Working Papers
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Working Paper 10/1988: Zona Franco e sistema bancário africano
Resumo:
A Zona Franco, ou mais correctamente, as duas sub-zonas franco começaram por ser um espaço geograficamente definido entre a França e as suas colónias africanas onde. se procedia livremente as transferências comerciais e financeiras. Depois de 1966, com a liberalização dos fluxos financeiros entre a França e os restantes países, a caracterização das relações entre a França e as suas ex-colónias adquiriu um significado marcadamente monetário. Hoje a França define com seis países da África Central (Camarões, Congo, Gabão, República Centro Africana, Tchad e Guiné· Equatorial) e com sete países da África Ocidental (Costa do Marfim, Benin, Burkina, Faro, Niger, Senegal, Togol e Mali) uma zona monetária (a Zona Franco) cuja característica determinante é a convenção estabelecida entre o Banco Emissor destes Estados e o Tesouro francês, de constituição de uma “conta de operações”. A existência desta “conta de operações” permite a convertibilidade das moedas africanas em francos franceses no interior da Zona Franco (a uma taxa de câmbio fixa), assim como a gestão comum das reservas de ouro e divisas. Em Zona Franco e sistema bancário africano analisaremos as duas sub-zonas, Ocidental (União Monetária Oeste-Africana) e Central (Banco Central dos Estados da África Central).
Citação:
Franco, Ana. 1988. “Zona Franco e sistema bancário africano”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 10/1988.
Working Paper 9/1988: Endividamento externo e crise financeira em África
Resumo:
O tema de Endividamento externo e da crise financeira da África é em termos gerais, simultaneamente demasiado complexo e demasiado recente para que possa ser tratado com a profundidade desejável, para mais um trabalho deste tipo. Não obstante, é uma das vertentes mais importantes da situação particularmente difícil que vive a África neste momento podendo mesmo dizer-se que a partir dela se gera um novo tipo de integração global do Continente no Sistema Económico Mundial, não só pelos efeitos recessionistas a que o pagamento do serviço da dívida irá conduzir, mas também pela organização das economias em produtoras de divisas a todo o preço, pela mão do FMI. Isto se se admitir que não haverá uma alteração radical do Sistema Financeiro mundial o que é improvável. Neste estudo vamos, portanto, analisar quais as características actuais do processo de endividamento dos PVD’s (I parte) e a forma como a África se enquadra neste processo (II parte). Por fim, tenta-se uma tipologia das situações de endividamento em África, para distinguir problemas particulares de endividamento do “problema” geral (III parte).
Citação:
Brito, Paulo. 1988. “Endividamento externo e crise financeira em África” . Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 9/1985.
Working Paper 8/1985: Perspectivas de análise dos dados do 1º recenseamento da população em Moçambique: para uma reflexão sobre as assimetrias demográficas
Resumo:
O Conselho Coordenador de Recenseamento publicou uma brochura com dados do ‘1º Recenseamento Geral da População’, efectuado em Agosto de 1980. Daí a possibilidade de uma primeira abordagem desses dados neste Seminário sobre População e Desenvolvimento Rural. É nesta tentativa de análise dos resultados do 1º Recenseamento Geral da População em Moçambique, é nossa intenção focalizar alguns aspectos que abrirão caminho para várias outras perspectivas que possibilitarão análises certamente bem mais aprofundadas. Em Perspectivas de análise dos dados do 1º recenseamento da população em Moçambique : para uma reflexão sobre as assimetrias demográficas, centraremos a nossa atenção nas principais Assimetrias Demográficas da República Popular de Moçambique. Fá-lo-emos porque é hábito, mais ou menos generalizado, em grande número de autores, na abordagem à problemática do Subdesenvolvimento, falarem de desenvolvimento desigual (quando não desigual e combinado), desenvolvimento dualista, etc. Como “background” dessas análises, está todo um pressuposto teórico dualista. Daí o falar-se, por exemplo, para o caso de Moçambique, de um “setor desenvolvido” vs um “setor tradicional”. Esperamos que, a partir da exposição a ser feita, várias outras perspetivas de reflexão surjam. Perspetivas que poderão vir a ser aprofundadas no debate a seguir-se.
Citação:
Antunes, Manuel de Azevedo . 1985. “Perspectivas de análise dos dados do 1º recenseamento da população em Moçambique : para uma reflexão sobre as assimetrias demográficas”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 8/1985.
Working Paper 7/1985: Processo de industrialização, ajuda concessional e dependência pela tecnologia nos países africanos: um estudo aplicado aos casos da Tunísia, Tanzânia e Rwanda
Resumo:
No contexto das relações entre “países desenvolvidos” (PD) e “países em desenvolvimento” (PED) não poderemos falar em efectiva “transferência de tecnologias”, dado que a questão essencial é a de analisar, não a questão dos fluxos tecnológicos, mas a do controle da matriz tecnológica. Será hoje talvez mais pertinente falar, não em transferências tecnológicas, mas em dependência pela tecnologia. De facto, a noção de “transferências” é inseparável de um quadro neoclássico de “livre circulação de factores”, não explicativo da relação social introduzida. O estabelecimento de ligações duráveis ou permanentes através de “cláusulas restritivas” que acompanham os contratos de fornecimento de tecnologia, da “assistência” que acompanha aquelas transferências ou da tecnologia não dissociável do “hardware” importado, cria normalmente vínculos de dependência mais fortes do que aqueles que decorrem das ligações estabelecidas pelo próprio endividamento externo dos PED. Por isso, em Processo de industrialização, ajuda concessional e dependência pela tecnologia nos países africanos : um estudo aplicado aos casos da Tunísia, Tanzânia e Rwanda, preferiu-se uma abordagem de economias distintas, afim de eventualmente explicitar a necessidade de uma não linearidade de tratamento da questão da dependência pela tecnologia, relacionando-a com a situação concreta de cada economia e evidenciando a impossibilidade de elevadas generalizações.
Citação:
Tinto, Germano Rio .1985. “Processo de industrialização, ajuda concessional e dependência pela tecnologia nos países africanos : um estudo aplicado aos casos da Tunísia, Tanzânia e Rwanda” . Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 7/1985.
Working Paper 6/1985: A industrialização argelina: balanço de uma experiência
Resumo:
Procuro em A industrialização argelina : balanço de uma experiência abordar a industrialização argelina no pós independência. Num prazo relativamente curto – duas décadas – os governos do país, obedecendo a um programa claramente definido, dirigiram com grande tenacidade um processo de industrialização. As paisagens industrial e agrícola, económica e social saíram desse processo profundamente transformadas.
A minha preocupação central foi tentar conhecer e compreender as transformações ocorridas, as suas ligações e de que modo, uma vez posto em acção, o processo se autonomizou e criou uma dinâmica própria razoavelmente independente do projecto de partida. Não tive nem tenho interesse em fazer um balanço sumário, e por isso alinharei em conclusão apenas algumas ideias mestras.
Em primeiro lugar por me não ter sido possível no âmbito duma pesquisa como esta e com as ferramentas de que atualmente disponho, empreender o estudo das condições sociais de industrialização que reputo indispensável, ou seja, ultrapassar o campo economicista em que a análise se circunscreve ao económico. Uma série de insucessos económicos pode-se dever não à inépcia mas às exigências e às influências não económicas. À racionalidade económica juntam-se (e sobrepõem-se muitas vezes) outras racionalidades.
Em segundo lugar, porque permanecem muitas dúvidas. Por exemplo, sobre os custos de industrialização. Nos países atualmente mais evoluídos do ponto de vista económico pagaram-se preços elevadíssimos em troca do progresso industrial e tecnológico. Só a título de exemplo, entre 1840 e 1920, 60 milhões de europeus emigraram numa população total de 300 milhões em 1900.
Julgo que só a paixão ideológica pode escamotear estes factos. E só ela pode explicar que se façam balanços precipitados e drásticos das experiências de desenvolvimento dos países dominados. Mas se o balanço deve ser prudente, a análise teórica tem de ser o mais rigorosa possível.
Da minha pesquisa resultaram algumas ideias que assumo como meras hipóteses de trabalho a explorar adiante, quer sobre o tema argelino, quer, em geral, sobre as experiências de industrialização nos países subdesenvolvidos.
Citação:
Salavisa, Isabel .1985. “A industrialização argelina : balanço de uma experiência” . Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 6/ 1985.
Working Paper 5/1985: República da Guiné Bissau: algumas reflexões sobre perspectivas dos seus níveis de desenvolvimento económico-social através de um modelo de simulação
Resumo:
Sempre que se tenta formular uma politica de desenvolvimento nos países ditos subdesenvolvidos, depara-se com uma série de problemas que transcendem o sector exclusivamente económico: são os aspectos sociais e políticos, mais propriamente institucionais que também condicionam a estrutura global, tomando um papel “quase” dominante na formação de uma totalidade social concretamente determinada. Preocupados com os aspectos económicos, os dirigentes debruçam-se quase que exclusivamente sobre os problemas de industrialização ou não industrialização, modernização da agricultura, questões monetárias, estratégia do financiamento, etc. Em República da Guiné Bissau: algumas reflexões sobre perspectivas dos seus níveis de desenvolvimento económico-social através de um modelo de simulação defendemos que é preciso inevitavelmente urna filosofia do progresso para se chegar a uma definição soc1ológica do desenvolvimento. Mas esta filosofia .do progresso e do desenvolvimento deve apoiar-se nas realidades. Tentar definir o progresso: isoladamente sobre o plano económico, sobre o plano social, sobre o plano político, ou sobre o plano cultural, é esquecer-se do seu carácter eminentemente global e histórico.
Citação:
Rodrigues, Rui Neves da Costa .1985. “República da Guiné Bissau : algumas reflexões sobre perspectivas dos seus níveis de desenvolvimento económico-social através de um modelo de simulação”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 5/ 1985.
Working Paper 4/1985: Moçambique: evolução de algumas instituições socio-familiares
Resumo:
Moçambique : evolução de algumas instituições sócio-familiares foi inicialmente publicado, sob forma de artigo, no jornal Domingo de Maputo em outubro e novembro de 1984, altura em que teve lugar a Conferência Extraordinária da Organização das Mulheres Moçambicanas ( O. M. M. ) , dando lugar a um intenso debate nos meios intelectuais moçambicanos. Foi posteriormente revisto e nalguns pontos reformulado pelo seu autor para esta coleção de “Documentos de Trabalho”.
Aflorámos neste artigo alguns aspectos da problemática relacionada com as instituições familiares do passado e com as transformações nelas observadas ao longo dos diferentes períodos da História de Moçambique. As tomas estruturais e as dinâmicas de readaptação que essas mesmas instituições têm manifestado nos últimos anos são mais uma vez uma resposta às condições materiais da sua existência na situação que o País atravessou no último decénio. A luta pela emancipação da mulher inscreve-se neste contexto económico, social e político global, que a Lei (da Família, por exemplo) a Ideologia e a Organização não conseguirão alterar radicalmente por si só. Por outro lado, para que o desenvolvimento económico e social seja processo de profundas transformações, sem desfasamentos graves, é necessário um estudo rigoroso de todos estes fenómenos e instituições sociais e uma planificação rural em consequência.
Citação:
Medeiros, Eduardo .1985. “Moçambique : evolução de algumas instituições sócio-familiares”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 4/1985.
Working Paper 3/1985: Estratégias de desenvolvimento comparadas na Guiné-Bissau: finais dos anos 60 e anos 80
Resumo:
Estratégias de desenvolvimento comparadas na Guiné-Bissau: finais dos anos 60 e anos 80 é para os autores um primeiro momento de reflexão sobre a Guiné-Bissau. As 20 páginas que se propuseram a escrever podiam facilmente ser multiplicadas: quer desenvolvendo com mais detalhe a situação dos anos sessenta, quer analisando alguns aspectos particulares da evolução pós-independência. Pensam que o eixo essencial da pesquisa deve orientar-se no sentido de estudar pormenorizadamente as alterações económico-sociais verificadas durante a guerra. Um facto que salta imediatamente á vista, por exemplo, é o da ruptura da auto-suficiência alimentar, que dando-se durante os anos sessenta nunca mais foi recuperada. Que factores estarão por detrás desta persistente crise alimentar? Serão apenas a guerra, num caso, e a seca mais o contrabando, no outro? Só uma vez compreendidas as transformações ocorridas nos anos sessenta é que poderemos distinguir o que foi a evolução “endogenamente” determinada do que foi evolução “endogenamente” determinada.
Este documento é, no essencial, o relatório apresentado pelo Dr Nuno Cassola em 1983-1984 na cadeira de “Experiências de Desenvolvimento em África” do Curso de Mestrado em Economia do ISEG. Os trabalhos de pesquisa foram elaborados sob a responsabilidade do Prof. Adelino Torres. Este relatório tem, voluntariamente, um caráter essencialmente empírico e circunscrito, mas apresenta momentos de reflexão interessantes – ainda que preliminares – tanto na articulação entre o período pré-independência (especialmente na época da governação do General António Spínola) e o período pós independência (anos 80 em particular) como na determinação de fatores que, com raízes no primeiro período, explicam e parecem condicionar fortemente o segundo.
Citação:
Cassola, Nuno. 1985. “Estratégias de desenvolvimento comparadas na Guiné-Bissau : finais dos anos 60 e anos 80” “. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 3/1985.
Working Paper 2/1985: Três estudos: da estratégia colonial à integração europeia
Resumo:
Em Três estudos: da estratégia colonial à integração europeia reproduzem-se três textos, de índole relativamente diferente mas de conteúdo, a nosso ver, complementar.
O primeiro -“LE RÔLE DU CAPITAL BANCAIRE DANS LES COLONIES PORTUGAISES DE L’ANGOLA ET DE ST. TOMÉ DE 1864 AU DEBUT DU XX5 SIECLE” – integrou-se no Colóquio “Business Empires in West-Central Africa” que teve lugar na School of Oriental and African Studies (SOAS) da Universidade de Londres, em Maio de 1982. De acordo com o organizador desse Colóquio, Prof. G. Clarence–Smith, esta comunicação, ainda que modificada nalguns pontos, tinha por base um capítulo da dissertação de doutoramento em Economia que apresentáramos em 1981 na Universidade Técnica de Lisboa. Em 1983 este texto foi publicado na revista African Economic History n° 12, editada pela Universidade de Wisconsin-Madison (E.U.A.).
O segundo – “ESTRATÉGIA COLONIAL PORTUGUESA E ESTRUTURAS ECONÓMICAS DE ANGOLA NOS ANOS 1960-1970” – constituiu uma contribuição ao Seminário “0 25 de Abril – Dez anos depois”, organizado pela Associação 25 de Abril de 2 a 5 de Maio de 1984, em Lisboa.
O terceiro – “L’IDENTITÉ HISTORIQUE PORTUGAISE FACE AUX NOUVEAUX DEFIS DE L’INTEGRATION EUROPEENNE” – foi apresentado no Colóquio “Europe -Identité Culturelle et Modernité” realizado pela revista FORUM dirigida pelo Prof. Laurent Schwartz, na Escola Politécnica, em Paris (de 1 a 3 de Junho de 1984).
Desejámos que os trabalhos inicialmente redigidos em francês tivessem agora uma redacção nova ou, pelo menos, deles fosse apresentada a versão em língua portuguesa. Infelizmente escasseia-nos o tempo: múltiplas tarefas académicas e de investigação não nos deixam a disponibilidade indispensável para o fazer.
Em qualquer caso estes estudos – os dois últimos sobretudo – devem ser vistos como simples abordagens preliminares. O segundo e o terceiro textos foram elaborados para o apertado número de páginas que este género de colóquios geralmente impõe. O seu objectivo era apenas colocar alguns parâmetros para a discussão pública que deveria seguir-se à apresentação das suas grandes linhas. A esse título, parece-nos justificado inseri-los numa colecção de «Documentos de Trabalho», submetendo-os à eventual discussão de colegas e estudantes a quem estas questões preocupam.
Citação:
Torres, Adelino. 1985. “Três estudos: da estratégia colonial à integração europeia”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 2/1985
Working Paper 1/1984: Uma experiência de integração económica em África
Resumo:
A coleção Documentos de Trabalho é constituída por pequenas monografias elaboradas por membros e colaboradores do CEsA/CSG/ISEG/ULisboa. Tais documentos têm caráter provisório e pretendem oferecer elementos de informação e reflexão científica sobre problemáticas económicas e sociais objeto de investigação deste Centro. A CEDEAO – Uma experiência de integração económica em África , partiu de um relatório de 1983-1984 por Eugénio Inocêncio e Manuel Ennes Ferreira na cadeira de Organizações Económicas Internacionais (5º ano) lecionada pelo Dr. César Cortes na Licenciatura em Economia. Posteriormente, os seus autores reestruturaram o texto inicial com vista a integrá-lo nesta coleção. É essa segunda versão modificada que aqui se reproduz. O trabalho procura construir um enquadramento histórico e actual da CEDEAO, fornecendo elementos que sirvam como ponto de partida para o acompanhamento da sua evolução. Muito embora não pretenda ser um estudo teórico sobre a integração em África, cuidou-se de, à organização dos dados reputados como mais relevantes, juntar um conjunto de aspectos de índole mais abstrato tais como: i) relação de liderança regional ( Lagos/Dacar•Abidjan); ii) modificações na economia mundial e a integração económica em África; iii) a integração económica em África e o nacionalismo (regionalismo) económico africano.
Citação:
Inocêncio, Eugénio e Manuel Ennes Ferreira .1984. “Uma experiência de integração económica em África”. Instituto Superior de Economia. CEsA – Documento de Trabalho nº 1/84.