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O desenvolvimento do setor educativo africano como prioridade da APD portuguesa (1998-2011)

Working Paper 111/2012: O desenvolvimento do setor educativo africano como prioridade da APD portuguesa (1998-2011)


Resumo:

Em O desenvolvimento do setor educativo africano como prioridade da APD portuguesa (1998-2011) estudamos como a política de Cooperação Portuguesa  estabeleceu desde cedo como prioridade central os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), devido aos laços históricos e socioculturais, que caraterizam uma relação com mais de 35 (trinta e cinco) anos. Conhecida pelos seus objetivos de redução da pobreza; de reforço da Democracia e do Estado de Direito; de promoção tanto do crescimento económico como do diálogo, das integrações regionais e de uma parceria europeia para o desenvolvimento humano, a Cooperação nacional tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento africano, particularmente, ao nível do setor educativo. Efetivamente, os dados mostram-nos que esta tem sido uma das áreas de intervenção prioritária, independentemente, dos diferentes governos constitucionais que nos últimos anos assumiram o poder. Segundo, o IPAD (2011), a cooperação técnica enquanto modalidade da Ajuda mais utilizada nos últimos tempos, reflete-o de forma clara e inequívoca no período compreendido entre o ano de 1996 e o ano de 2010: 38% da distribuição setorial da cooperação técnica foi direcionada para a educação, a que seguiu o governo e a sociedade civil com 24%, sendo que a nossa investigação isso o confirma demonstrando, ainda que, no ano de 2011 a tendência manteve-se, independentemente, do volume da Ajuda Pública ao Desenvolvimento Portuguesa ter diminuído cerca de 3%, fruto da crise financeira iniciada em 2008 e que levou Portugal a pedir o resgate financeiro em abril de 2010.

 

Citação:

Faria, Raquel. 2012. “O desenvolvimento do setor educativo africano como prioridade da APD portuguesa (1998-2011)”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA/ Documentos de Trabalho nº111/2012.

The chinese 'go global' policy and the portuguese kinship

Working Paper 110/2012: The Chinese ‘go global’ policy and the Portuguese kinship


Resumo:

Com o objetivo de promover o comércio e investimento e implementar projetos comuns em vários domínios entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PSCs), o Fórum de Cooperação Económica e Comercial foi criado pelo governo chinês em 2003. Este Fórum, com sede em Macau, segue o racional teórico de que a internacionalização é em grande parte impulsionada por redes de relacionamentos, muitas vezes baseadas em uma cultura e linguagem de compartilhamento e que os relacionamentos em rede de uma empresa são capazes de fornecer o contexto para suas atividades internacionais. Fazendo parte da abordagem diplomática de soft power para os Países de Língua Portuguesa – considerando que alguns destes mercados são muito importantes para o desenvolvimento económico chinês, devido à necessidade de expandir os seus mercados externos e, sobretudo, de garantir o abastecimento de matérias-primas críticas, materiais e fontes de energia – esta ofensiva de charme utiliza como instrumentos persuasivos a cooperação para o desenvolvimento, a ajuda humanitária, os laços culturais, a diplomacia bilateral e multilateral e o OFDI. Para ser eficaz, este modelo de cooperação global requer que cada participante o perceba como sendo mutuamente benéfico, ou seja, uma situação “ganha-ganha” para todos. Assim, para contribuir positivamente para a política chinesa “Go Global” esta rede de parentesco portuguesa deve ter a percepção de que as actividades do Fórum de Macau contribuem para o desenvolvimento dos seus objectivos empresariais – aumentar as exportações, o crescimento do investimento e outros negócios com resultados económicos positivos – com China, Macau e entre si. The chinese ‘go global’ policy and the portuguese kinship foi dirigida a empresas portuguesas (exportadoras e/ou investindo na China, Macau e Hong Kong) de forma a ter uma ideia mais clara da sua opinião sobre a sua percepção do Fórum e do seu potencial. Dentro deste conjunto de conclusões, podemos considerar que o Fórum de Macau pode melhorar a perceção de benefícios positivos para as empresas portuguesas que participam nas suas atividades criando assim a perceção de uma situação “ganha-ganha”, reforçando a sua utilidade no aumento das exportações para a China, o crescimento do IDE na China, Macau e PSCs, o aumento das redes de negócios entre empresas destes espaços económicos e o aumento dos resultados económicos empresariais noutro tipo de negócio que não as exportações ou o investimento. No futuro pretendemos realizar pesquisas semelhantes sobre as percepções de empresas de outras unidades de atendimento.

 

Citação:

Ilhéu, Fernanda e Susana Pereira. 2012. “The chinese ‘go global’ policy and the portuguese kinship”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA/ Documentos de Trabalho nº110/2012.

A política de cooperação para o desenvolvimento no contexto da crise económica do século XXI: o caso português

Working Paper 109/2012: A política de cooperação para o desenvolvimento no contexto da crise económica do século XXI: o caso português


Resumo:

A política de Cooperação para o Desenvolvimento enquanto “campo” de conhecimento capaz de se articular com o impacto da aplicação das políticas públicas nos países em desenvolvimento, é nos dias de hoje, uma das áreas mais importantes no âmbito das relações internacionais. Suscetível a fatores externos e internos, a Cooperação tem sido confrontada com a grave crise económica que afeta o sistema mundial, não sendo por acaso que os países recetores da Ajuda Internacional tenham sido os mais afetados. Considerado como um dos cenários mais dramáticos por Peter Wahl (2008) a Cooperação clama por uma solução junto dos parceiros internacionais. É, portanto, crucial entendermos o impacto que a crise económica teve na política de Cooperação não num contexto global, mas no contexto específico português. Desta forma, pretende-se, em A política de cooperação para o desenvolvimento no contexto da crise económica do século XXI: o caso português, mostrar até que ponto a política de Cooperação Portuguesa tem sido afetada e de que forma tem penalizado (nas suas relações de Cooperação) países como Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Para isso, a investigação, alicerçar-se-á nas prioridades estabelecidas, nos planos de governos e nos investimentos concedidos pelo IPAD (presentes nos quadros do Diário da República) desde 2008.

 

Citação:

Faria, Raquel. 2012. “A política de cooperação para o desenvolvimento no contexto da crise económica do século XXI: o caso português”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA/ Documentos de Trabalho nº109/2012.

Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal

Working Paper 108/2012: Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal


Resumo:

Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal pretende utilizar um dos resultados do Projecto em curso sobre Cooperação Descentralizada desenvolvido pela Universidade de Aveiro, a ONG Associação para a Cooperação entre Povos (ACEP) e o Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CESA) do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), ainda no seu primeiro ano de execução. Assim o objectivo da comunicação é de contribuir para o conhecimento da evolução que as instituições da sociedade civil portuguesa designadas por ONG presentes no “campo” da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID) tiveram na articulação com os paradigmas dominantes a partir da herança europeia do pós-guerra 1939-45 do Plano Marshall entre os EUA e os Estados europeus e das geminações entre Municípios e outras organizações locais até à Parceria Global para o Desenvolvimento dos Objectivos do Milénio em 2000. A convicção que o conhecimento sobre os processos promotores de desenvolvimento tomando a economia como motor, originou uma CID assente em Planos Estatais de Desenvolvimento Integrado e em Projectos sectoriais que prevaleceram até à crise da dívida dos anos 70. Nesse paradigma a sociedade civil tinha um papel secundário e as instituições Estatais eram o actor principal. A crise da divida originou uma mudança radical neste paradigma, afirmando-se as políticas de estabilização e de ajustamento estrutural – o Washington Consensus – como o modelo dominante. As organizações da sociedade civil surgiram então como aqueles actores que podiam complementar e substituir o Estado na convicção de que “quanto menos Estado melhor Estado”. Na constatação da falência desse modelo de políticas que agravou a pobreza e a desigualdade, e atrasou a construção das instituições da Administração Pública nos países menos desenvolvidos, desenvolve-se outro paradigma – o Monterrey Consensus – onde a sociedade civil se articula com o Estado numa parceria global para o desenvolvimento, com o objectivo central de luta contra a pobreza e a definição de metas concretas mundiais pela primeira vez – os Objectivos do Milénio. E essa parceria tanto é válida nos países destinatários como nos países financiadores da CID. O conhecimento de como deve ser a teoria e a prática dessa parceria internacional em Portugal ainda está muito atrasado e esta comunicação procura esclarecer esses processos de Cooperação e o contexto onde eles se inserem, articulados com a reforma em curso da Administração Pública Portuguesa e a CID já existente com os países em causa.

 

Citação:

Sangreman, Carlos e Tânia Santos. 2012. “Os paradigmas de conhecimento sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento e a evolução do papel da sociedade civil em Portugal”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA –Documentos de Trabalho nº 108/2012.

Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém

Working Paper 107/2012: Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém


Resumo:

Em Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém vamos tomar essa ideia de “satisfação” como base para definir o conceito de bem-estar. Numa sociedade como a africana onde a relação com os outros é um valor importante, essa ideia aplica-se considerando sempre a dimensão individual articulada com a dimensão de grupo social. Tal conceito tem por consequência que o bem-estar de um indivíduo, não se compreende sem a família, e sem os grupos sociais com os quais os seus membros se identificam. É a articulação destes diferentes grupos sociais que define o nível de bem-estar de um colectivo seja uma etnia, um bairro ou o todo nacional. A avaliação do Bem Estar e portanto a metodologia de construção de um Observatório que permita acompanhar a evolução do Bem Estar nos bairros tem um enquadramento teórico que parte da ideia que é fundamental determinar o que aconteceria se não tivesse havido acções concretas para melhoria do Bem Estar. A restituição aos inquiridos do resultado dos inquéritos feitos é um elemento importante no trabalho feito num bairro, e na criação de um sentimento de utilidade nas respostas que a população dá aos inquiridores, seja no actual inquérito seja no futuro.

 

Citação:

Sangreman, Carlos e Nuno Cunha. 2012. “Projecto de construção de um observatório de bem estar do bairro de Belém”. Instituto Superior de Economia e Gestão . CEsA –Documentos de Trabalho nº 107/2012.

Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case

Working Paper 106/2012: Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case


Resumo:

A análise da eficiência aeroportuária pode dar uma visão significativa da competitividade dos aeroportos e o seu potencial para aumentar a produtividade e melhorar a utilização dos recursos. A investigação sobre aeroportos adoptou modelos DEA ou modelos de fronteira de produção homogénea. Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case inova neste contexto, ao analisar uma amostra de aeroportos com o modelo Alvarez et al. (2004) e o modelo de fronteira de custos. Por conseguinte, este o papel inova no contexto dos aeroportos, indo além dos modelos DEA e homogéneos modelos de fronteira de produção adoptando a fronteira de Alvarez, Arias e Greene (2004) modelo que permite medir os efeitos de gestão no quadro dos custos fronteiriços. Este artigo analisa a capacidade de gestão não observada como fator que afeta o desempenho de uma amostra representativa de aeroportos nigerianos por meio de modelos de fronteira. Esses aeroportos são classificados de acordo com sua eficiência técnica durante o período 2003-2010 e variáveis homogéneas e heterogéneas são desembaraçadas na função custo, o que nos leva a aconselhar a implementação de políticas comuns, bem como políticas por segmentos. As implicações económicas decorrentes do estudo também são consideradas. 

 

Citação:

Barros, Carlos Pestana e Ade Ibiwoye. 2012. “Performance, heterogeneity and managerial efficiency of African airports: the Nigerian case”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 106/2012.

Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique

Working Paper 104/2012: Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique


Resumo:

A política de cooperação entre países doadores e destinatários tem-se alterado significativamente nos últimos anos. Apesar das próprias problemáticas terem-se alterado, os actores dos países desenvolvidos em conjunto com parceiros nacionais e internacionais estão a tentar encontrar novos instrumentos e modalidades de cooperação para o desenvolvimento. Portugal não é excepção, e uma nova política de cooperação foi recentemente (re)descoberta. Esta centra-se no conceito de cluster que tem sido nas últimas décadas utilizado por decisores políticos enquanto instrumento de promoção da competitividade e inovação (Porter, 1990, 1998, 2000). Sob a estratégia orientadora intitulada “Uma visão estratégica da Cooperação Portuguesa” adoptada em 2005, Portugal tem reconhecido a necessidade de desenvolver esforços para adoptar este novo instrumento. Este “é composto de um número de projectos que são implementados por diferentes instituições, na mesma área geográfica e dentro de um quadro comum” (IPAD, 2005: 52). Dentro deste cenário, Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique foca o caso Português, como um caso potencial para tentar perceber a potencialidade como inovação e a coerência política dos objectivos e estratégias subjacentes à criação dos clusters de cooperação. Assim, pretende-se dar conta da investigação em curso não só numa perspectiva de (re)examinar os argumentos teóricos para a adopção dos clusters, mas também através de uma análise das actuais práticas da cooperação com Moçambique.

 

Citação:

Sangreman, Carlos e Sandra Silva. 2012. “Os clusters como instrumento da cooperação internacional portuguesa para o desenvolvimento, o caso da Ilha de Moçambique”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 104/2012.

Inflation forecasting in Angola: a fractional approach

Working Paper 103/2012: Inflation forecasting in Angola: a fractional approach


Resumo:

A previsão é uma forma de avaliar a evolução dos preços e, por conseguinte, é um instrumento de gestão macroeconómica. Existe uma tradição bem estabelecida de investigação sobre a previsão de preços. Este estudo analisa a previsão de preços em Angola utilizando técnicas de memória longa e modelos ARFIMA (AutoRegressive Fractionally Integrated Moving Average). Estes modelos são uma referência aceite na previsão e são utilizados extensivamente, devido ao facto de interpretarem os dados com precisão. Verifica-se que os modelos ARIMA dominam abordagens alternativas. Contudo, Doornik e Ooms (2004) descobriram que o modelo ARIMA fraccionário (ARFIMA) descreve melhor a dinâmica da inflação do que os modelos ARIMA não fraccionários baseados em graus inteiros de diferenciação. Desde então, as séries de inflação têm sido examinadas em muitos países por meio de modelos fraccionariamente integrados ou I(d). Inflation forecasting in Angola: a fractional approach aplica pela primeira vez um modelo ARFIMA à previsão de preços em relação com a economia de Angola. Os modelos são estimados utilizando dados mensais de 1991:1 a 2011:6. As previsões de inflação baseadas nos modelos ARFIMA sugerem que as pressões inflacionistas para o período 2011:7 a 2012:12 deverão ser relativamente baixo.

 

Citação:

Barros, Carlos Pestana e Luis A. Gil-Alana. 2012. “Inflation forecasting in Angola: a fractional approach”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 103/2012.

Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento

Working Paper 101/2012: Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento


Resumo:

Utilizando enquanto válida a definição de economia de alocação de recursos escassos a necessidades ilimitadas, chegamos a uma concepção de política económica enquanto a actuação dos poderes públicos em domínios económicos destinada à obtenção de resultados previamente escolhidos (Amaral, 1996). Interessa, então, reflectir sobre o facto de que, sem a construção de instrumentos e indicadores estatísticos que permitam avaliar as consequências e interpretar os resultados decorrentes da acção política, dificilmente será possível uma orientação consistente da tomada de decisão de política económica. É neste âmbito que encetamos o nosso ensaio com uma meditação a propósito da eventual debilidade do indicador de actividade económica mais utilizado pelos economistas e políticos mainstream. Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento procura problematizar algumas limitações e insuficiências dos utensílios tradicionais de medição da performance económica e de desenvolvimento dos Estados, como o Produto Interno Bruto (PIB). Comenta-se sinteticamente alguns índices que, com vários âmbitos, tentam complementar esta grandeza. Salienta-se a necessidade da consolidação e do estímulo do aperfeiçoamento de indicadores e medidas alternativas, de forma a diminuir as deficiências existentes nas actuais medições do desenvolvimento que servem de referência.

 

Citação:

Damásio, Bruno e Luís Mah. 2011. “Das limitações do PIB enquanto indicador às necessidades de medição dos níveis de desenvolvimento”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 89/2011.

A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago

Working Paper 100/2012: A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago


Resumo:

A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago analisa o papel que Cabo Verde tem no contexto da sociedade diaspórica, compreendendo que atribui-se-lhe aquilo a que aqui chamamos de função de vitrine, ou que imprime o carimbo da certificação das produções realizadas no espaço da comunidade diaspórica. Não apenas o arquipélago parece condenado a buscar suas fontes no seu universo da emigração como mostra-se um lugar favorável como fonte dos esquemas pelos quais a experiência de emigração é organizada e relatada pelos que partiram, pois a sociedade adapta-se às condições oferecidas nos diferentes períodos históricos da migração, aos recuos ou expansões do processo migratório, ao longo do tempo. Ou seja, a emigração cabo-verdiana não será a mesma, não apenas porque mudaram as condições no exterior mas também porque a sociedade de origem mudou e mudou em relação à sua emigração, o que remete para o lugar singular que pode ter no seio da sociedade diaspórica cabo-verdiana. A comunidade local está constantemente alerta e à escuta desta parte de si mesma que está separada dela, adapta seus ritmos às notícias, aos retornos que ocorrem em datas periódicas e vive como que suspensa, aguardando as expressões que vêm de fora. Ao mesmo tempo, desenha-se melhor as reciprocidades que se instalam entre estes dois pólos, com Cabo Verde redefinindo o seu papel como lugar de origem, servindo agora de centro das sínteses do que a diáspora produz, ao mesmo tempo em que, pelo seu hibridismo, permite aos emigrantes no exterior oferecer sua nacionalidade como um importante cartão de visitas.

 

Citação:

Évora, Iolanda. 2012. “A diáspora cabo-verdiana: percepções e redefinições a partir do arquipélago”. Instituto Superior de Economia e Gestão. CEsA – Documentos de Trabalho nº 100/ 2012.


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