritmos em Nova Iorque. Esta distribuição não é inocente: a divisão do valor, que se intui a partir da diferença entre o rendimento de uma trabalhadora agrícola no Burkina Faso, uma gestora de fábrica no Bangladesh e uma estilista consagrada em Milão, ilustra bem como se organizam assimetrias à escala planetária. O algodão ajuda-nos a articular estas paisagens e atividades. Este briefing destina-se a qualquer pessoa interessada em compreender a moda que consome e as fibras que veste. Mas também se destina, em particular, a quem toma decisões sobre a regulação da produção e consumo do algodão. O consumo responsável pode ser uma base importante para a alteração das estruturas económicas, mas raramente basta. O nosso propósito é claro: agir só faz sentido depois de clarificar, conhecer e informar.

Citação:

Bernardo, Luís Pais (2023). Algodão, uma fibra global. Lisboa: FEC | Fundação Fé e Cooperação.

Perspetivas do desenvolvimento dos jovens residentes na Freguesia de Santa Clara em Lisboa, pós-pandemia Covid-19


Resumo:

O presente estudo foi realizado entre os meses de setembro e dezembro de 2021 e teve como objetivo identificar as perspetivas, analisar as barreiras do desenvolvimento pessoal e local e compreender o impacto da Covid-19 na vida dos jovens de 15 a 24 anos residentes na Freguesia de Santa Clara, em Lisboa. O estudo serve para a melhor compreensão das vulnerabilidades e perspetivas dos jovens e investigou até que ponto as iniciativas por parte das instituições públicas e organizações da sociedade civil conseguem dar respostas a estes desafios. Os resultados deste estudo de caso dos jovens de uma freguesia específica da cidade de Lisboa podem ser utilizados para a planificação das políticas públicas para os jovens.

Citação:

Tengler, Hemma (coord.). (2022). Perspetivas do desenvolvimento dos jovens residentes na Freguesia de Santa Clara em Lisboa, pós-pandemia Covid-19. Lisboa: Oficina Global.

The Values of Portuguese International Development Cooperation: Review and update after 2013


Resumo:

Nos últimos anos, a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento tem assumido particular importância na investigação científica e existem atualmente vários estudos de âmbito geral ou limitados a um espaço geográfico ou temático mais reduzido, como os que incidem sobre políticas de cooperação nacionais. De uma forma geral, estes trabalhos têm procurado não só explicar a sua evolução histórica, institucional e estratégica, mas também constituir uma base de reflexão sobre um longo percurso de ideias, valores e práticas que tem vindo a seguir e os seus resultados com os países parceiros. A Cooperação Portuguesa não foge à regra e, em geral, todas as publicações que a contextualizam referem-se direta ou indiretamente aos valores gerais que a regem. Contudo, não existem estudos que identifiquem os valores de referência individuais da atuação dos atores da Cooperação na sua prática de identificação, gestão e avaliação de projetos. Neste artigo, pretendemos identificar os valores considerados como princípios orientadores da ação que os atores da Cooperação Portuguesa consideram individualmente nas práticas que desenvolvem. Tal intenção constitui uma verdadeira inovação, uma vez que os únicos valores identificados até agora são aqueles que os governos incluem nas estratégias apresentadas, mais ou menos inspiradas nos documentos da União Europeia (UE) e do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Citação:

Sangreman, Carlos e Raquel Faria (2024). ” The values of Portuguese International Development Cooperation: Review and Update after 2013″. In Recent Research Advances in Arts and Social Studies (Vol. 4), M. Camino Escolar-Llamazares (ed), 148-167. London: B P International

African women’s trajectories and the Casa dos Estudantes do Império, Ethnic and Racial Studies


Resumo:

Este artigo compara as trajetórias de diferentes mulheres que cruzaram a Casa dos Estudantes do Império (CEI), uma instituição formal criada em Lisboa por estudantes das colônias com o apoio do regime ditatorial português em 1944, que se tornou uma plataforma para o anticolonialismo. Devido ao papel desempenhado pela CEI nos percursos políticos e sociais dos líderes dos movimentos de libertação nacional africanos, a historiografia tem privilegiado relatos masculinos. Em contrapartida, os papéis e a vida das mulheres vinculadas à CEI permanecem inexplorados ou abordados a partir de uma visão de “nacionalismo metodológico”, com poucas exceções. Abordar estas trajetórias a partir de uma perspetiva transnacional e “afro-ibérica” e através do escrutínio de diversas fontes permite-nos refletir sobre uma diversidade de género, raça, classe e ideologia política. O objectivo final é iluminar alguns aspectos do mosaico afro-ibérico a partir de uma perspectiva de género e pós-colonial.

Citação:

Jessica Falconi (2023) African women’s trajectories and the Casa dos Estudantes do Império, Ethnic and Racial Studies, DOI: 10.1080/01419870.2023.2289141

Portugal’s Inequality Regime: Many contradictions, multiple pressures


Resumo:

Este artigo aplica o conceito de regime de desigualdade, na tradição da Escola da Regulação, à análise dos padrões e motores da desigualdade socioeconómica em Portugal nas últimas décadas. Os principais padrões empíricos são identificados no que diz respeito à desigualdade de rendimentos, rendimentos superiores e inferiores, desigualdade de riqueza, pobreza monetária e fornecimento não mercantilizado de bens básicos. Em seguida, discutimos vários processos e mecanismos subjacentes, nomeadamente a relação capital-trabalho, as lutas de classificação, a financeirização, a redistribuição e o bem-estar, para explicar os padrões empíricos identificados. Concluímos que o regime de desigualdade de Portugal é notavelmente contraditório e argumentamos que o sucesso do país na redução da maioria das medidas de desigualdade nos últimos tempos é especialmente vulnerável a uma variedade de pressões.

 

Citação:

Abreu, A. (2023). “Portugal’s Inequality Regime: Many contradictions, multiple pressures”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 130:127-156

De Escravos a Indígenas: o Longo Processo de Instrumentalização dos Africanos (Séculos XV-XX)

De escravos a indígenas: O longo processo de instrumentalização dos africanos (séculos XV-XX)


Resumo:

De Escravos a Indígenas: o Longo Processo de Instrumentalização dos Africanos (Séculos XV-XX), que reúne um conjunto de textos escritos ao longo de quarenta anos e dispersos em publicações de natureza diversa, nem sempre de acesso fácil, tem como objectivo contribuir para uma renovação da historiografia relativa às relações entre Portugal e África, no domínio concreto das formas de instrumentalização dos Africanos levadas a cabo pelos Portugueses durante quase cinco séculos. Um longo processo, cuja natureza interna se revelou capaz de metamorfose e reconversão nos séculos XIX e XX, assegurando a continuidade do ‘uso’ violento das populações africanas, recorrendo a um aparelho classificatório novo – selvagens, indígenas, assimilados – destinado a manter os Africanos na esfera da dominação portuguesa, contribuindo para legitimar a sua escravização e fixar interpretações deformadoras da História. Se uma primeira vertente visa proceder a uma revisão da história da escravatura e do tráfico negreiro e das suas ideologias nos espaços de ‘ocupação’ portuguesa, como Angola, uma segunda linha de estudo privilegia o documento iconográfico como fonte histórica, sublinhando a sua dimensão histórica e informativa. Finalmente, a terceira linha deste estudo procura pôr em evidência a evolução do processo de instrumentalização portuguesa dos Africanos, que recorre a categorias classificatórias inéditas – selvagem, indígena, assimilado – e a práticas que emergem do trabalho escravo do passado para assegurar a exploração colonial das populações africanas. Juízos de valor, mercantilização, coisificação, exploração, ridicularização dos homens africanos fabricaram imaginários portugueses que reduziram o preto/africano a escravo, o selvagem/indígena a preguiçoso, ladrão e bêbado, o assimilado/’civilizado’ a cópia ridícula e negativa do branco/português, consagrando a inferiorização dos Africanos, e no mesmo movimento, glorificando a ‘raça’ portuguesa, hierarquizando as humanidades e valorizando a dimensão e a natureza das acções portuguesas primeiro esclavagistas, depois colonialistas, que deixaram marcas até hoje na sociedade portuguesa.

 

Citação:

Henriques, Isabel C., De Escravos a Indígenas: o Longo Processo de Instrumentalização dos Africanos (Séculos XV-XX), Lisboa, Ed. Caleidoscópio, 2019.

Effect of Battery Electric Vehicles on Greenhouse Gas Emissions in 29 European Union Countries

Effect of Battery Electric Vehicles on Greenhouse Gas Emissions in 29 European Union Countries


Resumo:

Effect of Battery Electric Vehicles on Greenhouse Gas Emissions in 29 European Union Countries explorou o efeito dos veículos eléctricos a bateria (BEVs) nas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) num painel de vinte e nove países da União Europeia (UE) de 2010 a 2020. Foi utilizado o método de regressão quantitativa de momentos (MM-QR), e os mínimos quadrados comuns com efeitos fixos (OLSfe) foram utilizados para verificar a robustez dos resultados. O MM-QR apoia que, nos três quantis, o crescimento económico causa um impacto positivo nos GEE. Nos quantis 50 e 75, o consumo de energia causa um efeito positivo sobre os GEE. Os BEV nos 25º, 50º, e 75º quantis têm um impacto negativo sobre os GEE. O OLSfe revela que o crescimento económico tem um efeito negativo sobre os GEE, o que contradiz os resultados do MM-QR. O consumo de energia tem um impacto positivo sobre os GEE. Os BEVs têm um impacto negativo sobre os GEE. Embora a UE tenha apoiado um sistema de transporte mais sustentável, acelerar a adopção de BEVs ainda requer um planeamento político eficaz para atingir emissões líquidas nulas. Assim, os BEV são uma tecnologia importante para reduzir os GEE a fim de atingir as metas da UE de descarbonização do sector energético. Este tópico de investigação pode abrir o debate político entre a indústria, o governo e os investigadores, no sentido de assegurar que os BEV proporcionem uma via de mitigação das alterações climáticas na região da UE.

 

Citação:

Fuinhas, J.A., Koengkan, M., Leitão, N.C., Nwani, C., Uzuner, G., Dehdar, F., Relva, S., Peyerl, D. (2021). Effect of Battery Electric Vehicles on Greenhouse Gas Emissions in 29 European Union Countries. Sustainability, 13 (24), 13611. https://doi.org/10.3390/su132413611


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