A água como um elemento narrativo crucial na literatura pós-colo...
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Working Paper CEsA n.º 199/2024 debruça-se sobre a água como elemento narrativo crucial para as sociedades angolana e moçambicana pós-coloniais

 

O CEsA publicou o Working Paper n.º 199/2024, intitulado “Literatura e Ecologia: Representações da água em romances angolanos e moçambicanos”, em português, de autoria da Professora Doutora Jessica Falconi, Vice-Presidente e investigadora do CEsA/CSG/ISEG/ULisboa.

Este documento de trabalho debruça-se sobre o estudo da água como um elemento narrativo crucial para as sociedades angolana e moçambicana pós-coloniais. A autora pretende identificar a presença de múltiplas declinações da água e analisar o seu papel narrativo em obras das literaturas angolana e moçambicana. Trata-se de um exercício de leitura que visa alargar as perspetivas críticas que surgiram, nas últimas décadas, a partir dos cruzamentos entre os estudos literários e os estudos ambientais. Da ecocrítica pós-colonial (Huggan & Tiffin, 2010) à apropriação literária da ecologia cultural (Zapf, 2016), dos Green Literary Studies às Oceanic and Blue Humanities, são diversos os paradigmas que, desenvolvidos sobretudo em contextos académicos de língua inglesa, têm explorado e consolidado esta ligação, situando-se no amplo campo transdisciplinar das humanidades ambientais (Environmental Humanities). 

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Resumo: 

Este artigo esboça uma proposta de cartografia do papel narrativo da água na literatura angolana e moçambicana, através da leitura comparada de quatro romances: O Desejo de Kianda (1995) do angolano Pepetela; De rios velhos e guerrilheiros I: O livro dos rios (2006) de Luandino Vieira; Água. Uma novela rural (2016) e Ponta Gea (2017) ambas do moçambicano João Paulo Borges Coelho. A introdução situa a cartografia proposta no quadro dos estudos de ecocrítica, cujos vários paradigmas oferecem ferramentas e conceitos úteis para a leitura das obras literárias selecionadas. A abordagem metodológica temática e comparativa evidencia experiências e imaginários comuns a dois contextos pós-coloniais, apesar da diferença de cenários, temáticas, escolhas estéticas e estratégias narrativas. A análise pretende demonstrar que a água é um elemento crucial para narrar as sociedades angolana e moçambicana pós-coloniais.

 

Sobre a autora:

Jessica Falconi é Vice-Presidente do CEsA (Gestão 2023-2025). É investigadora doutorada no CEsA/CSG/ISEG/ULisboa. É doutorada em Estudos Ibéricos pela Universidade de Nápoles (Itália) “L’Orientale”, onde leccionou na área das literaturas lusófonas e da língua portuguesa. Entre 2010 e 2017 foi bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Portugal), tendo desenvolvido a sua investigação junto do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e, posteriormente, junto do CEsA/CSG/ISEG/ULisboa. Em 2018 foi professora visitante na Universitat Autònoma de Barcelona (Espanha) onde dirigiu o Centro de Língua Portuguesa/Instituto Camões.

Tem participado em diversos projetos de investigação e tem publicado em revistas nacionais e internacionais na área das literaturas e dos cinemas africanos de língua portuguesa, com especial enfoque na literatura moçambicana. É também tradutora de português para italiano, tendo traduzido diversas obras literárias de língua portuguesa.

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Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagens: CEsA/Reprodução


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