China

As Perspetivas de Cooperação Económica entre Portugal e a China
Resumo:
Desenha-se, desde a visita de estado do Presidente Xi Jinping a Portugal em dezembro de 2018, um quadro de relacionamento diplomático entre Portugal e China de grande cooperação em áreas como economia e comércio, investimento e finanças, energia, tecnologia, economia azul, educação e cultura. Dos 17 protocolos de cooperação então assinados entre instituições governamentais e privadas portuguesas e chinesas, um tem particular relevo porque estrutura de uma forma muito significativa o nível de cooperação entre os dois países e o seu enquadramento no novo contexto mundial. Refiro-me ao protocolo de cooperação entre os governos de Portugal e da China, no quadro da Iniciativa Faixa Económica da Rota Seda e da Nova Rota da Seda Marítima do Século XXI. A presença do Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa no “Second Belt and Road Forum for International Cooperation”, que se realizou em Pequim de 25 a 27 de abril 2019, confirma a importância da assinatura desse protocolo e as perspetivas de cooperação económica que este abre, quer no relacionamento bilateral quer multilateral. De acordo com o documento assinado, a visão da multilateralidade dessa cooperação é expressa no que diz respeito a outros países da UE mas implícita na relação com outros países de língua portuguesa, na sua maioria países africanos em desenvolvimento, sendo que a Iniciativa Faixa e Rota (IFR) foca especialmente a conectividade entre países visando objetivos de desenvolvimento sustentado.
Citação:
Fernanda Ilhéu (2019), As Perspetivas de Cooperação Económica entre Portugal e a China. O Economista-Anuário da Economia Portuguesa, 32ª Edição, Ordem dos Economistas, ISBN 1646-9909, pp:40-45, Lisboa.

Brief Paper 2/1999: A China: Um risco para o sistema financeiro internacional?
Resumo:
A muito publicitada falência da G1T1C (Guangdong International Trust and Investment Corporation), em Outubro de 1998, coincidiu com um período de extraordinária perturbação nos mercados financeiros internacionais. Tratava-se da primeira vez que uma instituição financeira da R.P. da China, que – admitia-se – gozava de garantia implícita das autoridades chinesas, era deixada “cair”. Essa falência provocou perdas relativamente significativas (ainda não totalmente quantificadas) em instituições financeiras ocidentais credoras da GITIC. Por outro lado, na mesma altura, a pressão sobre o dólar e a bolsa de Hong Kong assumia proporções extremas, levando as autoridades daquela Região Administrativa Especial da RPC a respostas igualmente extremas. Devido a estes factos, não faltou quem considerasse que a China poderia ser o próximo e decisivo episódio na emergência de uma situação de crash financeiro que se estenderia eventualmente à escala mundial. Essa percepção é no entanto desprovida de efectivo fundamento. As características do sistema económico-financeiro da China (fruto do processo de desenvolvimento prosseguido, o qual é marcadamente diferente de qualquer outra situação) dão origem a uma inserção e exposição financeira internacional muito específica, que dificilmente poderá configurar uma situação de ameaça para a estabilidade do mesmo, diferentemente do que aconteceu no Sueste Asiático, na Coreia do Sul, na Rússia ou no Brasil. China: Um Risco para o Sistema Financeiro Internacional? foi apresentada no 1º Congresso Portugal – China organizado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Vila Real, 19 a 23 de Abril de 1999.
Citação:
Quintaneiro, Luís. 1999. China: Um Risco para o Sistema Financeiro Internacional? Instituto Superior de Economia e Gestão – CEsA Brief papers nº 2-1999

Working Paper 178/2020: The Global Value Chains and the Evolution of Chinese Economic Model
Resumo:
De acordo com o Banco Mundial, nos primeiros 38 anos da Reforma Económica da China, 700 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza na China, beneficiando ao mesmo tempo a economia do Sul Global devido à integração das Cadeias de Valor Global das Empresas Transnacionais com a China. O governo chinês entendeu o racional económico das Cadeias Globais de Valor, Modelo dos Gansos Voadores e Teorias do Investimento Direto Estrangeiro e introduziu políticas para atrair capital, tecnologia, produção e compradores estrangeiros, colocando a China como o estágio final das redes de produção na Ásia e também transformando a China no maior mercado comprador de muitos recursos e fornecedores de energia de países menos desenvolvidos da Ásia, África e América do Sul. Mas um novo modelo de desenvolvimento económico chinês ainda mais interconectado e interdependente com o mundo está agora em movimento. Mesmo antes de o mundo reconhecer a mentalidade protecionista dos EUA na era Trump, o presidente chinês Xi Jinping lançou em 2013 uma iniciativa muito ambiciosa sob o nome de “One Road One Belt the 21st-Century Maritime Silk Road” para melhorar uma nova etapa de globalização mundial, que juntamente com duas iniciativas complementares a “Cooperação Internacional de Produção” e “Cooperação de Mercado de Terceiros” e em complementaridade com os planos “Made in China 2025” e “Internet Plus” levarão a China a desenvolver Cadeias Globais de Valor lideradas por Empresas chinesas e países integradores da Europa, África, Ásia e América do Sul, estudadas em The Global Value Chains and the Evolution of Chinese Economic Model.
Citação:
Ilhéu, Fernanda (2020). “The global value chains and the evolution of chinese economic model”. Instituto Superior de Economia e Gestão – CEsA/ CSG Documentos de Trabalho nº 178/2020.

Working Paper 162/2017: Is the Logistics Sector in China Still a Constraint to Supplying its Domestic Market?
Resumo:
A China é um mercado repleto de oportunidades para aqueles que ousam desafiar sua vastidão; a sedutora promessa de uma excelente possibilidade de crescimento, graças ao seu imenso e crescente mercado interno, apresenta-se às empresas como um lugar de enormes desafios, mas também de potenciais grandes recompensas. O setor logístico é considerado um vetor essencial de competitividade para o desenvolvimento da oferta do mercado consumidor. A logística desempenha um papel extremamente importante na atividade de uma empresa. Uma logística ruim pode levar à perda de oportunidades e clientes insatisfeitos, entre outras coisas, enquanto ter um bom sistema de logística implantado pode funcionar como fonte de vantagem competitiva. Em Is the Logistics Sector in China Still a Constraint to Supplying its Domestic Market? continuamos a investigação de Ilhéu (2006), que concluiu que o sistema de logística e distribuição chinês foi um dos inúmeros problemas que as empresas portuguesas encontraram ao tentar estabelecer uma presença na China; infraestrutura precária e falta generalizada de serviços de valor agregado nas empresas de logística chinesas foram alguns dos problemas generalizados enfrentados. A natureza altamente fragmentada do mercado chinês atual, altas taxas de pedágio ou impostos entre províncias, contribuem para a manutenção de um sistema ineficiente que impõe um custo de logística desproporcionalmente alto no país. A nova era da logística está sendo inaugurada pela China, pois a competitividade e o comércio eletrónico exigem a modernização das infraestruturas como uma gestão de mentalidade global. Surgem então algumas questões de investigação: a logística chinesa ainda é um fardo para a eficiência do mercado doméstico chinês? Como o setor logístico chinês progrediu nos últimos onze anos? A falta de serviços de valor agregado ainda é percebida pelas empresas estrangeiras como um constrangimento para entrar no mercado chinês?
Citação:
Ilhéu, Fernanda e Gonçalo Simões (2017). “Is the Logistics Sector in China Still a Constraint to Supplying its Domestic Market?”. Instituto Superior de Economia e Gestão – CEsA/ CSG – Documentos de Trabalho nº 162/2017