Alexandre Abreu

Portugal’s Inequality Regime: Many contradictions, multiple pressures
Resumo:
Este artigo aplica o conceito de regime de desigualdade, na tradição da Escola da Regulação, à análise dos padrões e motores da desigualdade socioeconómica em Portugal nas últimas décadas. Os principais padrões empíricos são identificados no que diz respeito à desigualdade de rendimentos, rendimentos superiores e inferiores, desigualdade de riqueza, pobreza monetária e fornecimento não mercantilizado de bens básicos. Em seguida, discutimos vários processos e mecanismos subjacentes, nomeadamente a relação capital-trabalho, as lutas de classificação, a financeirização, a redistribuição e o bem-estar, para explicar os padrões empíricos identificados. Concluímos que o regime de desigualdade de Portugal é notavelmente contraditório e argumentamos que o sucesso do país na redução da maioria das medidas de desigualdade nos últimos tempos é especialmente vulnerável a uma variedade de pressões.
Citação:
Abreu, A. (2023). “Portugal’s Inequality Regime: Many contradictions, multiple pressures”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 130:127-156

Lições de macroeconomia: uma introdução
Resumo:
O livro que agora se publica, sob a forma de lições de macroeconomia, é o resultado de 3 anos de trabalho na lecionação da disciplina de Economia II, das licenciaturas em Economia, Matemática Aplicada à Economia e à Gestão e Estudos Gerais, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa. Estas Lições de Macroeconomia são o resultado de uma experiência pedagógica de lecionação de uma disciplina de nível introdutório e do objetivo de facilitar a transmissão de conhecimentos de uma matéria que não deixa de ser complexa, mas que é indispensável na formação de qualquer economista ou gestor. A abordagem apresentada neste livro reflete três opções metodológicas que visam torná-lo mais atrativo e de utilização amigável para os seus leitores. A primeira é a procura da maior clareza e simplificação possível na apresentação de conceitos e teorias. A segunda, é o propósito de fazer compreender a distinção entre modelo da realidade e realidade. A terceira, é a inclusão da realidade económica portuguesa em praticamente todos os capítulos, seja como referência para a discussão de conceitos, que adquirem por esta via uma dimensão concreta e quantificada, seja como objeto específico de análise macroeconómica. Destinando-se prioritariamente a estudantes que iniciam a sua formação universitária, estas Lições não deixam de ir mais além, no tratamento das questões, podendo ser úteis a todos aqueles que, independentemente dos motivos, pretendam adquirir uma visão introdutória da análise macroeconómica contemporânea.
Citação:
Mendonça, António (Coordenador) e Vitor Magriço … [et al.] .(2021) . “Lições de macroeconomia: uma introdução”. Edições Silabo, Lisboa: p. 451.

Working Paper 187/2022: Resiliência em Países Frágeis – uma investigação exploratória em curso
Resumo:
Resiliência em Países Frágeis – uma investigação exploratória em curso começou em 2017 quando o diretor de uma direção de serviços do Joint Research Center, na ECAS em Genebra, convidou o Prof. Carlos Sangreman para um estudo exploratório sobre a resiliência na Guiné-Bissau com o título Context specific risk perception and resilience patterns for individuals and communities (urban/non-urban) – the case of people in Guinea-Bissau. O estudo foi efetuado com base no inquérito cujo formulário se inclui neste Working Paper, deu origem ao artigo junto numa revista internacional e a um tema de doutoramento em curso na Universidade de Aveiro. A parceria entre o JRC e o Cesa envolveu ainda o Prof. Alexandre Abreu e a Mestre Jessica Santos, além do Carlos Sangreman. Da parte do JRC estiveram Chistophe Quétel, Guy Bourdin e Ilektra Lemi. Realizou-se um inquérito em todas as regiões e capital do país a 210 famílias, com um piloto prévio a 36 para aperfeiçoar o questionário nessa parceria: projeto Enquêtes de terrain sur la perception du risque et la résilience des ménages en Guinée-Bissau Projet: Ares(2018)2381703 – 04/05/2018. Centre Commun de Recherche (JRC) de la Commission Européenne, Direction E, e o CESA – Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento da Universidade de Lisboa.
Citação:
Sangreman, C., Martins, D., Quetel, C. Abreu, A. e Bourdin, G. (2022). “Resiliência em Países Frágeis – uma investigação exploratória em curso”. CEsA/CSG/ISEG/ULisboa – Documentos de Trabalho nº 186/2022

Acerca da Repartição Funcional do Rendimento na Economia Portuguesa
Resumo:
A repartição funcional do rendimento – isto é, a questão da sua distribuição primária pelos diferentes fatores de produção e em particular entre rendimentos do trabalho (salários) e rendimentos do capital (lucros, juros e rendas) – é um dos grandes temas da economia política desde os seus primórdios. O artigo analisa empiricamente a evolução da parte dos salários no rendimento em Portugal entre 1960 e 2017, propondo uma grelha de interpretação da evolução da repartição funcional na economia portuguesa caracterizada pela existência de diferentes períodos. Consoante o período em questão, os resultados empíricos revelam a existência de associações fortes e significativas da evolução da repartição funcional com a taxa de crescimento real do PIB, com a taxa de inflação e com a taxa de desemprego, respetivamente. Estes resultados sugerem a sucessão ao longo do tempo de diferentes regimes de regulação da distribuição funcional do rendimento na economia portuguesa, que passam de contracíclicos a procíclicos no decurso do período em análise. O artigo está organizado da seguinte forma: após esta introdução, a secção 2 discute brevemente o interesse da análise da repartição funcional do rendimento e a sua ligação com alguns outros debates da teoria e análise económicas; a secção 3 descreve em traços gerais a evolução da repartição funcional do rendimento na economia portuguesa nas décadas desde 1960 e as suas principais tendências ao longo do tempo; a secção 4 procede a um conjunto de análises bivariadas, multivariadas e de estabilidade estrutural a fim de contribuir para a melhor compreensão dos fatores determinantes dessa evolução; e a secção 5 enuncia as principais conclusões.
Citação:
Abreu, Alexandre; July 2020; 3) “Acerca da repartição funcional do rendimento na economia portuguesa”; Notas Económicas, no. 50; 8) pp. 85-101.

Brief Paper 1/2001: A Nova Política Comercial Indiana
Resumo:
No dia 31 de Março de 2000, o governo indiano anunciou um conjunto de medidas que alteram significativamente a política comercial deste país, estudadas em A nova política comercial indiana. Não se trata, porém, de uma surpresa ou de uma mudança de sentido em relação à orientação geral da política económica do passado recente. Este conjunto de medidas estava previsto há algum tempo e, aliás, decorre parcialmente de uma decisão da OMC nesse sentido. Por outro lado, a tendência para a liberalização – segundo os cânones do “Washington Consensus” – tem dominado o panorama político e económico indiano desde o início da década de ’90, pelo que estas medidas não são surpreendentes, já que consistem essencialmente no levantamento de normas e barreiras que até agora caracterizavam a política comercial e que eram algo incongruentes, em conteúdo e em espírito, com a restante política económica. Até aqui a política comercial indiana caracterizava-se pela existência de numerosas e complexas barreiras à importação. Dependendo do bem em causa, essas barreiras assumiam a forma de restrições quantitativas, sujeição à atribuição de licenças de importação, taxas aduaneiras ou proibição total de importação. Algumas dessas restrições eram plenamente justificadas por motivos ambientais ou de segurança, pelo que continuarão a vigorar. Outras, contudo, constituíam essencialmente uma forma de proteccionismo. Estas últimas, particularmente quando assumiam a forma de restrições quantitativas, entravam em conflito com as normas da OMC. Assim, na sequência de uma disputa comercial entre a Índia e os EUA e da ulterior exigência por parte da OMC, foram abolidas as restrições quantitativas sobre 714 dos 1429 tipos de bens que a elas estavam sujeitos. Está também previsto que ao longo dos próximos dois anos venham a ser eliminadas ou reduzidas muitas das restantes restrições, nomeadamente a totalidade das restrições quantitativas – exceptuando, como já referimos, as motivadas por razões ambientais ou de segurança – e uma parte substancial dos impostos alfandegários.
Citação:
Abreu, Alexandre. 2001. “A nova política comercial indiana”. Instituto Superior de Economia e Gestão – CEsA Brief papers nº 1-2001.