Arquivo de Saúde - CEsA

Saúde

HIV/AIDS prevention behaviour amongst youngsters of Cape Verdean origin living in Portugal

HIV/AIDS Prevention Behaviour Amongst Youngsters of Cape Verdean Origin Living in Portugal


Resumo:

HIV/AIDS prevention behaviour amongst youngsters of Cape Verdean origin living in Portugal aborda o comportamento preventivo do SIDA de jovens de origem cabo-verdiana residentes em Lisboa. Centra-se nas práticas e representações de grupo da SIDA e do comportamento sexual orientado para o género. Baseado em um projeto de pesquisa em andamento, o artigo argumenta como a AIDS tem potencial para se tornar mais um fator discriminatório em um grupo já estigmatizado racial e socialmente. Esta investigação pretende compreender a relação entre o que os jovens sabem sobre o HIV/SIDA e o seu comportamento de prevenção ativa. Além disso, explora como o contexto imigratório pode interferir em seus comportamentos e opiniões em relação ao HIV/AIDS e nas práticas consideradas mais seguras a serem adotadas. Portanto, esta pesquisa está entre aquelas que visam fundamentar as propostas de educação em saúde em HIV/AIDS na compreensão clara de como diferentes populações ou grupos concebem sua própria saúde. Para o efeito, seleccionámos uma amostra de jovens de origem cabo-verdiana actualmente residentes em Portugal, nascidos dentro ou fora de Cabo Verde. Ambos os sexos estiveram igualmente presentes (8 homens e 7 mulheres), com idades compreendidas entre os 16 e os 26 anos e residentes em conjuntos habitacionais, ou seja, habitações construídas nos projetos de requalificação urbana do município para realojamento de pessoas em bairros degradados. As áreas de interesse foram escolhidas por apresentarem um elevado número de cabo-verdianos ou seus descendentes: Lisboa, Grande Lisboa e Loulé. Assumimos que a pertença a estas áreas implica um contexto social e económico particular; pois, embora discutível, a definição de ‘alojamento concelho’ transmite, em grande medida, uma categorização social aplicada por um sistema de classificação social aos imigrantes em Portugal. Nesse sentido, consideramos eventuais repercussões na experiência social dos jovens e em suas condições existenciais materiais e simbólicas, das quais dependem as decisões cotidianas de saúde e prevenção. Adotou-se uma metodologia qualitativa de coleta de dados, para permitir um estudo exaustivo explicativo e a identificação de diversos padrões perceptuais e comportamentais. Tal metodologia, desenvolvida por Rodrigues (1978,1999), é a mais adequada para atingir o conteúdo ‘irracional’ – denominação comumente aplicada nas Ciências Sociais a fatores que “existem, mas não podem ser apreendidos pela razão” (Rodrigues, 1999, p.4). ). Como refere o autor, trata-se de alcançar “aquilo que não se mede, mas que vale a pena ser conhecido”, mais concretamente, o conteúdo emocional e o significado mais profundo das explicações dos jovens sobre os comportamentos de prevenção do HIV/SIDA. Foram realizadas minuciosas entrevistas individuais, com o objetivo de coletar um material capaz de revelar as representações, o tipo de percepção, os recursos explicativos utilizados, as justificativas produzidas de acordo com os papéis ocupados dentro de um determinado grupo, particularmente, sua posição em relação à imigração e HIV/AIDS. AUXILIA. Por meio do autoexame (discurso livre), conseguimos identificar as principais áreas de interesse e preocupação, sua importância, como se relacionam com sua vida e com o mundo ao seu redor. Além disso, objetivando identificar exatamente como os entrevistados inserem a questão da aids em suas preocupações de vida. As Perguntas Intermediárias nos permitem explorar questões de HIV/AIDS relevantes para o projeto, embora não levantadas espontaneamente pelo jovem durante a abordagem do Discurso Livre. O Questionário Socioeconómico permitiu compreender as condições de vida deste grupo em Portugal, bem como a sua história familiar. Hoje discutiremos aqui o tema da migração familiar em suas diferentes fases e por cada indivíduo.

 

Citação:

Évora, Iolanda. 2011. “HIV/AIDS prevention behaviour amongst youngsters of Cape Verdean origin living in Portugal”. Comunicação apresentada na EASA – European Association of Social Anthropologists : 9th Biennial Conference, Bristol, United Kingdom.

Avanços e retrocessos na área da saúde mental dos imigrantes em Portugal: a perspectiva do GIS

Avanços e Retrocessos na Área da Saúde Mental dos Imigrantes em Portugal: A perspectiva do GIS


Resumo:

A Associação GIS (formalmente denominada Associação Salpisign-GIS) é uma associação sem fins lucrativos dedicada à investigação, prestação de serviços e intervenção na área das migrações e saúde. São alvo da intervenção da nossa Associação, os imigrantes, os refugiados e minorias étnicas, tal como a qualidade dos serviços de saúde e a formação intercultural dos agentes de saúde. Na nossa actuação, perspectivamos o acesso à saúde como um direito fundamental de uma sociedade inclusiva na expressão dos direitos e deveres de cidadania. A Associação GIS foi criada em 2007 e é constituída por 7 membros (por coincidência, todas do sexo feminino: antropólogas, psicóloga social, sociólogas e filósofa) e trabalha em colaboração com outros profissionais e investigadores, de acordo com projectos em desenvolvimento. A Associação GIS – Grupo Imigração e Saúde tem por objectivo prioritário a promoção da saúde da população migrante, através do desenvolvimento de acções de investigação, formação e intervenção, por via da criação de diálogos científicos, técnicos e informativos entre as Ciências Médicas, as Ciências Sociais e Humanas e o saber socioculturalmente constituído dos próprios imigrantes e refugiados.  Avanços e retrocessos na área da saúde mental dos imigrantes em Portugal: a perspectiva do GIS foi apresentado no 9º Encontro de Saúde Mental de Cascais em 14.11.08

 

Citação:

Évora, Iolanda. 2011. “Avanços e retrocessos na área da saúde mental dos imigrantes em Portugal: a perspectiva do GIS”. Comunicação apresentada no 9º Encontro de Saúde Mental, Cascais.

Comportamento de prevenção ao HIV/SIDA entre jovens de origem cabo-verdiana em Portugal

Comportamento de Prevenção ao HIV/SIDA entre Jovens de Origem Cabo-verdiana em Portugal


Resumo:

Este estudo que realizámos, e cujos resultados parciais aqui apresentamos, trata do comportamento de prevenção da população jovem cabo-verdiana imigrada em Portugal em relação ao HIV/SIDA. Os promotores de Comportamento de prevenção ao HIV/SIDA entre jovens de origem cabo-verdiana em Portugal foram duas instituições de Cabo Verde: o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Comitê de Coordenação do Combate à Sida de Cabo Verde, com o patrocínio do Banco Mundial. O objectivo deste estudo foi o de compreender a relação (ou o hiato) existente entre o conhecimento que os jovens têm sobre o HIV/SIDA e as suas práticas de prevenção no dia-a-dia. Igualmente, procurámos explorar as possíveis interferências do factor imigração nas atitudes e teorias dos jovens sobre o VIH/SIDA e as condutas que consideram as mais seguras. O estudo inclui-se, portanto, entre os que procuram fundamentar propostas de educação para a saúde relacionada ao VIH/SIDA, a partir da compreensão da forma como as diferentes populações ou colectividades concebem o cuidado com a saúde. O estudo foi realizado com jovens de origem cabo-verdiana a viver em Portugal, tendo nascido ou não em Cabo Verde. Abrangemos ambos os sexos de forma eqüitativa (8 homens e 7 mulheres), com idades entre 16-26 anos e que vivem em bairros de realojamento social, ou seja, bairros construídos pelas estruturas municipais em substituição a bairros de lata. As regiões abrangidas foram as que apresentam um grande número de caboverdianos e seus descendentes: Lisboa, Grande Lisboa e Loulé. Consideramos que a pertença a tais espaços circunscreve a situação social e económica deste grupo pois, embora questionável, a definição bairros de realojamento contém uma categorização social, em larga medida, atribuída pelo sistema de classificação social dominante a jovens de origem imigrante no país. Portanto, consideramos esta definição por causa das suas implicações na experiência social destes jovens e nas condições materiais e simbólicas de existência, das quais dependem as decisões quotidianas em relação aos cuidados com a saúde e a prevenção. Optámos pela utilização de uma metodologia qualitativa de recolha de dados que permitisse um estudo exploratório, em profundidade, e a identificação de determinados padrões de comportamentos e de percepção. Esta metodologia, desenvolvida por Rodrigues (1978, 1999) nos pareceu mais adequada para alcançarmos conteúdos irracionais, denominação esta frequentemente atribuída pelas ciências sociais a factores que “existem, mas que não podem ser apreendidos pela razão” (Rodrigues, 1999, p.4). Como refere a autora, trata-se de tentar alcançar “aquilo que não pode ser medido, mas que é digno de ser conhecido”, ou seja, os conteúdos emocionais e os significados mais profundos das explicações dos jovens acerca dos comportamentos preventivos em relação ao HIV/SIDA. Realizámos entrevistas individuais, em profundidade, de forma a levar os sujeitos a produzir um material capaz de revelar as representações, o tipo de percepção, os recursos explicativos utilizados e as explicações que produzem, a partir das posições que ocupam no interior dos seus grupos, em particular, a posição relativa à imigração e ao HIV/SIDA. A partir de uma reflexão sobre si mesmo (discurso livre), identificámos os temas de interesse e preocupação de cada jovem entrevistado, a seqüência dos temas e a forma como o jovem interliga os aspectos da sua vida e do seu mundo. Sobretudo, procurámos reconhecer o lugar onde os sujeitos colocam a questão da SIDA entre os temas da sua vida. Com as Perguntas Intermediárias propunhamos explorar as questões sobre HIV/SIDA que interessavam ao projeto e que não tinham sido trazidas, de forma espontânea, pelo jovem na primeira parte do discurso livre. Por fim, o Questionário sócio-económico permitiu chegar às condições de vida deste grupo em Portugal e também à história familiar. Incluímos aqui questões sobre a migração do seu grupo familiar nas suas diferentes fases e para cada um dos seus membros.

 

Citação:

Évora, Iolanda. 2011. “Comportamento de prevenção ao HIV/SIDA entre jovens de origem cabo-verdiana em Portugal”. Comunicação apresentada no II Encontro Internacional, Migrantes Subsaharianos na Europa, SociNova, Odivelas.


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