Uma pátria chamada chamada poesia…

Carmen Lucia Tindó Secco[1]


(…) a poesia de Ana Mafalda Leite traduz, de forma inequivocamente sedutora, o seu compromisso com o jogo, o reencantamento da linguagem e do mundo.

  (NOA, Francisco, 2001. In: LEITE, 2002, p. 13)

A produção poética de Ana Mafalda Leite, editada a partir 1984, se faz herdeira, em vários aspectos, do lirismo de Glória de Sant´Anna, também oscilando, como a poética dessa autora, entre as fronteiras de duas pátrias: Moçambique, aonde viveu parte de sua vida; e Portugal, país para onde retornou e fixou moradia.

O Livro das encantações e outros poemas, conforme define a própria Mafalda numa entrevista, é uma antologia, ou seja, uma recolha poética, desde seu primeiro livro de poesia, Em sombra acesa (1984), até Livro das encantações (2005), obra em que diversos poemas são encimados por epígrafes e dedicatórias a amigos com quem a autora partilhou, ao longo de sua vida, sensibilidades, amorosidades, cumplicidades.

As dedicatórias que se podem observar em alguns dos poemas inseridos no Livro das Encantações  permitem aquilatar a dimensão dos laços de afecto e de cumplicidade que a Ana Mafalda Leite foi tecendo ao longo dos tempos, cumplicidades que se estendem a um Mário Botas, recordando o Gulamo Khan ou à memória da Helena, à Sónia Sultuane, ao João Paulo Borges Coelho, Ídasse, Armando Artur,  Ana Magaia, Jaime Santos e Lourenço de Rosário ; ao André, ao Jota, ao Marco, à Sara, ao Paulo e à Joana. E também o Francisco Noa, a Ana Paula Tavares, o Lopito e sem esquecer o Kandjimbo. E ainda a tantos outros. Devem ter sido cumplicidades fantásticas. Porque a Ana Mafalda Leite nunca soube de que lado estava o desamor. Mas soube, desde sempre, de que lado estava a ternura, o que me leva a acreditar que ela sabia que a poesia, incluindo a sua, poderia alimentar essa ternura[1].

(PANGUANA, M., 2011)

A seguir aos poemas retirados de Em sombra acesa, sucedem-se, nessa mais recente antologia de Ana Mafalda, composições poéticas extraídas de seus livros posteriores: Canções de alba (1989); Mariscando luas (1992, em parceria com Luís Carlos Patraquim e Roberto Chichorro); Rosas da China (1999); Passaporte do coração (2002); Livro das encantações (2005).     

Como barcos em viagem, os sujeitos líricos dos poemas de Ana Mafalda percorrem trilhas marítimas, fluviais, ou navegam por dentro da palavra poética; alçam voo e riscam o infinito, criando vida e imaginação. Tecem uma poesia que se realiza como encantamento do ser e da linguagem. Segundo o poeta moçambicano Calane da Silva, autor do prefácio à edição desta antologia em Moçambique, a poética de Ana Mafalda Leite é pura “encantação”:

transporta o luar de Tete, as águas do Zambeze, as praias do Índico, o cheiro da chuva moçambicana, ao mesmo tempo que acaricia a primavera lusitana.

    (CALANE, Prefácio. In: LEITE, 2005 p. 8)

O trajeto lírico dos sujeitos poéticos das obras antologizadas começa atravessando sombras, rumores de vozes ao fim da tarde, quando as primeiras estrelas e a lua branca se erguem no céu. É quando a solidão penetra o âmago do coração do poeta e acende a manhã da poesia: corpo moçambicano de contas e missangas, do qual “a voz arranca/ surpreendida/ intraduzível som” (LEITE, 2005, p. 30).

(…)

crescem obscuras as sombras

e o halo de murmúrios

que as arrasta

silencia-se quando

as primeiras estrelas

no alto de todas as árvores

erguem a lua branca

                                     (LEITE, 1984, p.49)

Em Canções de alba (1989), o eu-poético seduz, estendendo a linha do horizonte, na qual a ambiguidade deixa o sol e o silêncio se apossarem da palavra. Esta é dada a Álvaro de Campos, por intermédio de uma intertextualidade marinheira. Confessa o sujeito lírico:

mar infinito, oh mar!

mar e linha de adeus, quero-te

na exacta onda que sobre outra se esconde

se descobre e se inventa

                                     (LEITE, 2005, p.38)

O barco-poesia navega, assim, por e para onde leva o coração.

Em Mariscando luas (1992), poemas e telas buscam um Moçambique imaginado, plasmado por lembranças do passado recente, anterior à guerra de libertação. Na memória dos sujeitos líricos, desfilam luas, noivas, namorados, gatos, violas, acordes, gaiolas, imagens oníricas, por intermédio das quais, a arte e os sonhos dialogam entre si, em cores e múltiplas encantações.

Em 1999, Rosas da China direciona a viagem do eu-lírico para paisagens voltadas para o Oriente. Sentimentos e travessias insulares balizam o lado oriental, apontando para a Ilha de Moçambique, lugar matricial de encruzilhadas identitárias do híbrido contexto histórico-cultural moçambicano, formado por etnias africanas de origem banto, por árabes, indianos e portugueses. Povoam os poemas de Rosas da China bicos de lacre, pirilampos, cheiros rosáceos, brilhos de lua, cantos de princesa. Essa refinada e idílica atmosfera lírica aquece “o sossego à beira-tempo”, no qual o sujeito poético se encontra. A poesia é, assim, tramada pelo labor artesanal da palavra, erigindo-se como rosa filigranada, banhada por índicos paladares e odores.

eu sou a rosa na rosa

rosa rodada rodando rosas

te quero rosa-mundo rosa dos ventos

outra rosa não quero

de ramo em ramo

o coração traz inteiro

o ramo das rosas todas centradas no centro

de te ser

rosa

            (LEITE, 2002, p.19)

Há, em Rosas da China, uma procura não só identitária, mas também existencial, que continua em Passaporte do coração (2002). Perseguindo sonhos, amores, o poeta se depara com uma “carta de achamento”, espécie de passaporte para seu coração ambivalente que também é afetado por aquelas paisagens orientais: “a Oriente o coração estremece/ a ave voou longe/ não chega o horizonte” (LEITE, 2005, p. 93).

Ali, naquela ilha ao norte de Moçambique, muitos são os desafios do minarete convocando para orações. Muitos são os cânticos do poeta a contemplar as máscaras de m`shiro das mulheres macuas que dançam. Como exímio ourives, o eu-lírico lapida, com mãos precisas, os fios das palavras, enfeitando, com o ouro e a prata dessa ilha, as múltiplas geografias de sua terra.

navega-me a alma uma ilha

o espírito antigo de um barco em viagem

penélope de m´siro enfeitada

olha o minarete mais alto

do horizonte

e medita sobre as ruínas do cais

o porto ancorado do sonho

por entre seus dedos deslizam

fios de missanga

fios de prata

fios de ouro

                                     (LEITE, 2002, p. 37)

Ao final da leitura dos poemas desse livro de Ana Mafalda Leite ecoa a seguinte questão: que passaporte é usado para se alcançar o amor?  A partir dessa interrogação, o leitor pode perceber que a poesia e o amor se tornam o cerne da procura existencial e literária do eu-poético. Compreende, ainda, ser este um processo interminável, pois, no momento em que atinge o ápice poético e amoroso, vivenciando o êxtase efêmero de uma “pequena morte”, no mesmo instante deste gozo fugaz e supremo, se perde de si e mergulha em sua eterna busca.

No livro O amor essa forma de desconhecimento, as indagações acerca dos sentimentos amorosos continuam, de modo exacerbado, por meio de um repensar crítico dos afetos, da linguagem literária, da vida.

(…)

não sabes

que o voo é oficina de asas?

(…)

que ofício é esse

de rasgar com as mãos

palavras?

que ofício é esse

de deslumbrar os olhos

para depois os arrancar sem dó ?

(…)

                                                      (LEITE, 2010, p.26)

A poesia tem “asas, porém o poeta voa sem rumo” (LEITE, 2005, p. 104). A poesia tem livre trânsito; contudo, o poeta viaja nela pelo sentir e pelo silêncio. Ouvindo os mantras, as arquiteturas de sons que extasiam, o sujeito lírico se reconhece “sem pátria/ sem continente/ sem mapa” (LEITE, 2005, p. 113). Entretanto, “com o passaporte do coração” (LEITE, 2005, p. 113), sonha “ser possível ter asas e estar em terra” (LEITE, 2005, p. 113) firme. Sabe, não obstante, que a poesia é sua única pátria possível.

(…)

sonho ser possível ter asas e estar em terra

ter caule e raiz sobrevoar a sombra mais além

juntar a água ao fogo e resplandecer

conhecer

inteiro

do coração

sublime ardor

generosidade e dádiva

minhas raízes são aéreas

                               (LEITE, 2002, p. 63)

No Livro das encantações (2005), a magia poética se consolida: torna-se matéria de ourivesaria literária. O poeta não é mais só o artífice que esculpe a linguagem e os versos; é o cantor e dançarino da própria poesia. Encantado pelo ritmo e artesania da construção dos poemas, funde-se à própria criação. Criador e criatura valsam, assim, ao som do próprio encantamento poético. Usando uma voz feminina, o eu-lírico confessa:

sou aquela que canta

e ouve os murmúrios do sonho

 para ser livre

é preciso penetrar a noite iluminada

 que segue em fogo

dança, coração,

dança

               (LEITE, 2005, pp. 196-197)

Nesse livro, a identidade lírica de Ana Mafalda mostra-se, claramente, híbrida, expondo suas cruzadas heranças europeias e moçambicanas. No poema, “Tenho o nome de um barco”, o sujeito lírico declara e explica as origens de sua mestiçagem:

ana mafalda um barco do império em travessia entre dois

oceanos me fez nascer. foi esse o nome que me deram

ao levar-me transplantada de um hemisfério para o outro.

nasci entre fronteiras líquidas entre ondas inventei um berço.

foi um nome que me nasceu, foi um barco, um deslizar de marés no final da década de cinquenta.

(…)                       (LEITE, 2005, p. 174)

Na escrita poética de Ana Mafalda Leite, os sujeitos líricos se revelam, identitariamente, multifacetados, uma vez que perpassados por legados diversos, advindos tanto do Ocidente, como do Oriente, como da própria África. 

cose-se a dobra do tempo sem costura frente e verso coincidem

(…)

assim o meu rosto está na sombra desde sempre

até que o preciso número de luas encontre

a geometria exacta para o iluminar

acredito nesses números secretos

nesse entrecruzar de linhas

pela palma da mão

paralelas duas vidas

me dão

talvez porque numa a outra

ilumine em meu rosto

a fronteira líquida de dois mares

a ocidente a oriente

rosa-dos-ventos gira

de lua em lua meu rosto

minguante e crescente

inteira descoincidente

lua nova sou

                 (LEITE, 2005, pp. 15-16)

Mesclando espólios de variadas estirpes e raízes – caligrafias em arabescos, cartografias índicas, memórias de “ocidentais praias lusitanas”, paisagens “em macua matriciada” (conforme observa Patraquim, em suas Vinte e tal novas formulações…), esta antologia de Ana Mafalda se insere, no “livro das genealogias” da poesia contemporânea, como uma teia de “bífidas” identidades e polivalentes significâncias.

No poema “Naturalidade (uma carta a Rui Knopfli)”, o sujeito poético desabafa:

Eu, meu caro Rui Knopfli, eu caso-me (…) às luas dos dois hemisférios. (…) chamem-me europeia ou africana, que fazer, senão calar? Meus versos livres xingombelas, livres pomos, voam sem chão, neste chão que trago por dentro da casa móvel que me atravessa o sonho (…) Acredita, a terra-mar que em nossas línguas caminha é naturalidade obscena, pátria dividida (…), nascimento incestuoso de múltiplas mães (…) pátria minha, passaporte, naturalidade, só uma, a poesia.

 (LEITE, 2005, pp. 151-152)

         Nota-se, aqui, que o sujeito lírico ultrapassa as questões meramente geográficas que demarcam sua identidade. Sua escrita poética não mais se inquieta com paisagens exteriores de suas duas pátrias, busca as paragens da alma, do amor. O poeta levanta, assim, asas para múltiplas dimensões do poético, preocupado não com o chão de sua poesia, porém com os ares que a animam e a elevam para longe, para os infindáveis caminhos da imaginação criadora que, para nunca morrer, precisa, constantemente, ser reinventada.

O amor essa forma de desconhecimento continua nessa clave de ênfase aos cenários interiores do coração. O amor se destaca como matéria poética, em torno da qual giram quase todas as composições do livro. Contudo, é entendido sem os excessos românticos, ou seja, é esvaziado – conforme esclarece Silviano Santiago, no prefácio ao livro – das “flores da retórica”, que, através dos séculos, definiram esse sentimento como ápice da trajetória emocional do ser humano.     

um poema

música fora deste tempo 

o eco estranho grave imenso

nos lábios pousado

interdito

(o amor?  essa evidência da mão brotando rosas de fogo…) 

esse colar colado ao corpo em brilho  

rosto do meu rosto

olhos dentro dos meus

acredito    

(LEITE, 2010, p. 35)

Nesse mais recente livro de Ana Mafalda Leite, ao mesmo tempo que os sujeitos líricos dos poemas apontam para uma condição estrangeira relacionada ao amor, também o olham, como o poeta Auden o faz, com “os olhos da alma”, procurando conhecê-lo. No entanto, diante dos paradoxos e contradições inerentes a esse sentimento, a tarefa de decifrá-lo torna-se impossível ou mesmo infindável. É que o amor se plasma como espetáculo híbrido, no qual encanto/desencanto, signos de fogo/signos de água, prazer/desprazer, enfim, conhecimentos/ desconhecimentos impulsionam buscas, entregas, mas também limites. Esta ambivalência perpassa todos os poemas. O amor se mostra “pura errância” (LEITE, 2011, p. 33), desconstruindo genealogias; contudo, segue traçando caminhos dentro e fora do sujeito.

Edgar Morin, ao estudar esse sentimento, o associa à poesia e também à loucura; chama atenção para o caráter paradoxal dessa afetividade que, simultaneamente, é tanto capaz de cegar, como iluminar, podendo, portanto, transitar da fulminação à deriva, do sublime ao carnal, da plenitude à incerteza, da loucura ao êxtase poético.

(…)

o amor essa forma de desconhecimento

perfume solto em mim

inebriante

pura errância

desterro

lonjura

exílio

           (LEITE, 2010, p. 35)

Em O amor essa forma de desconhecimento, desbastado dos significados estereotipados que o cercam, o amor deixa de ser concebido como mera emoção, sendo entendido como afecção, como afeto, no sentido de Spinoza, ou seja, como uma potência de sentir, de afetar, profundamente, o sujeito, de o colocar em questão diante da vida e de si mesmo.

Nesse livro de Ana Mafalda, ao amor são creditadas rosas de fogo, olhos dentro dos olhos. Porém, o tempo todo, o poeta busca romper interditos e ultrapassar os lugares comuns da linguagem: “poesia é voar fora da asa” (LEITE, 2011, p. 38).

Dentre interrogações, que permeiam grande parte dos poemas, destacam-se as seguintes: como perceber o amor? Como se encantar com ele? Como captar os diferenciados sentidos desse sentimento poliocular, capaz de apontar, simultaneamente, para paisagens as mais diversas – o verde das planícies, o silêncio dos desertos, a imensidão dos mares, o imponderável mistério do ser?!…

O território amoroso flutua, assim, entre centramentos e descentramentos, afetividades e letras, geografias e escritas. De acordo com Edgar Morin, “o amor precede a palavra e procede da palavra. É pela palavra que se pode construir o amor” (MORIN, 2003, p.18). Os poemas do livro de Ana Mafalda também chamam atenção para essa faculdade: “Amor, meu território, minha única pátria” (LEITE, 2011, p. 46), através de ti “quero aprender meu país” (idem, p.47). O eu-lírico se inquieta, se desassossega, se despe, se mistura masculino/feminino, interrogando-se sobre o próprio amor, sobre como encantar, como aprender o país, como olhar os barcos ao cair da tarde.

Nesses poemas, o sujeito poético faz do amor um exercício de sensibilidade amorosa, ao mesmo tempo em que reflete acerca desse sentimento tão contraditório, inspirador de tantos poetas e escritores, das mais variadas culturas, através dos séculos. Foi cantado por Camões como “fogo que arde e não se sente”; Guimarães o associou ao vocábulo “nonada”; Drummond o denominou “amor amaro”. Muitos outros bardos se referiram, com metáforas sonantes e dissonantes, a esse sentimento que, no fundo, todo ser humano busca, mesmo em sua contraface.

Afinal o que é o amor? Como construir sua cartografia, que é plural, não física, e não apresenta mapas de traçadas e planejadas geometrias?!… – essas são algumas das interrogações que percorrem o livro de Ana Mafalda. Ao término da leitura, fica a certeza de que o amor nunca poderá ser plenamente conhecido, pois não sabe caminhos, deixando-se delinear por fluxos e refluxos de um vir-a-ser constante.

No poema “O Amor é uma Rosa que Arde Vendo-se”, o eu-lírico intertextualiza sua voz com as “volucres rosas” de Ricardo Reis – “volúteis/ voluptosas rosas” (LEITE, 2010, p.28) – e com os camonianos versos tantas vezes citados: “amor é fogo que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se sente”. Rosas da paixão, rosas de porcelana, rosas de escrita. O amor é uma rosa que arde: “contagiantes rosasderosas contaminosas, abertas, luxuriantes” (cf. LEITE, 2010, pp.28-29). Muitas são as intertextualidades tecidas pelos poemas de Ana Mafalda. As rosas são as suas rosas da China, são as rosas do povo entoadas por Drummond, são, enfim, as rosas do amor, as rosas dos poetas, tão decantadas por tantos, ao longo de espaços e tempos os mais diversos.

O sujeitos líricos do livro de Ana Mafalda procuram definir o amor ora o descrevendo como rosas de fogo brotando das mãos, ora como sabores doces de frutas: a papaia, a manga, a maçã.  Todavia, sugerem que o amor é feito, também, de exílios, indagações e que é preciso, constantemente, estar a buscar novos portos para sua identidade. Uma identidade móvel, fluida, sempre em travessia, a se perguntar: ao sul do Mediterrâneo? Ao sul do Índico?

O livro O amor essa forma de desconhecimento se constitui por inúmeras representações de diversas formas amorosas que se revelam ora desconhecidas, ora adiadas, ora ardentes, muitas vezes estrangeiras a si mesmas. O amor ora se dirige às amadas, ora aos poetas e aos poemas que o celebraram; ora busca paladares, a natureza, o país, sendo esse processo uma procura de sentimentos de pertença por um lugar aberto a multifacetadas e, sempre renováveis, escolhas. Talvez a melhor imagem que expresse esse amor seja a de um balão que voa “e que a gente larga o fio e desaparece no ar” (LEITE, 2010, p.82). Essa metáfora, ao exprimir, visualmente, a linha invisível que escapa às mãos de quem a segura, alcança plasmar a ideia do indízivel que caracteriza tanto o amor, como a própria poesia.

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