Dimensões Socioculturais do Desenvolvimento

Mundo Crítico n.º 4: Jornalismo e comunicação na aprendizagem do mundo
Resumo:
Como são representadas as questões do Desenvolvimento nos media nacionais e internacionais? Que imagem – ou imagens – sobre África são veiculadas nos órgãos de comunicação social? Como evitar a “história única” de determinadas geografias e comunidades? E qual a responsabilidade dos media, incluindo novos media e redes sociais, na ascensão dos populismos na Europa e nos EUA e na propagação dos discursos de ódio? Como promover a relevância dos temas da cooperação para o desenvolvimento, nos media tradicionais, como construções positivas de um futuro comum?
Nesta edição, a Mundo Crítico – Revista de Desenvolvimento e Cooperação procura ser espaço para a reflexão sobre a relação entre os media, o jornalismo, a comunicação e o desenvolvimento, questionando se existe um “jornalismo para o Desenvolvimento” e qual o contributo que os Media e a Cooperação para o Desenvolvimento poderão dar para a necessária “aprendizagem do mundo”, como referia o pedagogo brasileiro Paulo Freire.
Desafiámos a jornalista Cândida Pinto e o antropólogo moçambicano Euclides Gonçalves para uma “conversa imperfeita” sobre a vertigem do jornalismo na actualidade, as imagens produzidas sobre o continente africano e a forma como as questões do Desenvolvimento são (re)tratadas nos media portugueses. O dossiê “saber e circunstâncias” integra um conjunto de textos sobre o contributo do jornalismo para a mudança social, o jornalismo para o desenvolvimento como “filho bastardo”, os labirintos da comunicação e o papel da comunicação para o desenvolvimento. Fazem parte da secção também reflexões sobre as viagens a convite endereçadas a jornalistas, o papel da literatura para “desinquietar”, sobre a forma como os refugiados e migrantes têm sido retratados nos media europeus, entre outros.
O “modo de ver” desta edição é do escritor Afonso Cruz, que nos propõe o seu ponto de vista fotográfico do Iraque e do Kuwait, e que, nas narrativas, nos conta a história de uma rua que é o terceiro pulmão de Bagdade. As outras duas narrativas abordam a urgência do contra-facto na actualidade e a história de Laovo Cande, que se repete no Mediterrâneo.
Nas “inovações”, são apresentadas as iniciativas da Bolsa de Criação Jornalística, que tem permitido a realização de reportagens sobre questões relacionadas com o Desenvolvimento internacional, e o projecto Idemi, que procura reverter a ausência de línguas africanas na internet. Nos “ecos gráficos”, somos confrontados com as fake news que se perpetuam nas redes sociais (e nos media) e, por fim (e como sempre), sugerimos outras leituras no “escaparate”.
Citação:
ACEP & CEsA (2019). “Jornalismo e comunicação na aprendizagem do mundo”. ISEG/CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento. Revista Mundo Crítico nº 4 (Out 2019). ISSN 2184-1926.

Mundo Crítico n.º 3: Cooperação para o Desenvolvimento: interesses nacionais ou agenda do bem comum?
Resumo:
Por esta 3ª edição da Mundo Crítico passam algumas das questões que hoje se colocam à cooperação para o desenvolvimento, a nível internacional e também nacional, procurando contribuir para um retrato, diverso e a várias vozes, sobre uma realidade que está a sofrer grandes mutações, tanto em termos conceptuais como de políticas e práticas, que podem mesmo pôr em causa a cooperação como valor nas relações entre espaços geográficos, políticos e culturais. As razões dos actuais tempos conturbados ultrapassam claramente a própria cooperação para o desenvolvimento, mas o falhanço de alguns modelos, ou a desaquação de outros, aos desafios que hoje enfrentamos, têm como consequência o seu questionamento no cômputo da política externa de diferentes Estados. Pretende-se, desta forma, nesta edição, olhar para o futuro e contribuir não só para uma reflexão prospectiva, mas também para o debate sobre o momento presente da Cooperação para o Desenvolvimento, questionando modelos, estratégias e discursos, um debate conducente a opções políticas em que, colectivamente, como sociedade, nos possamos rever.
Este número inicia com uma conversa imperfeita, num tom crítico, sobre as actuais tendências da Cooperação para o Desenvolvimento e sobre a necessidade de criar capacidades locais que perdurem. O dossiê saber e circunstâncias inaugura com 6 questões sobre a Cooperação Portuguesa, uma reflexão realizada pelo Conselho Editorial, que procura assim contribuir para o debate necessário (e urgente) no sector. A editoria inclui textos sobre diferentes visões e abordagens de países como a China e a Noruega -, as recentes decisões da Cooperação Portuguesa em matéria de Ajuda Pública ao Desenvolvimento, bem como uma reflexão sobre os profissionais da “indústria” do Desenvolvimento, o sector não governamental nos PALOP ou a actuação e as mudanças nas ONG em Angola. Por fim, surge um texto sobre banda desenhada no feminino e a abertura de caminhos de cooperação e solidariedade.
Os modos de ver a migração para a Europa, pelo olhar do fotógrafo italiano Mario Badagliacca, a partir de objectos de migrantes que desembarcam em Lampedusa são a proposta para esta edição. Já as narrativas apresentam dois trabalhos jornalísticos sobre o bairro do Jamaica, em Portugal, e um reencontro na Etiópia, após a assinatura do acordo de paz com a Eritreia.
Recuperamos a editoria inovações (iniciada no primeiro número), com dois exemplos de processos de promoção dos direitos humanos na Guiné-Bissau e ao nível da CPLP e outro de cooperação no ensino entre Portugal e Moçambique. A edição termina com ecos gráficos de banda desenhada e algumas sugestões de leituras no escaparate sobre a Cooperação para o Desenvolvimento na actualidade.
Citação:
ACEP & CEsA (2019). “Cooperação para o Desenvolvimento: interesses nacionais ou agenda do bem comum?”. ISEG/CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento. Revista Mundo Crítico nº 3 (Jan 2019). ISSN 2184-1926.

Mundo Crítico n.º 2: Inovação: imaginar novos percursos para o desenvolvimento
Resumo:
O que é “novo” na “inovação e desenvolvimento”? Foi a partir desta pergunta que lançámos o desafio para esta segunda edição da Mundo Crítico, procurando cruzar diferentes práticas, experiências e olhares sobre a agenda da “inovação” na cooperação internacional para o desenvolvimento.
Talvez a maior potencialidade na agenda internacional da “inovação e desenvolvimento” seja o questionamento das lógicas dicotómicas que permeiam as relações entre “países desenvolvidos” e “países em desenvolvimento”, concebendo os primeiros como geografias de “invenção, recriação ou renovação” de teorias, tecnologias ou modelos de organização, e os segundos como espaços de “importação” de produtos, valores e ideias. Neste sentido, e perante as transformações no mundo em que vivemos e a incerteza sobre a sua direção e impactos, torna-se premente o questionamento do que é “novo” na “inovação e desenvolvimento” – recuperando a memória, olhando o presente e arriscando entrever o futuro.
Nesse sentido, este número inaugura com uma conversa imperfeita sobre as várias dimensões da inovação, que vão muito para além da vertente meramente tecnológica. À inovação social, deve juntar-se a inovação organizacional, numa lógica de apropriação de processos para um desenvolvimento realmente inclusivo e favorável à mudança. No dossiê de saberes e circunstâncias, encontramos textos reflexivos sobre experiências ou práticas de inovação em prol do desenvolvimento, como as iniciativas de economia criativa em países como Cabo Verde, Guiné Bissau e S. Tomé e Príncipe; as transferências monetárias em contextos de ajuda humanitária; ou o projecto de melhoria da qualidade do ensino na América Latina através da iluminação de escolas, para citar apenas alguns exemplos. Os modos de ver integram um dossiê fotográfico com rostos de mulheres de S. Tomé e Príncipe, que resulta de um projecto de afirmação de direitos das mulheres santomenses e as narrativas apresentam casos práticos e protagonistas que utilizam a inovação e a
criatividade para fazer face a diferentes desafios.
Por fim, integramos uma nova editoria – a ecos gráficos – dedicada à banda desenhada e o escaparate como porta de entrada para outras leituras.
Citação:
ACEP & CEsA (2018). “Inovação: imaginar novos percursos para o desenvolvimento”. ISEG/CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento. Revista Mundo Crítico nº 2 (Jun 2018). ISSN 2184-1926.

Mundo Crítico n.º 1: A propósito de fragilidades e complexidades do desenvolvimento
Resumo:
Numa era de múltiplos desafios, da escala local à escala global, “Mundo Crítico – Revista de desenvolvimento e cooperação” quer responder à necessidade de debate entre actores sociais públicos e privados, de maior ou menor dimensão, de âmbito geográfico ou temático, com um empenhamento crítico, persistente e dialogante. Procura suscitar diálogos improváveis entre texto e imagem, entre arte e ciência, entre académicos, artistas, técnicos, entre pessoas que falam português em diferentes espaços geográficos ou culturais. O debate pretende-se abrangente, com especial enfoque nas transformações sociais, económicas ou políticas em curso no mundo de que fazemos parte.
A linha de orientação deste espaço tem por base uma visão do desenvolvimento como acção social multidisciplinar e de complementaridade entre diversos intervenientes, individuais e colectivos. Considera que a cooperação entre povos é um dos pilares sobre o qual se pode construir uma visão comum dos direitos humanos, do bem estar e do progresso da humanidade, hoje e de futuras gerações. Uma revista de pensamento crítico para reflectir e agir.
Citação:
ACEP & CEsA (2018). “A propósito de fragilidades e complexidades do desenvolvimento”. ISEG/CEsA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento. Revista Mundo Crítico nº 1 (Jan 2018). ISSN 2184-1926.

Perspetivas do desenvolvimento dos jovens residentes na Freguesia de Santa Clara em Lisboa, pós-pandemia Covid-19
Resumo:
O presente estudo foi realizado entre os meses de setembro e dezembro de 2021 e teve como objetivo identificar as perspetivas, analisar as barreiras do desenvolvimento pessoal e local e compreender o impacto da Covid-19 na vida dos jovens de 15 a 24 anos residentes na Freguesia de Santa Clara, em Lisboa. O estudo serve para a melhor compreensão das vulnerabilidades e perspetivas dos jovens e investigou até que ponto as iniciativas por parte das instituições públicas e organizações da sociedade civil conseguem dar respostas a estes desafios. Os resultados deste estudo de caso dos jovens de uma freguesia específica da cidade de Lisboa podem ser utilizados para a planificação das políticas públicas para os jovens.
Citação:
Tengler, Hemma (coord.). (2022). Perspetivas do desenvolvimento dos jovens residentes na Freguesia de Santa Clara em Lisboa, pós-pandemia Covid-19. Lisboa: Oficina Global.

Livro das Comunicações Apresentadas no In Progress 3
Resumo:
Esta terceira edição do In Progress, Seminário sobre Ciências Sociais e Desenvolvimento em África reúne trabalhos de investigadores e estudantes pós-graduandos que têm como tema de estudos e pesquisa a África contemporânea e o seu desenvolvimento, apoiados em correntes científicas que estimulam novas abordagens além do “desenvolvimento”, explorando as noções de “bem-estar” ou “bem viver” e mantendo-se próximos à s correntes de pensamento e dos debates entre África, Ásia e América Latina. Os textos incluem-se em temáticas como: trabalho de campo: questões práticas, teóricas e metodológicas; política, dinâmicas da sociedade civil, desenvolvimento; cultura, pensamento e mudança; estratégias para a cooperação e desenvolvimento; e populações, mobilidade e bem-estar. A segunda parte desta obra contém as reflexões dos conferencistas convidados ao seminário In Progress 3 que incluem quer a perspetiva crítica sobre os discursos e metodologias dominantes no campo das políticas do desenvolvimento ligadas a mobilidades, economia e identidades como, também, o contributo do crescimento financeiro para o crescimento económico e vários dos quesitos a ter em conta nas discussões sobre sustentabilidade económica, tomando o exemplo dos países membros da SADC. A conferência final refere-se aos tempos e questionamentos que importa reter e sobre o que importa refletir no âmbito das ciências sociais e humanas, em particular, quando o debate é sobre o olhar (neo)colonial e os desafios globais contemporâneos para os Estudos Africanos.
Citação:
Évora, Iolanda e Sónia Frias (coord). 2024. Livro das Comunicações Apresentadas no In Progress 3 com Revisão por Pares : 15 a 16 de Novembro de 2018 no ISEG/ULisboa. Lisboa: ISEG – CEsA

Turismo Costeiro e Marítimo em Cabo Verde. Rumo a um destino sustentável
Citação:
Sarmento, E. (2024). Turismo costeiro e marítimo em Cabo Verde. Rumo a um destino sustentável. In Morgado, Carlos (2024). Anuário do Turismo de Cabo Verde 2024: a transformação de um destino (pp.30-32). Praia, Cabo Verde.

Cape Verde: Islands of vulnerability or resilience? A transition from a MIRAB Model into a TOURAB one?
Resumo:
Os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) enfrentam tradicionalmente um conjunto de desafios como a configuração económica fraca e altamente frágil, questões ambientais e uma dependência tradicional de algumas actividades económicas que os forçam a abrir a economia ao exterior. Portanto, o seu modelo de desenvolvimento, como em Cabo Verde, depende da migração, das remessas, da dependência da ajuda, do turismo e do emprego estatal. A investigação actual oferece uma visão sobre a natureza da economia de Cabo Verde como uma economia PEID e até que ponto o país tem dependido das receitas do turismo, das remessas externas provenientes das migrações, dos programas de ajuda e dos serviços governamentais. Compreender o modelo de desenvolvimento de Cabo Verde é importante para esclarecer os desafios que o país enfrenta e as suas necessidades de desenvolvimento para reunir uma resiliência a longo prazo e para perceber se está a mudar de um modelo MIRAB (Migrações, Remessas, Ajuda e Burocracia) para outro.
Citação:
Sarmento, E.; Silva, Ana (2024). Cape Verde: Islands of Vulnerability or Resilience? A Transition from a MIRAB Model into a TOURAB One? Tour. Hosp. 2024, 5(1), 80-94; https://doi.org/10.3390/tourhosp5010006. MDPI. Special Edition Submit to Special Issue: Small Island Developing Countries (SIDS): Tourism between Innovation and Authenticity for Better Sustainable Developing Paths

Working Paper 197/2024: La Production Agricole des Femmes en Guiné-Bissau comme Moyen d´Afirmation de son Identité
Resumo:
Este Working Paper é um produto intermédio do estudo feito para a Cooperação Suíça na Guiné-Bissau, escrito em francês sem nenhum ponto em português. O que demonstra bem como os princípios de restituição e apropriação por parte das pessoas ou instituições que acedem a responder a inquéritos ou entrevistas, são palavras que não se traduzem em ações concretas para esta Cooperação. Os dados foram obtidos por inquéritos e entrevistas nas regiões de Bissau, Biombo, Bafatá e Oio, junto das produtoras (que incluem também um número restrito de produtores homens) de produtos agrícolas leguminosos, numa amostra de 160 pessoas escolhidas aleatoriamente. Por opção do promotor o estudo concentrou-se na comercialização de produtos e não na produção. Para entender melhor os resultados, deve dizer-se que este modelo de negócio não é muito lucrativo, mas, é uma atividade que dá uma maior independência das mulheres em relação aos homens no espaço familiar, pois as decisões sobre o uso dos lucros pertencem às produtoras. Tem além disso um potencial de ambiente de ação para a afirmação da identidade social (e não apenas familiar) das mulheres que não se deve desprezar embora, tanto quanto conseguimos perceber, tal se expresse para já apenas na organização de associações de produtoras.
Citação:
Sangreman, C. e Melo, M. (2024). “La Production Agricole Des Femmes En Guiné-Bissau Comme Moyen D´Afirmation De Son Identité”. Instituto Superior de Economia e Gestão – CEsA/CGS – Documentos de trabalho nº 197/2024

Armed Conflict and Urbanization in Cabo Delgado, Mozambique: A methodology for a critical inquiry
Resumo:
A teoria urbana dominante não consegue abranger a urbanização em África. Entre os seus muitos fatores, os conflitos armados deslocam as populações rurais para as cidades, acelerando os processos urbanos e afetando a sustentabilidade e a governação — o fenómeno da urbanização induzida por conflitos. Na província de Cabo Delgado, uma insurgência violenta tem deslocado milhares de civis desde 2017; muitos dos quais fugiram para a capital provincial, Pemba, duplicando a sua população em apenas cinco anos. Este artigo apresenta o quadro teórico e o desenho metodológico para uma investigação localizada no âmbito de uma crítica contemporânea dos principais estudos urbanos; o objetivo é analisar a urbanização induzida por conflitos em Pemba com um estudo de caso comparativo, utilizando métodos visuais participativos, para o qual foi realizado um estudo piloto em setembro de 2022. Com isto, o autor pretende contribuir para estudos urbanos empenhados em Moçambique e Portugal e transformar o trauma da guerra em oportunidades para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade.
Citação:
Agostinho do Amaral, S. Armed Conflict and Urbanization in Cabo Delgado, Mozambique: A Methodology for a Critical Inquiry. Urban Forum (2023). https://doi.org/10.1007/s12132-023-09505-y