Working Paper CEsA n.º 197/2024 analisa o reflexo do trabalho e rendimentos na identidade de mulheres horticultoras na Guiné-Bissau
O CEsA publicou o seu primeiro Working Paper de 2024 (n.º 197/2024), intitulado “La Production Agricole des Femmes en Guiné-Bissau comme Moyen d´Afirmation de son Identité”, em francês, de autoria de Carlos Sangreman e Mara Melo. Sangreman é Presidente da Assembleia do CEsA, investigador do CEsA, professor auxiliar da Universidade de Aveiro e consultor para a Guiné-Bissau do Instituto de Higiene e Medicina Tropical em Portugal e da Casa dos Direitos em Bissau. Melo é mestre pela Universidade de Coimbra e pelo Institut d’ Études Polítques de Bordéus.
Este documento de trabalho é um produto intermédio do estudo feito para a Cooperação Suíça na Guiné-Bissau. Foram realizados inquéritos e entrevistas nas regiões de Bissau, Biombo, Bafatá e Oio, nos domínios da produção de produtos agrícolas leguminosos, por produtores (maioritariamente mulheres). O foco da análise está na prática da horticultura com os rendimentos a pertencerem às mulheres: “influencia o fator económico através da atividade de produção e venda, influencia fatores culturais porque é a mulher que toma as decisões-chave para a atividade e não o homem e luta contra a discriminação familiar porque a mulher assume responsabilidades na família e no seu lar que de outra forma não poderiam assumir e, por isso, tende a ter uma voz com mais peso nas decisões familiares”.
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Resumo:
Este Working Paper é um produto intermédio do estudo feito para a Cooperação Suíça na Guiné-Bissau, escrito em francês sem nenhum ponto em português. O que demonstra bem como os princípios de restituição e apropriação por parte das pessoas ou instituições que acedem a responder a inquéritos ou entrevistas, são palavras que não se traduzem em ações concretas para esta Cooperação. Os dados foram obtidos por inquéritos e entrevistas nas regiões de Bissau, Biombo, Bafatá e Oio, junto das produtoras (que incluem também um número restrito de produtores homens) de produtos agrícolas leguminosos, numa amostra de 160 pessoas escolhidas aleatoriamente. Por opção do promotor o estudo concentrou-se na comercialização de produtos e não na produção. Para entender melhor os resultados, deve dizer-se que este modelo de negócio não é muito lucrativo, mas, é uma atividade que dá uma maior independência das mulheres em relação aos homens no espaço familiar, pois as decisões sobre o uso dos lucros pertencem às produtoras. Tem além disso um potencial de ambiente de ação para a afirmação da identidade social (e não apenas familiar) das mulheres que não se deve desprezar embora, tanto quanto conseguimos perceber, tal se expresse para já apenas na organização de associações de produtoras.
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Autor: Comunicação CEsA (comunicacao@cesa.iseg.ulisboa.pt)
Imagens: CEsA/Reprodução