Conversas Afro-Port | Entre a Negritude e a Afrodescendência, percursos de uma consciência crítica

O Projeto Afro-Port (CeSA/ISEG/ULisboa) convida a todos para uma conversa virtual sobre a negritude e a afrodescendência.

19 de novembro de 2021, 18h

Evento online, transmitido pelo Zoom.

Assista AQUI: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/88510876327?pwd=dE5rcW5LSEZvUDZPcEZabisvWk9GUT09

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Em “Escrevo o que quero”, uma compilação de textos políticos, Steve Biko, líder histórico do Black Consciousness Movement, afirmava que ” Ser negro não é uma questão de pigmentação, mas o reflexo de uma atitude mental”. Para Biko, ” a Consciência Negra é, em essência, a perceção pelo homem negro da necessidade de juntar forças com seus irmãos em torno da causa de sua atuação – a negritude de sua pele – e de agir como um grupo, a fim de se libertarem das correntes que os prendem em uma servidão perpétua”.

No discurso sobre a negritude, Aimé Césaire dizia que “A Negritude não é uma conceção pretensiosa do universo. É um modo de viver a história na história”.

O “reconhecimento” é um dos motes da Década Internacional do Afrodescendente proclamada pela ONU e o mês da Consciência Negra tem sido celebrado no Brasil como uma data que relembra e inscreve a luta dos quilombos nos dias atuais. Enquanto parte do vasto legado da luta negra no mundo, interessa-nos, por um lado, saber qual é o significado desta celebração em Portugal e outros contextos, e por outro lado, qual é a relação com a questão afrodescendente ou da afrodescendência.

O projeto Afro-Port tem-se debruçado sobre uma profunda discussão concetual em torno da palavra afrodescendente enquanto uma categoria tradicionalmente associada à história escravocrato-colonial. O que revela e esconde este termo cada vez mais utilizado por pessoas, organizações e instituições nacionais ou internacionais? Quais são os mecanismos que levam à inclusão ou exclusão de determinados termos identitários? Por que razão certos termos não são consensuais e incomodam? Interessa-nos assim perceber o que os termos se dizem e nos dizem sobre as tensões e disputas presentes em certos processos coletivos de libertação. Em suma, procuramos saber que gramáticas e que bibliotecas têm informado e servido de fonte às lutas africano-diaspóricas?

Convidados

MAX RÚBEN RAMOS é licenciado em Antropologia pela Universidade de Coimbra e obteve o seu mestrado e doutoramento em Antropologia no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Foi investigador de pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Tem desenvolvido a sua pesquisa em Cabo Verde e Portugal. É atualmente investigador colaborador no CRIA – NOVA (FCSH, Universidade NOVA de Lisboa). Atualmente colabora como docente na UNI-CV nos cursos de Línguas, Literaturas e Culturas (Estudos Ingleses) e na licenciatura em Enfermagem.

FRANTZ ROUSSEAU DÉUS é doutorando em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Possui Licenciatura em Ciências Sociais pela Unicamp. Autor do livro Paradoxo Haitiano: identidade negra e “branqueamento” da pele na contemporaneidade, publicado em 2021 pela Editora Appris.

JOSÉ VICENTE MERTZ é doutorando em antropologia pela Universidade de Lisboa, e atualmente atua na Rede de Apoio Mútuo – LX entre outros coletivos e iniciativas de base. Quando no Brasil, militava na Frente Quilombola do Rio Grande do Sul, que articula e defende territórios indígenas e quilombolas na região sul.

ANTÓNIO TONGA é membro fundador do coletivo Consciência Negra, membro da secção portuguesa da liga internacional dos trabalhadores, um das centenas de milhões de herdeiros da luta visceral dos povos africanos pela sobrevivência, e uma África livre do esmagamento capitalista. Trabalhador aeroportuário.

Moderação: Afro-Port.

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