Odair Barros-Varela e Redy Wilson Lima publicam novos artigos
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Odair Barros-Varela e Redy Wilson Lima, investigadores CEsA, publicam artigos no livro “Territórios, cidades e identidades africanas em movimento” (ed. EDUNILA)

Odair Barros-Varela e Redy Wilson Lima publicaram os artigos “África, o berço da modernidade : por uma visão pós-colonial da modernidade e do território” e "Hip-hop em Cabo Verde : rap e representação do espaço público na cidade da Praia"

 

Os investigadores do CEsA Odair Barros-Varela e Redy Wilson Lima publicaram os artigos “África, o berço da modernidade: por uma visão pós-colonial da modernidade e do território” e “Hip-hop em Cabo Verde: rap e representação do espaço público na cidade da Praia”, respetivamente. Os artigos compõem os capítulos 1 e 6 do livro “Territórios, cidades e identidades africanas em movimento”, organizado por Andréia Moassab e Marina Berthet (editora: EDUNILA).

Clique nos seguintes links para aceder às páginas de cada artigo no Repositório da Universidade de Lisboa:

África, o berço da modernidade: por uma visão pós-colonial da modernidade e do território – https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/27650

Hip-hop em Cabo Verde: rap e representação do espaço público na cidade da Praia – https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/27651

 

Leia os resumos:

África, o berço da modernidade: por uma visão pós-colonial da modernidade e do território

É mister um breve olhar sobre o que se convencionou chamar de modernidade e que constitui o substrato no qual o “Ocidente” se ancora para uma autonarrativa triunfal e universalista. Diversos autores, principalmente a partir dos meados da década de oitenta do século passado, têm procurado desmistificar as origens da civilização e da modernidade ocidental, com o destaque para os três volumes da obra Black Athena: The Afroasiatic Roots of Classical Civilization [Atenas Negra: As Raízes Afro-Asiáticas da Civilização Clássica] (1987/1991/2006), de autoria de Martin Gardiner Bernal.2 Outros autores têm seguido, de certa forma, as pisadas de Bernal, sendo que um deles é o filósofo e historiador Enrique Dussel com a sua obra Política de La Liberación: Historia Mundial y Crítica [Política da Libertação: História Mundial e Crítica] (2007), na qual, situado no campo da teoria pós-colonial, defende que o helenocentrismo é o pai do eurocentrismo e que, tendo em consideração que o chamado “milagre grego” pelos românticos alemães do século XVIII não existe, isso significa ter de começar “de novo” a história da filosofia política. Para esse intento, ele considera ser fundamental a redefinição do início da modernidade. Vale a pena realçar que é a “pós-modernidade” – denominada como período histórico que procura superar, ou supera, a modernidade – que vai originar, nas academias ocidentais e nos seus satélites, não só um debate sobre a “condição pós-moderna” – ou sobre o fato de ela ser a “lógica cultural do capitalismo tardio” –, mas também sobre a própria “visão” da modernidade. Apesar de muitos preferirem outras expressões que não a de “pós-moderno”, ou mudarem de preferência – tal como Zygmunt Bauman, que passa a falar de “modernidade líquida”, ou como Gilles Lipovetsky, que prefere o termo “hipomodernidade”, ou outros que falam de “modernidade incompleta”, ou de “modernidade tardia” ou “modernidades alternativas” –, no essencial, não colocam a tônica na análise crítica da periodização hegemônica anglo- -saxônica da modernidade.

 

Hip-hop em Cabo Verde: rap e representação do espaço público na cidade da Praia

Apesar da forte ligação com Portugal e a existência naquele país de inúmeros grupos de rap compostos por cabo-verdianos ou descendentes de cabo-verdianos, o hip- -hop produzido ali é praticamente ignorado e muito pouco consumido pelos jovens, nomeadamente os da periferia, em detrimento da cultura dos guetos negros norte-americanos, conhecida através dos fluxos audiovisuais da era digital. Jovens em todo o mundo são vistos como um fator de risco, associação esta patente, particularmente, no discurso moderno sobre segurança, sobretudo em uma época em que uma parte dos jovens se associa a gangues de rua, deixando transparecer “o fracasso da esperada reprodução dos mecanismos de suporte de um capitalismo expansivo e otimista”, o qual proporciona o tal “Estado de Bem-Estar”. Desta feita, perante um sentimento de mal-estar juvenil, evidenciado em algumas ações que desestabilizam a ordem social e a “morabeza crioula”, torna-se forçoso que as instituições que tutelam esta camada populacional os controlem, reprogramando-os institucionalmente, edificando, dessa forma, um Estado Serviço Social.

 

Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagem: EDUNILA/Reprodução


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