Artigos
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Beyond Nationhood: Other ‘Declensions’ in African Literatures
Resumo:
Nas últimas duas décadas, as literaturas africanas de língua portuguesa, enquanto campo de indagação crítica e objeto de estudo académico, têm vindo a conhecer uma grande expansão, com inúmeras dissertações, monografias, atas de conferências, números especiais de revistas e artigos produzidos em diversos países. O artigo Beyond Nationhood: Other ‘Declensions’ in African Literatures traça a evolução da perspectiva nacional nos estudos das literaturas africanas lusófonas desde os anos 80 até ao presente. Com base numa selecção de publicações colectivas e individuais, bem como destacando acontecimentos académicos importantes para a área, o artigo procura identificar linhas de continuidade e momentos de ruptura na abordagem destas literaturas com base na ideia de Nação como categoria crítica e unidade de análise, desde a consolidação da ligação entre literatura e independência nacional afirmada após a descolonização até à recepção das teorias pós-coloniais que ocorreram em meados dos anos 90. Além disso, o artigo analisa as articulações teóricas e disciplinares entre Literatura Africana, Estudos Pós-coloniais, Estudos do Oceano Índico e Literaturas Comparadas, para fornecer um possível mapeamento das abordagens mais recentes que procuram construir novas cartografias críticas para os estudos destas literaturas.
Citação:
Falconi, J. (2021). Beyond Nationhood: Other ‘Declensions’ in African Literatures. Abriu: Estudos De Textualidade Do Brasil, Galicia E Portugal, (10), 9–38. https://doi.org/10.1344/abriu2021.10.1
Literatura colonial de autoria feminina: O Último Batuque, de Maria do Céu Coelho
Resumo:
A literatura colonial portuguesa escrita por mulheres tem recebido escassa atenção nos estudos literários e culturais lusófonos. A exceção mais relevante, neste âmbito, é o caso de Maria Archer, autora de um número significativo de textos de ficção e não ficção de ambientação e temática colonial que receberam diversas leituras e análises. Em particular, os trabalhos de Ferreira sobre a escrita de autoria feminina e as conexões entre género, nação e império foram pioneiros em abordar esta produção de acordo com um quadro teórico integrado, capaz de iluminar trânsitos materiais e simbólicos e reverberações identitárias entre a Nação e o Império, em linha com os paradigmas da historiografia colonial e feminista da década de 1990. Literatura colonial de autoria feminina: O Último Batuque, de Maria do Céu Coelho, pretende aprofundar e alargar o conhecimento da escrita das mulheres portuguesas sobre temática colonial, proporcionando uma leitura do livro O último batuque (1963) de Maria do Céu Coelho, publicado em Moçambique em princípios da década de 1960. Trata-se de uma obra singular, por focar o tópico eminentemente masculino da caça a partir da perspetiva de uma mulher, e também por ser um livro híbrido que combina a escrita memorialística e breves novelas sobre o universo rural do Moçambique colonial. O artigo discute algumas das caraterísticas essenciais da literatura colonial portuguesa, tal como tem vindo a ser conceitualizada por diversos autores em estudos anteriores. Recorrendo também à vasta bibliografia sobre as articulações entregénero, império e colonialismo, o artigo procura equacionar o posicionamento da autora no corpus da literatura colonial, bem como refletir sobre o modo como a sua escrita literária articula raça e género.
Citação:
Falconi, Jessica (2021) “Literatura colonial de autoria feminina: O Último Batuque, de Maria do Céu Coelho,” Portuguese Cultural Studies: Vol. 7: Iss. 1, Article 4.
East Timorese Literary Narratives (Twenty-First Century): Indian Ocean Crossings and Littoral Encounters
Resumo:
O objetivo de East Timorese Literary Narratives (Twenty-First Century): Indian Ocean Crossings and Littoral Encounters é analisar o livro Requiem para o Navegador Solitário (2007) de Luís Cardoso considerando os elementos marítimos que emergem no romance e combinando os Estudos do Oceano Índico com os Estudos de Género. Apontando para o imaginário timorense e a perspectiva da protagonista feminina, centrar-nos-emos nos elementos relacionados com a costa da ilha, tais como a costa, o mar, os navios, os marinheiros, e a interligação com outras ilhas e territórios durante o período colonial. De facto, acreditamos que estes elementos integram não só o espaço geográfico da narrativa, mas também o imaginário literário, como é o caso, por exemplo, dos recursos metafóricos e da construção da personagem principal, Catarina. Considerando que Timor Leste se situa na orla oriental do Oceano Índico e tendo em conta a teoria teórica de Indian Ocean Studics, pretendemos demonstrar que neste romance o oceano constitui um repertório transcontinental visual e metafórico que se relaciona com o próprio imaginário cultural timorense. Analisaremos a ligação entre a trajectória existencial de Catarina, a protagonista feminina do romance, a história de Timor Leste e as travessias do Oceano Índico. Este texto, escrito em português por um autor timorense, retrata a complexa história deste território durante a Segunda Guerra Mundial e oferece uma perspectiva única sobre a história timorense.
Citação:
Spinuzza, G. (2021). East Timorese Literary Narratives (Twenty-First Century): Indian Ocean Crossings and Littoral Encounters. Portuguese Studies 37(2), 242-255. doi:10.1353/port.2021.0017.
Manuel Viegas Guerreiro: «Ovakwankala (Bochimanes) e Ovakwanyama (Bantos): aspectos do seu convívio». Uma interpretação histórica
Resumo:
A investigação e o estudo de sociedades de caçadores-recolectores desenvolveram-se de forma significativa no quadro de uma antropologia social e cultural sobretudo neo-evolucionista, em particular anglo-americana, nos anos 50 e 60 do século passado. A África constituiu um espaço privilegiado para este tipo de estudos que procuravam pôr em evidência as relações íntimas destas populações com o meio ambiente em que viviam e do qual dependiam, mas também as consequências, sobre a sua evolução, do desenvolvimento e consolidação dos sistemas coloniais europeus, que obrigavam a alterações no seu quadro territorial de circulação conduzindo-as a situações-limite de sobrevivência. De uma forma mais precisa, no contexto intelectual da época, ligada a valores e princípios que marcavam a valorização da natureza, o conhecimento dos ecossistemas, o avanço da ecologia – em particular a ecologia-cultural ou antropologia ecológica americanas – como forma de pensar o mundo e as relações da humanidade com os espaços envolventes, multiplicaram-se também os estudos que procuravam sublinhar as virtudes e os benefícios destas sociedades, a que chamaram as primeiras sociedades de abundância (Marshall Sahlins, 1968). Mas a história destas sociedades ficou sempre no silêncio, os documentos escritos eram frágeis e os conhecimentos destes grupos humanos assentavam na ideia de um longo multissecular percurso marcado pela constância dos seus actos, das suas práticas, das suas vidas. Esta ausência de movimento era incompatível com a noção de mudança, indispensável à evolução – e, portanto, à história – das sociedades. A própria noção de “sociedade de abundância” remetia para o reconhecimento de uma suposta “riqueza” dos caçadores-recolectores, que encontravam na natureza envolvente tudo aquilo de que necessitavam para viver numa situação confortável, que resolvia a sua alimentação, dispensava relações com outros povos, e garantia tempos livres e de descanso, que permitiam facilmente a realização das suas práticas sociais e religiosas. Tratava-se de uma visão idílica que remetia para tempos históricos anteriores, quase sem movimento, e para a ausência de processos de transformação e mudança significativos da sua situação histórica. Em Manuel Viegas Guerreiro: «Ovakwankala (Bochimanes) e Ovakwanyama (Bantos): aspectos do seu convívio». Uma interpretação histórica. Isabel Castro Henriques comenta o estudo homónimo conduzido por Manuel Viegas Guerreiro.
Citação:
“Castro Henriques, I. (2021). «Manuel Viegas Guerreiro – Ovakwankala (Bochimanes) e Ovakwanyama (Bantos): aspectos do seu convívio. Uma interpretação histórica. Lisbon, Newsletter Fundação Manuel Viegas Guerreiro, no 27, julho-setembro 2021, pp. 10-16.”
Fontes e consequências do stress dos professores durante a pandemia da Covid-19
Resumo:
A pandemia da covid-19 tem tido consequências graves e sem precedentes em múltiplas facetas da educação. Professores, estudantes, escolas e famílias foram afetados, e os impactos da pandemia irão repercutir-se também no futuro. O objetivo de Fontes e consequências do stress dos professores durante a pandemia da Covid-19 é identificar e explicar as fontes e as consequências do stress e do burnout associados ao trabalho dos professores durante a pandemia, bem como a sua satisfação no trabalho e em relação à vida. Três fontes de stress são consideradas: as mudanças na organização, nos conteúdos e na quantidade de trabalho; o comportamento e desempenho dos estudantes; e o tecnostress. A investigação empírica baseia-se num inquérito original online aplicado aos professores do ensino público (ISCED 2 e 3) em Portugal. São recolhidas informações referentes a quatro períodos: antes da pandemia; no primeiro período de encerramento das escolas em 2020 (16 de março-16 de setembro); no segundo encerramento das escola em 2021 (15 de janeiro-5 de abril); no período do inquérito (junho-julho 2021). Os dados recolhidos incluem características e mudanças sobre: os professores e suas famílias; a satisfação no trabalho, o stress e o burnout; a satisfação em relação à vida; o tempo de trabalho e as funções docentes; o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; os objetivos, métodos e resultados do ensino; o stress no trabalho; as condições para realização do ensino remoto; as expectativas para o ano letivo 2021-22. Os resultados mostram que o stress no trabalho dos professores aumentou durante a pandemia, sendo o comportamento e desempenho dos estudantes um fator explicativo relevante. As dificuldades em conciliar o tempo de trabalho e o tempo pessoal são também fatores preditores do stress no trabalho dos professores. Existem ainda sinais de burnout crescente.
Citação:
Pato, S., & Fontainha, E. (2021). Fontes e consequências do stress dos professores durante a pandemia da Covid-19. Revista Portuguesa De Investigação Educacional, (22), 1-17. https://doi.org/10.34632/investigacaoeducacional.2021.10467
Innovation in development cooperation: emerging trajectories and implications for inclusive sustainable development in the 21st century
Resumo:
Nos últimos vinte anos, a inovação tornou-se lenta, mas firmemente, uma presença importante no discurso e na prática da cooperação para o desenvolvimento. A ambiciosa Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU 2030 acelerou esta tendência, fornecendo um quadro forte para o principal argumento a favor de uma agenda de inovação para o desenvolvimento internacional: sem novas ideias e soluções inovadoras, não será possível resolver os actuais desafios globais do desenvolvimento. Embora este impulso à inovação esteja de acordo com uma visão predominante mais ampla da inovação como uma força inerentemente positiva de progresso, isso por si só não explica quando, como, e porque é que a inovação se torna um tópico chave no terreno. Innovation in development cooperation: emerging trajectories and implications for inclusive sustainable development in the 21st century procura preencher esta lacuna na literatura, fornecendo uma visão inicial da inovação na cooperação para o desenvolvimento nos anos pós-2000. Argumenta, em primeiro lugar, que a inovação sempre fez parte da política e prática internacional de desenvolvimento. Em segundo lugar, liga o recente reforço do discurso da inovação a três tendências na transformação sistémica do campo: o triunfo das agendas baseadas em métricas, as TIC e as revoluções da digitalização, e o papel dos actores do sector privado. Conclui avaliando criticamente as implicações desta narrativa na mudança das políticas de inovação para políticas e práticas de desenvolvimento sustentável mais inclusivas.
Citação:
Ana Luísa Silva (2021) Innovation in development cooperation: emerging trajectories and implications for inclusive sustainable development in the 21st century, Innovation and Development, 11:1, 151-171, DOI: 10.1080/2157930X.2020.1807100
Acerca da Repartição Funcional do Rendimento na Economia Portuguesa
Resumo:
A repartição funcional do rendimento – isto é, a questão da sua distribuição primária pelos diferentes fatores de produção e em particular entre rendimentos do trabalho (salários) e rendimentos do capital (lucros, juros e rendas) – é um dos grandes temas da economia política desde os seus primórdios. O artigo analisa empiricamente a evolução da parte dos salários no rendimento em Portugal entre 1960 e 2017, propondo uma grelha de interpretação da evolução da repartição funcional na economia portuguesa caracterizada pela existência de diferentes períodos. Consoante o período em questão, os resultados empíricos revelam a existência de associações fortes e significativas da evolução da repartição funcional com a taxa de crescimento real do PIB, com a taxa de inflação e com a taxa de desemprego, respetivamente. Estes resultados sugerem a sucessão ao longo do tempo de diferentes regimes de regulação da distribuição funcional do rendimento na economia portuguesa, que passam de contracíclicos a procíclicos no decurso do período em análise. O artigo está organizado da seguinte forma: após esta introdução, a secção 2 discute brevemente o interesse da análise da repartição funcional do rendimento e a sua ligação com alguns outros debates da teoria e análise económicas; a secção 3 descreve em traços gerais a evolução da repartição funcional do rendimento na economia portuguesa nas décadas desde 1960 e as suas principais tendências ao longo do tempo; a secção 4 procede a um conjunto de análises bivariadas, multivariadas e de estabilidade estrutural a fim de contribuir para a melhor compreensão dos fatores determinantes dessa evolução; e a secção 5 enuncia as principais conclusões.
Citação:
Abreu, Alexandre; July 2020; 3) “Acerca da repartição funcional do rendimento na economia portuguesa”; Notas Económicas, no. 50; 8) pp. 85-101.
The role of tourism, trade, renewable energy use and carbon dioxide emissions on economic growth: evidence of tourism-led growth hypothesis in EU-28
Resumo:
The Role of Tourism, Trade, Renewable Energy Use and Carbon Dioxide Emissions on Economic Growth: Evidence of Tourism-Led Growth Hypothesis in EU-28 examina os efeitos das energias renováveis, comércio, emissões de dióxido de carbono e turismo internacional no crescimento económico na UE-28, considerando os dados do painel para o período 1995-2014. A investigação encontra os novos determinantes do crescimento económico. Os resultados empíricos encontram o apoio do painel de mínimos quadrados totalmente modificados (FMOLS), painel de mínimos quadrados dinâmicos (DOLS) e efeitos fixos (FE) como técnicas de estimativa. Os resultados econométricos são consistentes com a literatura existente. As variáveis consideradas neste estudo são cointegradas na primeira diferença, como sugerido pelo teste de raiz da unidade de painel. O presente estudo procura fazer avançar o conhecimento dos determinantes do crescimento, prestando atenção ao efeito que tanto o sector do turismo como o da energia exercem sobre o crescimento económico dos países da UE-28. Os resultados empíricos demonstram que a abertura comercial, a chegada de turistas e as energias renováveis encorajam o crescimento económico. Por conseguinte, de acordo com os resultados econométricos, as energias renováveis permitem melhorar a qualidade ambiental. No entanto, as emissões de CO2 estão positivamente correlacionadas com o crescimento económico, mostrando que o crescimento está directamente correlacionado com as alterações climáticas e os gases com efeito de estufa. Os resultados confirmam também a hipótese de crescimento orientado para o turismo (TLGH) para o painel. Finalmente, os resultados empíricos confirmam que a abertura comercial, a utilização de energia e o turismo internacional contribuem para aumentar o crescimento económico. Com base nestas conclusões, são oferecidas mais informações e prescrições políticas na secção final.
Citação:
“Balsalobre-Lorente, D., Leitão, N.C. (2020): The Role of Tourism, Trade, Renewable Energy Use and Carbon Dioxide Emissions on Economic Growth: Evidence of Tourism-Led Growth Hypothesis in EU-28. Environmental Science and Pollution Research. Publisher: Springer International Publishing”
Coronacrise 2020: que crise?
Resumo:
As previsões já divulgadas das instituições nacionais e internacionais sobre os impactos da Covid-19 sobre as economias, vêm confirmar aquilo que já se antecipava: quebras profundas no produto e emprego, alimentadas pela redução conjunta do consumo, do investimento e do comércio internacional, com consequentes efeitos sobre défices e dívidas públicas. Discute-se em Coronacrise 2020: que crise? a crise económica desencadeada pela Covid-19, designadamente nas suas particularidades e nos elementos comuns com as crises económicas que a antecederam. Em particular, discutem-se os elementos de ligação com a crise de 2008-2009, com destaque para a comparação entre as respostas que foram dadas nessa altura com as respostas que estão a ser dadas na situação atual, procurando-se evidenciar as diferenças entre a intervenção mais ativa do Banco Central Europeu e a intervenção hesitante e contraditória das instituições nacionais e europeias com responsabilidade na política orçamental. Destaca-se a necessidade de um plano de recuperação económica, de dimensão europeia e integrador das especificidades nacionais, bem como a necessidade de uma alteração de postura relativamente ao papel da política económica, que deve privilegiar uma perspetiva expansionista de longo prazo em substituição da perspetiva contracionista que tem condicionado a gestão macroeconómica europeia nos últimos anos.
Citação:
Mendonça, A. (2020). “Coronacrise 2020: que crise?”. Lusíada. Economia & Empresa, nº 28 (2020), pp. 11-41. https://doi.org/10.34628/gp7b-es79
Innovation Perspectives in International Development Cooperation: The case of organised civil society
Resumo:
As organizações não governamentais (ONGs) ainda estão à margem da literatura emergente sobre inovação na cooperação internacional para o desenvolvimento, embora o tema venha ganhando destaque desde os anos 2000, acompanhando a transformação mais ampla do campo da cooperação para o desenvolvimento. Innovation perspectives in international development cooperation: the case of organised civil society apresenta os resultados de uma pesquisa de métodos mistos que envolveu uma ampla amostra geográfica de 20 órgãos nacionais de coordenação de ONGs por meio de uma pesquisa online e entrevistas semiestruturadas. O objetivo foi mapear e analisar as perspetivas, motivações e práticas de inovação nessas organizações, entender sua relação com as visões dominantes de inovação no campo e descobrir seu potencial para promover a inovação inclusiva. Os resultados sugerem que esses atores têm potencial para promover práticas de inovação inclusivas no campo, uma vez que abordam a inovação com a mudança social como objetivo final, ao invés de ter uma visão excessivamente solucionista e resolutiva da inovação social. O documento também destaca o papel fundamental das tecnologias de informação e comunicação, bem como das ferramentas digitais, tanto como motivo para inovar quanto como facilitadores da inovação nessas organizações. Por fim, a conclusão deixa questões em aberto para novas pesquisas sobre inovação em ONGs de desenvolvimento.
Citação:
Silva, A. L. (2022). Innovation perspectives in international development cooperation: the case of organised civil society. Cambio. Rivista Sulle Trasformazioni Sociali. https://doi.org/10.36253/cambio-12283