Mundo Crítico n.º 9: Representações do mundo no mundo das...
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Mundo Crítico – Revista de Desenvolvimento e Cooperação | N.º 9: Representações do mundo no mundo das representações

A nona edição da Mundo Crítico procura analisar criticamente as questões relacionadas com as representações do mundo e as relações que existem entre a produção e construção de narrativas visuais e escritas do(s) outro(s), sobretudo, mas não só, a partir do campo das organizações de “apoio ao desenvolvimento”, como também do jornalismo.

Esta edição inicia, por isso, com uma conversa imperfeita entre um jornalista português António Rodrigues e o dirigente associativo e activista guineense Miguel de Barros, sobre a necessidade de trazer para o centro outra ideia de periferias e outras narrativas e sobre a espectacularização da cooperação e do desenvolvimento.

A editoria saber e circunstâncias inaugura com uma reflexão do jornalista espanhol Alfonso Armada sobre a nossa sociedade, a partir de Guy Debord, e o alerta deixado pelo autor sobre a conversão da política e da história num espectáculo de consumo. A jornalista moçambicana Zenaida Machado fala-nos da situação em Cabo Delgado, em Moçambique, e de como, mais uma vez, a situação dos moçambicanos continua distante da “lupa da cobertura jornalística internacional”, em detrimento dos investimentos milionários em

risco na zona. Da Guiné-Bissau, o investigador Sumaila Jaló analisa a migração irregular do país, através de relatos de vida transformados em músicas, procurando desconstruir a imagem que nos chega sobre essa realidade. A editoria integra ainda uma reflexão sobre o papel da educação para o desenvolvimento e cidadania global, a partir do projecto Sinergias ED, escrito por quatro investigadoras envolvidas no projecto. Por fim, a presidente da ACEP, Fátima Proença, desafia-nos com 10 propostas para a mudança na comunicação das ONG com a sociedade, de forma a criar novas narrativas e novas informações eticamente balizadas.

No modos de ver, a fotógrafa moçambicana Yassmin Forte, vencedora em 2023 do Prémio de Fotografia Africana Contemporânea, brinda-nos com um ensaio fotográfico a partir da sua história familiar, iniciada na pista de dança em Quelimane, Moçambique.

A investigadora Livia Apa discorre nas narrativas sobre a importância das séries senegalesas para retratar o país, enquanto o dirigente associativo Paulo Mendes nos interpela sobre o papel da diáspora para mudar a narrativa sobre o racismo e a dicotomia colonizador / colonizado.

Nas inovações, apresentamos uma iniciativa do Fundo Norueguês de Assistência a Estudantes e Investigadores capaz de desconstruir as campanhas de angariação de fundos das organizações internacionais. Já nos ecos gráficos, a ilustradora Amanda Baeza propõe uma “peça em dois actos”, entre o Chile e Portugal.

Por fim, no escaparate, desafiámos a produtora de audiovisual santomense Katya Aragão e a especialista em comunicação da Guiné-Bissau Luana Pereira a folhear os livros dedicados à pintura publicitária em cada um dos países, da autoria de uma designer gráfica e de um investigador polacos, e escrever a partir e sobre eles. A edição termina com uma recensão de Leonor Teixeira, de um guia recente da BOND sobre a forma como as imagens das ONG devem ser utilizadas, a pensar sempre nos seus protagonistas.

A capa é da autoria do artista plástico guineense Nú Barreto, que elaborou propositadamente a imagem para esta edição. Boas leituras!*

*Texto Editorial


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