Class, politics and dynamic accumulation processes around the Sino-Mozambican rice project in the lower Limpopo, 2005–2014

Abstract

This study levels an international political economy lens at the development of the Sino-Mozambican rice project in the lower Limpopo, by examining how class relations shaped and were shaped by global trends, Chinese resources and Mozambican dynamic accumulation interests. The Sino-Mozambican rice project (2005–2014) is analysed as three projects benefiting different groups, with a focus on producer selection and allocation of means of production, in dialogue with the historical dynamics of agrarian accumulation and the political economy of Mozambique. The paper argues that the project has served the expansionist interests of the ruling capitalist group associated with central government circles, limiting land-based possibilities at province level. In addition, the plan to locally transform small producers into rural capitalists through ‘modern’ Chinese methods has failed to confront the historical interdependence of the commercial and so-called family sectors and the diversity of livelihood sources for the reproduction of food and labour.

O presente estudo aborda o projeto sino-moçambicano de produção orizícola no baixo Limpopo de uma perspetiva de economia política internacional, examinando como as relações de classe moldaram e foram moldadas por tendências globais, pelos recursos chineses e por interesses dinâmicos de acumulação moçambicanos entre 2005 e 2014. O projeto é analisado como três subprojectos com grupos-alvo diferentes. O enfoque incide na seleção dos produtores e atribuição dos meios de produção, em diálogo com as dinâmicas históricas de acumulação agrária e a economia política de Moçambique. O artigo argumenta que o projeto tem servido os interesses expansionistas do grupo capitalista dirigente, limitando as possibilidades fundiárias ao nível do governo provincial. Argumenta igualmente que o plano local de transformar pequenos produtores em capitalistas rurais por via dos métodos ‘modernos’ chineses não confronta a interdependência histórica da agricultura comercial e do chamado setor familiar, assim como a diversidade de fontes de rendimento para a reprodução da alimentação e mão de obra.