Sessão de maio do Ciclo de Cinema e Descolonização exibirá o documentário caboverdiano Omi Nobu (The New Man) no ISEG com entrada livre
A temporada 2024/2025 do Ciclo de Cinema e Descolonização decorre desde novembro de 2024, promovendo sessões em formato cineclube para explorar os legados e as memórias da descolonização. A próxima sessão, marcada para 10 de maio, contará com a exibição do documentário de longa-metragem Omi Nobu (The New Man) (Carlos Yuri Ceuninck, 2023, Cabo Verde, 64 min), selecionado para o FESPACO 2023 em Ouagadougou, onde ganhou o prémio mais prestigiado da competição de documentários, o Golden Standard.
O filme será exibido às 10h, no Auditório 2 do ISEG (Rua do Quelhas 6, Edifício Quelhas, 2º Piso – Claustro), com entrada livre. Após a projeção do filme, será realizado um debate com a participação de convidados (a confirmar).
Sinopse – Omi Nobu (The New Man) (Carlos Yuri Ceuninck, 2023, Cabo Verde, 64 min)
Omi Nobu (The New Man) explora a relação íntima do Homem com o Tempo; o contraste entre o tempo congelado de uma aldeia abandonada e o do homem confronta-nos com a nossa própria condição mortal. A história de Quirino é também um confronto entre a tradição e a modernidade, entre o apego do Homem à Terra e a sua relação com a Natureza. A história passa-se na Ilha de São Nicolau, em Cabo Verde, na Ribeira Funda, uma pequena aldeia situada no fundo de um vale profundo rodeado de altas montanhas e um oceano agitado. Os seus habitantes vivenciaram uma série de acontecimentos desastrosos, ao ponto de superstições assustadoras os levarem a fugir da aldeia para escapar às forças do mal. Todos abandonaram a aldeia para se estabelecerem na vizinha Estância de Brás. Todos, menos um. Um homem permaneceu: Quirino.
Há mais de trinta anos que Quirino, de 77 anos, é o único residente na Ribeira Funda, a aldeia fantasma. Sobreviveu por décadas pescando e cultivando vegetais. Passa os dias a contemplar o oceano e as majestosas montanhas que rodeiam a sua casa. A sua única companhia é um galo, alguns pardais e um rádio portátil a pilhas, que emite notícias do resto do mundo. Mas no crepúsculo da sua vida, Quirino, perante um futuro incerto e o peso perturbador do isolamento, da doença e da velhice, decide abandonar o único lugar que alguma vez conheceu. Omi Nobu (The New Man) leva-nos numa viagem pelos dias e noites do passado, do presente e do futuro de uma aldeia, de uma terra e de um homem e, em suma, medita sobre a nossa relação ontológica com a finitude do tempo e do espaço.
Ficha Técnica
Realizador: Carlos Yuri Ceuninck
Produtores: Natasha Craveiro e Aurélien Bodinaux
Coprodutores: Paulo de Carvalho / Gudula Meinzolt / Alyaa Musa
Escrito por Carlos Yuri Ceuninck e César Schofield
Diretor de Fotografia: Arilson Almeida
Chefe de Som: David Medina
Editor: Antoine Donnet
Banda Sonora Original: Henrique Silva
Foley Sound: Elias Vervecken
Editor de som: Virginie Messiaen
Design de Som: Nuno Miranda
Mistura de som: Renaud Guillaumin
Classificação de cores: Veerle Zeelmaekers
País de produção: Cabo Verde / Bélgica / Alemanha / Sudão
Produção: Korikaxoru Films / Neon Rouge Production / Autentika Films / Black Balance Films
2023 / Formato 2.39 / Duração 64′
Prémios
[2023] Prémio L’Étalon d’Or de Melhor Documentário de Longa-Metragem, FESPACO – Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou, Burkina Faso
[2024] Menção Honrosa na categoria de Melhor Documentário de Média-Metragem, Hot Docs Canadian International Documentary Festival
Conheça o realizador:
Carlos Yuri Ceuninck nasceu em 1976 em Santo Antão, Cabo Verde. Estudou História da Arte e Línguas Estrangeiras na Bélgica, Antropologia nos Estados Unidos e Cinema em Cuba, especializando-se em produção de documentários. Realizou vários documentários de curta-metragem, como Listen and Sea, Without Taste, Touch or Smell, de 2005, e To Beef or Not to Beef e That is the Question on the Isle of Mu, de 2004. O seu primeiro documentário de longa-metragem, The Master’s Plan, foi selecionado para a competição oficial no Africa International Film Festival (AFRIFF 2021) na Nigéria e no STLOUIS’S DOCS 2021 no Senegal. O seu segundo documentário de longa-metragem, Omi Nobu (também conhecido como The New Man), foi selecionado para o FESPACO 2023 em Ouagadougou, onde ganhou o prémio mais prestigiado da competição de documentários, o Golden Standard.
Sobre o Ciclo de Cinema e Descolonização
As sessões do Ciclo de Cinema e Descolonização prolongar-se-ão até junho de 2025, com projeções a decorrer no Auditório 2 do ISEG. Esta iniciativa decorre paralelamente à exposição Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário, patente no Museu Nacional de Etnologia até 2 de novembro.
Consulte a programação:
Urge entender a descolonização como um processo ainda em curso, que é preciso aceitar e integrar na dinâmica social, política, cultural e pessoal. O projeto visa criar um espaço de partilha, aberto e dinâmico, em que possam surgir memórias, narrativas, diálogos e reflexões. Tem coordenação da investigadora Jessica Falconi (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e curadoria da investigadora e realizadora moçambicana Isabel Noronha (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e do cineasta Camilo de Sousa.
Coordenação: Jessica Falconi (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa)
Curadoria: Isabel Noronha (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e Camilo de Sousa
Consultoria científica: Isabel Castro Henriques (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa), Joana Pereira Leite (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa) e Ana Mafalda Leite (CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa)
Colaboração: Luca Fazzini e João Moreira Silva
Apoio: CEsA/ISEG RESEARCH/ISEG/ULisboa
Leia mais:
Omi Nobu, The New Man – Site do FESPACO
Omi Nobu, The New Man – Site da Autentika Films
Ciclo de Cinema e Descolonização | Projeção do Filme “Fogo no Lodo” – Site do ISEG
Omi Nobu/The New Man – Trailer no Vimeo
Programa da temporada 2024/2025 do Ciclo de Cinema e Descolonização, atividade paralela à exposição ‘Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário’
Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagem: CEsA/Reprodução